2019/07/15

Portugueses lentos a adoptar pagamentos conctactless


A utilização dos pagamentos contactless tem vindo a aumentar em Portugal, mas a um ritmo bastante inferior ao verificado noutros países, parecendo demonstrar que os portugueses têm algum receio em fazer pagamentos com demasiada facilidade de "tocar e pagar".

Os pagamentos contactless permite acelerar o pagamento de transacções, bastando tocar com o cartão no terminal de pagamentos sem necessidade de introduzir um código PIN no caso de se tratarem de valores reduzidos (menos de €20). No entanto em Portugal a taxa de penetração deste tipo de pagamentos, segundo um estudo da VISA, é inferior a 10%.

Fora dos Estados Unidos da América, cerca de metade das transacções Visa em pagamentos acontecem com recurso à tecnologia Contactless para pagamentos rápidos, seguros e convenientes com os seus cartões de débito e crédito. Uma vez introduzidos os cartões Contactless, a adopção do consumidor geralmente acontece rapidamente. Muitos mercados evoluem de uma taxa de penetração Contactless de um dígito para mais de 50% em apenas 18 a 24 meses.

A nível internacional, assistimos a elevados valores de penetração do Contactless na Austrália (>90%), Reino Unido (>60%) ou Canadá (>50%). Na Polónia a taxa de aceitação encontra-se mesmo perto dos 100%. Em Portugal, a taxa de penetração de pagamentos Contactless é substancialmente inferior (<10%) ocupando o penúltimo lugar do ranking europeu apenas à frente de Israel.

Imagino que parte da resistência à adopção desta tecnologia resulte de, por vezes, não funcionar tão bem quanto deveria. Cerca de metade das vezes que tento utilizar o pagamento wireless a coisa não funciona à primeira, acabando por causar uma situação de desgaste tanto para o utilizador como para o comerciante, que quase sempre já "desaconselha" a utilização do contactless e opta pela forma tradicional. E sendo então nos casos em que deveria ser utilizado, locais com grande fluxo de pessoas e onde se deseja desperdiçar o menos tempo possível, estar a tentar uma e outra vez para ver se aquilo funciona, torna-se "impossível".

... Curiosamente, acho que de meia dúzia de locais onde faço pagamentos regulares, apenas num o pagamento contactless funciona como seria de esperar. E com vocês, que tal tem sido a experiência com os pagamentos contactless em Portugal?

27 comentários:

  1. a experiência tem sido má
    tanto os terminais não funcionam como devido, como não estão actualizados ou ainda o comerciante diz que não funciona só para ser como está habituado a lidar com a coisa...

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  2. Eu vivo na Holanda e esta é uma das minhas "tormentas" quando vou a PT. O acto do comerciante me retirar o meu cartão da mão é ridículo.
    O pagamento contactless vai ganhar penetração em PT quando os comerciantes passarem a colocar o terminal POS do lado do consumidor e não do seu lado (ex. Pingo Doce).
    No resto dos países a penetração do contactless não se deve minimamente à questão da confiança mas sim da localização do terminal POS. Não é preciso ser um génio, right?...
    Agora, eu bem sei porque é que os terminais ATM estão "escondidos" da vista do consumidor. Mas não vou dizer =)
    Ah já me esquecia! Aconteceu-me uma vez o comerciante surrupiar-me o cartão para passar no terminal POS (do lado dele claro), verificou que o cartão era contactless e não tem mais nada: pousa ele próprio o cartão no terminal e faz o pagamento à minha frente!... Priceless.

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    1. Curiosamente estou este fim de semana na Holanda e os pagamentos aqui tem funcionado bem pior que em Portugal, praticamente metade falha.

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    2. Porque não tens um cartão Maestro (sem qualquer tipo de comissão bancária). Eu sofri do mesmo nas primeiras semanas porque não é um emissor habitual em PT (o BCP e CGD têm apenas 1 p.ex.)
      Isto tem uma razão: existem cafés com um autocolante azul que já o viste de certeza que diz PIN only = apenas MB. Vais comprar flores ao mercado de rua (repito, DE RUA!) e pagas com MB. Queres comprar um bilhete de transp. públicos em AMS com cash. Impossível, nem dentro do autocarro. Mas tens lá um terminal POS virado para ti.
      Eu podia continuar mas estes são só alguns exemplos que explicam porque é que esta tecnologia em PT não tem tido grande sucesso. Ninguém quer usar o MB sequer, porque "só paga impostos quem é lorpa".
      Enquanto for assim...
      Palavra d'honra, no ano passado fui a PT em Julho e voltei no Natal. Trouxe menos de 100€ na carteira pq isso é o máx que levanto. Eu garanto-te: entre Agosto e Dezembro, levantei dinheiro no MB 1 única vez... quando cheguei a PT.

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  3. A culpa é dos hábitos. Estamos habituados a o cartão ter de ser inserido primeiro ainda não perceberam que os TPA já não obrigam a isso.

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  4. Estou um pouco com o Nuno José. Os portugueses habituaram-se há muito tempo a confiar no modo de pagamento (com código) dos cartões Multibanco (tendo mesmo muita confiança na sua fiabilidade e segurança) que se torna agora difícil alterar os hábitos de forma "abrupta".

    Pessoalmente também acho que o total desastre que o caso "MB Way" tem sido também afasta muitos portugueses (eu incluído) destas "novidades" nos pagamentos eletrónicos.

    Acho que em resumo será mais ou menos assim: "É gratuito mas exige que se coloque um PIN de 4 digitos? Não faz mal. Funciona e é seguro."

    E já agora, convenhamos que (mais uma vez, a exemplo da treta do MB Way) os bancos têm comunicado muito mal (ou melhor, não têm de todo) com os consumidores para os educar acerca das novidades que estão disponíveis no mercado, bem como para auxiliar a compreender como se processam as possíveis comissões, taxas ou custos associados a esses novos métodos.

    Uma das áreas da economia que mais lucros gera e só sabem é fazer publicidade a créditos e mais créditos.

    A banca comunica mesmo muito mal com os consumidores.

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    1. Estou de acordo, Portugal é uma nação de hábitos e desconfiada por natureza. Por outro lado, temo os bancos da provocar desconfiança quase diária, nas suas acções.

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    2. "total desastre que o caso "MB Way" tem sido..."

      Isso é desconhecimento, certo?
      O MBway era um caso de sucesso até à decisão dos bancos começarem a cobrar pelas transferências. De algum modo ainda é, mas já tem as "pernas cortadas".
      E o certificado de qualidade foi dado pelo BCE o ano passado ao vir criticar o MBWay devido à concorrência ao seu sistema. Se fosse mau ou irrelevante achas que se davam a tal trabalho?

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    3. Que curioso... Então vem perguntar-me se é "desconhecimento" e depois diz que "já tem as pernas cortadas", concordando totalmente comigo?

      Então o MBWay não tem sido um total desastre? Um autêntico tiro no pé por parte dos bancos que são, em sociedade, os donos da SIBS, entidade promotora dessa plataforma?

      É como ter um filho ou um neto, apregoar aos sete ventos que é lindo, inteligente e maravilhoso e depois de vê-lo crescer, sabe-se lá bem porquê, começar a dizer que é gatuno, drogado ou tem maus hábitos, tentando convencer toda a gente que apenas continuará a ser "bonzinho" se aceitar dormir lá em casa todos os dias em vez de dormir em casa de amigos ou conhecidos.

      Que é o que os bancos andam a tentar fazer: convencer os clientes de que o seu "filho" só é bonzinho se aceitarmos que ele durma lá em casa - leia-se as aplicações caseiras de cada uma das instituições bancárias.

      Para um segmento da economia que gera tantos milhões de euros em lucros e dispõe de tantos recursos para colocar equipas gigantescas a trabalhar e pensar em soluções inovadoras para melhorar os negócios, é um autêntico desastre.

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    4. Então o MBWay não tem sido um total desastre?

      Resposta curta e seca: Não, não tem!

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    5. Impossível não lhe dar razão nesta sua última resposta.

      Muitos dos utilizadores de Windows Phone dizem precisamente o mesmo dessa plataforma. Quem a usa sempre irá adorá-la, como é óbvio.

      Mas... Agora colocando os pés bem assentes na terra.

      Enfim, esqueça. Como diria o outro: "Quem feio gosta, bonito lhe parece." ;)

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  5. falando no meu caso em concreto, pingodoce 100% sucesso(só cartão), meto o cartão no tpa e continuo a arrumar as compras, no lidl 100% sucesso, com mbway já é diferente... nfc nunca deu, qrcode é muito lento, ter de abrir a app(fica ali a rodar 4-5s) meter código/finger, fazer scan aos tpa todos riscados é muito difícil, o reflexo das luzes então... no mcdonalds nunca deu, diz sempre que não dá por qualquer motivo e tenho de meter o cartão.

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    1. McDonalds, que seria um sítio prático para isto, também nunca conseguir por a funcionar (nas máquinas self-service de pedidos).
      Ainda há outro caso mais caricato, exactamente para o mesmo valor, há máquinas que pedem o cartão, código PIN, e depois para retirar; e outras que pedem o cartão, pedem para retirar, e só depois o código PIN.

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  6. Tenho usado no pingo doce e Jumbo, zara, fnac sem problemas... queria era alterar o valor para por exemplo 40€? É possível?

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    1. Acho que não dá. Mas de qualquer forma pode fazer pagamentos contactless acima de 20€ sem qualquer problema, a única diferença é que o terminal pede para inserir o PIN

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  7. O problema em Portugal é de mentalidade da parte do utilizador e contratual da parte do comerciante. Quando surgiu o contactless foi passada uma mensagem errada por parte dos comerciantes e outros utilizadores pois o pagamento até 20 euros sem código criou um medo desnecessário e questionou a segurança dos próprios cartões. Existiram utilizadores que devolveram cartões contactless ao banco pedindo de volta um cartão tradicional sem esta funcionalidade.

    Também existe o problema dos funcionários dos bancos que não sabem como funciona esta tecnologia ou a sua integração com os terminais de pagamento o que ainda deixa os utilizadores com mais dúvidas.

    Do lado do comerciante, o grande problema a superar é o hábito de pedir o cartão ao cliente para o inserir no terminal e também existe a questão contratual. O comerciante deverá começar a adotar um novo hábito de marcar o valor sem cartão e dar o terminal ao cliente para que este escolha a maneira mais conveniente de pagamento (chip, contactless ou mbway). O problema surge quando o comerciante ou banco a que pertence o terminal não tem acordo contratual com a rede VISA (vulgarmente conhecido como aceitação de cartão de crédito). Mesmo adotando o novo método de marcar o valor sem cartão e mesmo aparecendo o logotipo contactless no terminal, este não aceita o pagamento desta forma (quer seja a débito ou a crédito).

    Acho que deveria de existir informação mais simplificada e direta tanto para os comerciantes e para os utilizadores pois os grandes problemas na adoção do contactless em Portugal prendem-se com estes dois grandes fatores.

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  8. A partir do momento em que pedi ao meu banco um cartão contactless e me disseram que era mais caro do que o normal começamos logo mal. (Não sei como está agora mas também não vou pagar outra vez só para ter contactless)

    Do lado do telefone, as coisas não tem corrido muito bem. Tenho o mbway como modo de toque e paga mas as vezes funciona e outras não. Curiosamente a única vez que funcionou bem foi quando tinha a net desligada e o mbway fechado... Por norma apita e não acontece nada. Pede para passar cartão... :/

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    1. Curioso, comigo foi ao contrario: pedi cartao MB SEM contactless e tive de pagar mais.
      A partir do momento em que vi que era possível roubar remotamente dinheiro, e sem darmos por ela, a partir de um cartão contactless então esquece, não quis ter nenhum!

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    2. Compras uma carteira que bloqueie RFID. Eu tenho.

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  9. Utilizo contactless sempre que possível, por acaso nunca tive problemas técnicos (ao contrário do mb way por QR code que tem problemas devido ao reflexo das luzes da loja). Inicialmente era o problema de muitos comerciantes terem terminais antigos sem a tecnologia contactless, agora noto que mesmo entre os que têm terminais novos continuam a usar compra por chip devido ao hábito de colocar o cartão 1º e só depois marcar o valor da compra. Resultado: praticamente só uso contactless nos supermercados que têm um terminal fixo voltado para o consumidor, tipo Lidl ou Continente

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  10. Mudei para o Bankinter e pedi cartões contactless , mas informaram de imediato que não tinham. Na CGD os cartões "novos " não tem por isso tive de reclamar e pedi com contatless. A informação dada pela CGD foi que inicialmente o Banco de Portugal obrigou a acelerar o processo de criação de cartões com esta tecnologia, e mais tarde obrigou a sua remoção de pré-definida para opcional. Falta saber agora de quem é a culpa.

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  11. Curioso os vossos testemunhos, uso o contactless desde o 1º dia, sem qualquer problema, pago dessa forma todos os dias, nunca tive qualquer stress em nenhum estabelecimento.

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  12. Nos supermercados não tenho tido problemas com o uso o de contactless em excepção do Aldi e alguns Minipreço que não têm terminais compatíveis.

    Em muitas lojas e restaurantes quase nunca vejo terminais contacless. O que é pena. Em cafés nunca vi mesmo.

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  13. à vezes aparece terminais que não tem conctactless.
    acima dos 20€ precisa do pin.
    de resto não faltam é cartões gratuitos com conctactless, activobank, wizink, caetano retail, e muitos mais. não tenho tido razão de queixa.

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  14. Resumindo, ignorância e maus hábitos por parte de todos, comerciantes e funcionários que pedem o cartão ao cliente o que é errado pois é um documento pessoal e toda a gente devia negar esse hábito assim como dizer para usar a funcionalidade ou usar sem o consentimento do cliente (marquem o valor e o cliente que pague com bem lhe apetecer), cliente principalmente já com alguma idade que nem sabem o que é e não lêem o que está no visor, os bancos que entregam o cartão com a funcionalidade ativa sem explicar ao cliente. No meu caso à cerca de 3 anos que tenho do Montepio e tive de ativar a funcionalidade.

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  15. Vim agora do supermecado e continuam a informar que não têm contacless.. Isso é recorrente em muitos estabelecimentos.. Estranho pgorque no POS aparece o código de leitura..
    Não quero levantar teorias, mas acho que tem a ver com o sistema informático ainda não estar modificado pelo contacless para sub facturar por programas que trabalham na fuga ais impostos. Todos sabem desde as finanças à ASAE desses programas usados principalmente na restauração e alimentação.
    Não são os português avessos à evolução tecnológica mas antes pelo contrário pela sua capacidade de enganar o sistema informático... Penso eu se que..

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