2018/05/28

GDPR está a acelerar a Internet


Um dos efeitos da nova lei de protecção de dados europeia foi a inundação da caixa de email com pedidos de consentimento; o outro... parece ser uma aceleração significativa de muitas páginas na internet.

Algumas pessoas estão a (re)descobrir o prazer de navegar por uma internet onde as páginas se limitam a apresentar conteúdos em vez de espiarem os utilizadores ao máximo. Por conta das exigências da GDPR/RGPD vários sites têm optado por criar versões diferenciadas para os visitantes europeus (o que mesmo assim poderá não ser suficiente, pois a regulamentação aplica-se aos cidadãos europeus mesmo que estejam a aceder a sites a partir de outros países fora do espaço comunitário) e o efeito prático imediato é uma aceleração substancial no tempo de carregamento das páginas.

O site de notícias USA Today é um desses casos, estando a redireccionar visitantes europeus para uma versão sem tracking, e os resultados são esclarecedores:


Em vez de demorar 14 segundos até que seja apresentada alguma informação e 28 segundos até que se possam interagir com o site, a versão "limpa de tracking" é carregada completamente em apenas 3 segundos!


Também o popular site The Verge apresenta resultados idênticos, embora neste caso o processo seja um pouco mais trabalhoso. É que, como em muitos outros sites, não nos é dada a opção para "não aceitar" o tracking, mas sim apenas o "aceito". A solução é não clicar no botão de aceitar e esconder a janela popup que aparece com a mensagem (usando-se as ferramentas do Chrome ou do browser que se estiver a utilizar).


Também neste caso a diferença é substancial: o tempo de carregamento reduz-se de 32 segundos para apenas 5 segundos; e o número de scripts carregados cai de 61 para apenas 2 (e de 2MB para apenas 1MB).

São coisas como estas que levaram muitas pessoas a utilizar ad-blockers e que ajudarão a por em perspectiva o peso real que o "tracking" na internet tem.

... Muito se tem falado do desperdício energético associado às criptomoedas... Será que não está na altura de se contabilizar todo o consumo de energia e tempo que estes "30 segundos" extra em milhares de milhões de páginas na web representam?

11 comentários:

  1. nao demora 30 segundos, mas sim 30 milisegundos.
    ms=milliseconds.

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    1. Sim, 31960ms... 31.960 segundos... :)

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    2. É o que faz misturar formas de apresentar números.
      Em Portugal, o que separa a parte decimal da inteira é a virgula e o que separa as ordens é o espaço.
      Quando há países que usam o ponto e virgula para fazer o mesmo respectivamente, está a confusão instalada...

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    3. Carlos, não te esqueças que escreves em língua portuguesa e que o teu blogue é maioritariamente destinado a leitores portugueses.

      Tens que melhorar um pouco o uso do ponto e da vírgula no que respeita à separação das décimas e dos milhares.

      Dá uma vista de olhos neste artigo:
      https://en.wikipedia.org/wiki/Decimal_separator#Examples_of_use

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    4. São opções, tal como é a opção de escrever no estilo "pré-AO".
      Embora por cá se use a vírgula como separador, eu acho que é mais prático usar o "ponto". Nem que seja para faciltiar a compreensão no caso de "e depois, nos 23,12, acontece isto"... :)

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    5. Mas Carlos, em Portugal o uso do ponto como separador decimal não é uma opção. :/

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    6. É a partir do momento que ao usares números em montes de programas (e em programação) aprendes a abandonar as vírgulas. :)

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    7. Sabes que tenho o maior apreço por ti e por este cantinho em especial, mas como homem da frente deste blogue, não podes ver as coisas assim.
      Ficaria bem admitir a gralha e tomar como posição pessoal o desejo de passar a fazer a coisa de forma bem feita. ;)

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    8. Como disse, são opções tomadas conscientemente, e tendo em conta o enquadramento quer do meu "background" quer o da maioria dos leitores (que, imagino eu, também estarão ligados de uma forma ou de outra às áreas tecnológicas).
      Senão também "adotaria" o novo AO e estaria a promover alterações "bem feitas" mas com as quais não concordo (nem acho que sejam "bem feitas")...

      (E acredita que já perdi muito mais tempo da minha vida do que desejava, a lidar com problemas de pontos e vírgulas em bases de dados, apps mal feitas, e coisas relacionadas... Melhor que isso só mesmo a loucura de brincar com datas misturadas em formatos EUA e Europa ... :)

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  2. quase de certeza que esses sites utilizam CDN's e muito provavelmente as versões europeias estão alojadas em servidores na europa, o que contribui significativamente para os resultados mostrados.

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    1. Podia ser, mas nao explica o segundo caso, onde estás a aceder ao mesmo site, apenas "não aceitando" o tracking.

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