2019/11/03

Reaction Engines demonstram os seus motores Sabre a Mach 5


Há inúmeras empresas a trabalharem no regresso dos aviões supersónicos, e a Reaction Engines de mais um importante passo nesse sentido demonstrando motores capazes de levarem aviões a velocidades de Mach 5.

Com o fim do Concorde, regressamos a uma era de aviação sub-sónica. No entanto, permanece o sonho de um dia se poder viajar de Londres a Nova Iorque em duas horas, ou atravessar o Pacífico em três horas; e a Reaction Engines quer tornar esse sonho realidade.

Fundada no final da década de 80 por três engenheiros da Rolls Royce, a Reaction Engines está a trabalhar nesse problema há quase três décadas. Um dos principais entraves a estas aeronaves hipersónicas são as temperaturas elevadas, e para isso a sua aposta foi a criação de um sistema que permite arrefecer o ar de forma quase instantânea para permitir que o motor continue a funcionar de forma eficiente e "sem derreter". Um sistema que consegue reduzir a temperatura de admissão do ar para 150ºC negativos em menos de 50 milissegundos, e que agora foi demonstrado com sucesso em condições que simulam o funcionamento a velocidades de Mach 5 (5x a velocidade do som - mais do dobro da velocidade do Concorde).

Este teste dos motores Sabre há muito que era esperado, e ainda bem que os resultados são positivos. É que esta tecnologia não servirá apenas para os futuros aviões hipersónicos, mas também para aumentar significativamente a eficiência em muitas outras áreas, desde motores a jato para voos subsónicos, sector energético (geradores), indústria automóvel, de refrigeração, e muito mais.

5 comentários:

  1. "Um dos principais entraves a estas aeronaves hipersónicas são as temperaturas elevadas". Os principais entraves são os consumos elevadíssimos e o ruído da onda de choque, óbvio que a fiabilidade também (E no concorde os motores incendiaram -se a velocidades baixas)

    ResponderEliminar
  2. Os motores do Concorde incendiaram-se porque foram atingidos por lixo deixado na pista, não foi por falta de fiabilidade ou problema mecânico.
    De qualquer forma está por esclarecer os consumos e o ruído da onda de choque nesses Reaction Engines, sem resolver esses dois pontos eu creio que a viabilidade comercial dos motores não tem pernas para andar.

    ResponderEliminar
  3. O concorde só voava supersónico sobre o Oceano. (Observei isso várias vezes no radar de Paços de Ferreira).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim existiam essas limitações, o problema agora não é tanto do ruído produzido pelos motores, mas sim o seu consumo.

      Eliminar
  4. Como é que funciona esse sistema que consegue reduzir a temperatura de admissão do ar para 150ºC negativos em menos de 50 milissegundos?

    Caso seja suficientemente eficiente, isso poderá ser a solução para milhentos outros desafios da engenharia atual que necessitam de refrigeração constante para se tornarem viáveis.

    ResponderEliminar