2019/09/01

Estúdios e fabricantes de TVs avançam com "Filmmaker Mode"


A UHD Alliance vai avançar com a criação de um "Filmmaker Mode", que pretende garantir que os espectadores tenham nos seus televisores a experiência de ver um filme tal como o seu realizador queria que fosse visto - sem aplicação dos efeitos que normalmente são aplicados por muitos televisores.

Há muito que os puristas do cinema fazem os possíveis por garantir que os seus televisores permitem ver os filmes a 24fps, para coincidir exactamente com o framerate do cinema e não sofrerem com a sua adaptação para 50 ou 60fps. O caso "piora", quando se considera que muitos televisores são capazes de apresentar 100 ou 120 fps, e incluem opções de processamento que fazem a interpolação das imagens de modo a criar movimentos mais suaves, ou nítido, ou uma combinação de ambos.

Isto é algo que parece perturbar alguns realizadores, que consideram que isso estraga completamente a experiência de ver um filme, e que levou à criação deste novo Filmmaker Mode da UHD Alliance - um modo que estará facilmente acessível nos televisores, e que desactivará todo o processamento, para que o filme seja visto "como no cinema".



Sendo um fã do cinema, confesso que não sou nada apologista da manutenção dos 24fps que tantos consideram ser "sagrado" na 7ª arte. Isto que uns consideram como sendo um dos pilares fundamentais para que os filmes de cinema pareçam cinema, resulta meramente das limitações orçamentais que remontam ao início da indústria cinematográfica, e que foi considerado o "mínimo framerate possível" que permitisse criar a ilusão das imagens em movimento com alguma qualidade.

Refira-se que até Thomas Edison, na altura, considerava que o mínimo deveria ser de 46fps, quase o dobro do que a indústria acabou por seguir, para reduzir os custos com a película. Quase um século mais tarde, fico assustado por ver realizadores modernos argumentarem em defesa dos 24 fps, em vez de lutarem no sentido de elevarem o cinema digital para os 100 ou 120 fps e nos afastarem dessa pré-história do cinema.

... Vejam um pan lateral rápido a 24 fps... e depois digam-me como é que um qualquer realizador poderá dizer que isso se enquadra na sua "visão artística".

6 comentários:

  1. Hoje em dia alguns filmes já estão não são projetados a 24fps sendo que alguns são projetados a 60 ou mais fps e até fps dinâmicos. Mas acho algo desse género importante para, se principalmente o a nível de cores que o ecrã produz.

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  2. Até compreendo que os realizadores queiram que se desliguem as otimizações de cor e alguns "melhoramentos" de imagem, agora... 24 fps e "ultra wide" como no cinema ?! Para mim é estragar um filme e fico contente que as TV possibilitem passar 24 fps para o dobro ou triplo e que o KODI me permita cortar as bordas dum filme e usar 100% do ecrã.

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  3. Esta é uma daquelas pancas que fazem com que os discos de vinil estejam de novo ( há algum tempo ) na berra, mesmo com vários testes mostrando exactamente o contrário, enfim agora querem reverter a nossa experiência visual, o que vale é que vai ser opcional.

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  4. Queria escrever'' mesmo com alguns testes a mostrar que não existem benefícios com o vinil, pelo contrário a estática está lá e o ruído da agulha a percorrer os canais impressos no vinil''.

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  5. Os realizadores contra o aumento dos quadros por segundo em Hollywood e os cabeçudos "cultos" contra a progressão da ortografia em Portugal.

    Irracionais "só porque sim."

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  6. A indústria cinematográfica é arte e fantasia. O uso de 24 fps ajuda muito a criar esse ambiente na medida em que os nossos cérebros se apercebem de estar imersos num mundo de fantasia, como se estivéssemos a sonhar, e não a ver uma janela directa para a realidade. Não vejo nada de mal nos realizadores quererem fazer filmes assim. Mal comparado, é o mesmo que os pintores continuarem a pintar quadros a óleo com pincéis, quando podiam fazê-lo hoje em dia com materiais muito mais adequados.
    O resto, é com o tempo e com o mercado. Quem quer fazer filmes a 24 fps, faz, quem os quer fazer a 120 ou mais, faz. Com o tempo, julgo, o mercado vai evoluindo e dando a sua preferência ao realismo. Ou talvez não!

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