2018/05/29

Análise ao Lenovo Legion Y520

Os jogos continuam a ser o principal motivador para se comprar um computador com capacidades "decentes", e é por isso natural ver que as marcas apostem neste segmento, lançando portáteis que permitam dispensar um computador de secretária, como é o caso deste Legion Y520 da Lenovo.


O gaming está na ordem do dia, com as diferentes marcas a apostarem fortemente neste segmento de mercado. O interesse está de tal forma em alta, que há já quem esteja a lançar smartphones pensados para os utilizadores amantes dos jogos.

A Lenovo é uma das marcas que está atenta a este segmento de mercado e tem na sua linha Legion, uma gama de produtos que procura responder às necessidades da comunidade gaming. Quando nos foi proposto um conjunto de equipamentos para análise, não hesitei por isoo em escolher um portátil pensado para jogar. A escolha recaiu sobre o Legion Y520, um laptop de gaming, que tem no preço um dos seus grandes argumentos, algo que muitos utilizadores procuram quando pretendem adquirir um equipamento deste tipo.

O Lenovo Legion Y520



Este Legion Y520 é como que um equipamento de entrada, tendo a Lenovo no Legion Y920 o seu topo de gama para o mercado dos laptops de gaming. Não se deixem contudo enganar por esta designação, pois tal como já acontece nos smartphones, este portátil tem um conjunto de hardware de grande qualidade.

Tem um processador Intel Core i7 7700HQ, o topo de gama dos processadores Intel de 7ª geração para equipamentos móveis. A gráfica é uma GeForce GTX 1050 Ti com 4GB de RAM, modelo de base NVIDIA para o segmento gaming. O ecrã Anti-Glare de 15.6" tem resolução 1920 x 1080, numa relação 16:9. Este portátil conta ainda com 8GB de RAM DDR4 a 2400MHz, um SSD NVMe Samsung MZVLW256 com 256GB e uma bateria de 45 WHr, que permite até 4H de autonomia. Pesa 2.4 kg e mede 380 x 265 x 25.8mm



Do lado direito apresenta uma porta HDMI, duas portas USB, leitor de cartões (SD, SDHC, SDXC, MMC), porta USB 3.1 tipo C e o led de power. Na lateral esquerda temos uma porta Kensington Lock, ficha proprietária para carregamento e respectivo LED, porta de rede low profile (expansível), porta USB 2.0, jack de 3,5mm e um botão para acesso à BIOS e recovery.



A traseira tem uma zona de ventilação de grandes dimensões, onde se encontra um dissipador de cobre, com inúmeras alhetas para manter o cpu e a gráfica da NVIDIA dentro das temperaturas admissíveis para o seu funcionamento. Era nossa intenção poder mostrar o interior do equipamento, mas normas internas da marca, não permitem que se retirem os parafusos que fixam a tampa traseira. Esta tem uma zona em rede, para permitir o fluxo do ar que chega às ventoinhas.



O teclado retro-iluminado a vermelho com dois níveis de brilho (ou não se tratasse de um portátil gaming) apresenta teclas com uma boa dimensão, bem espaçadas entre si. Para mim, que estou habituado a teclar em 12,5", tive de levar algum tempo até me habituar à generosa dimensão do teclado, que revelou um toque muito confortável. Por norma, não sou muito fã dos teclados que a Lenovo apresenta, mas no caso deste Legion 520 acabei por ficar muito agradavelmente surpreendido.



À direita encontramos um teclado numérico e as teclas de cursor por baixo deste. O teclado numérico tem dupla função, com algumas das teclas a servirem para controlar a reprodução de áudio e vídeo, assim como para executar funções específicas (ex: print screen, insert, etc.) A Lenovo opta por não apresentar teclas dedicadas para as funções Home/End/Page up/Page down, preferindo disponibilizar estas acções através da combinação das teclas de cursor, com a tecla de Fn. Tendo em conta toda a área disponível, seria interessante ter acesso a estas funções de forma directa.

O teclado conta ainda com uma tecla para gravação de vídeo (canto inferior esquerdo da imagem em cima), permitindo captar o que se passa no ecrã. Esta poderá ser uma funcionalidade importante nos dias que correm, em que se torna frequente partilhar clips dos acontecimentos mais insólitos nas redes sociais.


O touchpad apresenta uma área generosa para gerir o movimento do rato. É preciso a detectar os gestos e quase que até dá para ser opção nos jogos FPS. Quase. As teclas ocupam a totalidade da largura do touchpad, mas curiosamente só funcionam nas extremidades, o que inicialmente pode obrigar a uma habituação. Esta situação acaba contudo por até ser vantajosa, pois evita que se utilize a zona mais central, propícia que se falhe o botão que efectivamente se pretende utilizar.


Em utilização



Este é um portátil para gaming, quem o compra já sabe, ou pelo menos terá de estar preparado para algumas concessões. O peso é por norma um dos aspectos que tem de ser tipo em consideração, mas no caso deste Legion Y520, a Lenovo optou por uma solução interessante, preferindo o plástico ao metal. Confesso que inicialmente fiquei apreensivo, mas depois de tentar dobrar o corpo, este ofereceu uma boa resistência, não flectindo. O utilizador fica assim a ganhar na questão do peso, com o portátil a pesar "apenas" 2,4Kg.

A Lenovo optou por um ecrã tipo mate, que tem a vantagem de oferecer menos reflexos que os ecrãs glossy. Ainda pensei que com o brilho no máximo conseguisse utilizar o Legion Y520 sob forte luz solar, mas não foi o caso, pois a imagem mal de consegue ver no ecrã. A utilização terá assim de ficar limitada a zonas indoor, ou pelo menos onde a luz solar não esteja demasiado forte.

Devem igualmente contar com o barulho que as ventoinhas vão fazer, mas aqui não há muito a criticar. Quando o CPU ou a gráfica estão sob carga, o barulho das ventoinhas vai fazer-se sentir, mas nada que seja demasiado incomodativo, não se sobrepondo ao som do jogo (a não ser que este esteja no mínimo...).



Falando do sistema de som, temos duas colunas de 2W da Harman com Dolby Audio Premium. O som é encorpado e o estéreo funciona muito bem, com as colunas a permitirem uma experiência de utilização muito agradável. Ao jogar Call of Duty, dava para perceber com clareza de onde vinha o som, o que elevou a qualidade da jogabilidade. Não se detectou distorção no volume mais alto, mas de referir que não passei dos 80%


O Legion Y520 tem várias opções para armazenamento: 128 GB / 256 GB / 512 GB PCIe SSD ou
500 GB / 1 TB / 2 TB SATA HDD. Segundo o que foi possível perceber, é um, ou outro, o que pode levantar um problema, pois os jogos são verdadeiros sorvedouros de armazenamento. O SSD de 256GB é quase que devorado ao instalar o Call of Duty, não deixando grande margem de manobra.

A solução passará por utilizarem um segundo disco para expandir o armazenamento, podendo utilizar a porta SATA para este efeito. A questão é saber se a marca permite que o utilizador efectue esta alteração sem perda da garantia.

SSD Benchmark


Para testar o desempenho do SSD, recorri aos suspeitos do costume. O primeiro teste do CrystalDiskMark deu resultados muito estranhos. Para um SSD SATA, os 600MB/s até não estavam nada mal, bem pelo contrário, mas menos de 100MB/s em escrita eram sinal de que algo não estava bem. Este Legion Y520 tem um SSD NVMe, pelo que as velocidades teriam de ser bem superiores. No segundo teste, os resultados subiram um pouco, mas ainda assim, abaixo do esperado. O terceiro teste foi "conclusivo", algo estava efectivamente errado.

Pois bem, depois de testar algumas hipóteses, a culpa recaiu no suspeito do costume, nada mais, nada menos que a Microsoft e o seu sistema de actualizações do Windows.


Terminadas as actualizações e reiniciado o portátil, efectuei uma segunda ronda de testes e aí sim, o SSD já apresentou resultados dentro do esperado, com 3000MB/s em leitura e 1200MB/s em escrita.


O HDTune, como é habitual, apresenta valores bem mais baixos, registando uma média de 1500MB/s em leitura.


Autonomia




Tratando-se de um portátil, a autonomia é sempre um aspecto a ter em conta. Segundo a Lenovo, os 45 WHr são capazes de garantir até 4H de utilização do equipamento. Nos testes que efectuei, apenas com WiFi, Browser e brilho automático (a descer consideravelmente na fase final), este Legion Y520 conseguiu aguentar-se durante cerca de 3,5H, valor próximo do anunciado pela marca.

Se estiverem a pensar jogar, o carregador tem de vos acompanhar, pois a bateria não deve dar para muito mais de uma hora de jogo intensivo. A Lenovo acaba por ter uma posição pró-activa e sabendo que o portátil vai estar ligado à corrente na grande maioria do tempo, disponibiliza um modo conservador para carregar a bateria, mantendo a mesma entre os 55 e 60%, para aumentar a sua longevidade.

Por vezes, pode haver a necessidade de utilizar o portátil sem estar ligado à corrente, estando esta com pouca carga. Para estas situações, a Lenovo tem uma opção de carregamento rápido, que irá carregar a bateria mais rapidamente do é normal acontecer.


Software



O bloatware é uma dor de cabeça para os utilizadores, que se deparam com paletes de aplicações instaladas de origem. A Lenovo aprendeu com erros anteriores e actualmente tenta fugir a esta tendência, optando por limitar ao máximo as apps que disponibiliza no Legion Y520. O Antivirus da McAfee é uma das excepções, tendo o utilizador de optar pela sua aquisição caso considere que o anti-vírus é importante. As mensagens que aparecem junto à zona de notificações, informam o utilizador disso mesmo. Como curiosidade, o facto de com o passar do tempo, a cor azul da caixa, passar a vermelho.


O Lenovo Companion é como que uma central de controlo, dando acesso às actualizações de sistema, drivers,ferramentas de diagnóstico e apoio técnico. O Lenovo Nerve Sense permite ligar/desligar funcionalidades, activar o nível máximo de arrefecimento, dar prioridade aos jogos no acesso à internet, evitar click indesejados e ligar o som Dolby para os jogos que suportem esta funcionalidade.


GPU Benckmark


Tratando-se de um portátil para gaming, havia que verificar que tal se comportaria o Legion Y520 ao ser levado ao limite.


A NVIDIA GTX 1050 Ti obteve 2427 pontos no teste Time Spy no 3DMark. Comparativamente, a Gigabyte GTX 1080 do nosso setup de testes, consegue 7085 pontos no mesmo teste, com este a ser executado numa resolução Full HD. São gráficas de gerações diferentes, e estão em extremos opostos, com a GTX 1050 Ti a ser a actual "gama de entrada" e a GTX1080 a ser o anterior topo de gama, agora substituída pela GTX 1080 Ti (e a próxima geração a chegar em breve). A diferença de quase 200% nestes resultados deve-se a este facto. Importa agora saber se em termos práticos, é algo que se reflecte nos jogos (Ed. a sério? ;P ).



O jogo escolhido, foi o Call of Duty Modern Warfare, jogado em FullHD, com todas as definições no nível máximo que as definições permitem. Desta forma, procurou-se verificar se o Intel Core i7 7700HQ e a GeForce GTX 1050 Ti seriam capazes de dar conta do recado. Para comparação, utilizei a Gigabyte GTX 1080 e i7 7700K do nosso PC de testes.
GráficaFramesTime (ms)MinMaxAvg
1050 Ti t1112019235507158,2
1050 Ti t2312056015397455,7
1050 Ti t3340460000496656,7
1080749160000123126124,9
Os resultados apresentados na tabela em cima, foram registados com o FRAPS, exactamente no mesmo momento do jogo e fazendo os mesmos movimentos, por forma a que comparação fosse o mais correcta possível.


Em termos de resultados não há margens para dúvidas, a 1080 dá (como esperado) uma autêntica goleada, mais do que dobrando o resultado médio obtido pela 1050Ti. Esta gráfica obteve um mínimo de 39 frames, máximo de 74 e uma média de 55,7 frames, valor bastante próximo da 60fps.

Há que recordar que todas as definições estavam no máximo, pelo que bastará baixar alguns dos parâmetros, para facilmente se ultrapassarem as 60fps. Não será contudo obrigatório que o façam, porque a 1050Ti é capaz de fornecer uma boa jogabilidade, não havendo lugar a atrasos.

Apreciação final


Quem procura um computador para jogos, vê-se obrigado a despender largas centenas de euros. Hardware de elevada performance é sempre um objectivo, mas nem todos têm a possibilidade de gastar mais de 2000€ numa máquina. Esta foi a principal razão que nos levou a testar este Legion Y520. A marca tem outros equipamentos com melhor hardware, mas importava saber se a GTX 1050Ti que equipa este portátil da Lenovo seria capaz de permitir um desempenho sem grandes compromissos.

Como os testes demonstraram, a gráfica cumpre e permite jogar os jogos mais exigentes, com as definições configuradas para uma elevada qualidade de imagem. A maior fonte de preocupação acaba por ser o armazenamento, com os 256GB a serem curtos para quem pretende ter mais do que um jogo instalado ao mesmo tempo.

Este Legion Y520 tem configurações a começar nos 899€ (i5, GTX 1050 1TB de disco. A versão testada, tem um PVP de 999€, ficando assim no limiar da barreira psicológica do milhar de euros. Face ao nível de desempenho que revelou, o Legion Y520 é merecedor de um prestigiante QUENTE.



Lenovo Legion Y520
Quente

Prós
  • Desempenho equilibrado
  • Relação preço/desempenho


Contras
  • SSD de 256GB é "curto"
  • Autonomia



Lenovo Legion Y520

Quente (4/5)

2 comentários:

  1. Só uma nota ao texto. Também tenho um Legion e, ao contrário do que está escrito, o meu trazia de origem um SSD de 128 + um HDD de 1 TB.

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  2. tem varias versoes, eu mandei vir ontem um da gearbest por 650€

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