2020/06/22

Finanças dos EUA usaram localização de smartphones para localizar suspeitos


Comprovando os receios de que a monitorização supostamente "anonimizada" da localização dos smartphones não é assim tão anónima, até o serviço de Finanças dos EUA comprou bases de dados com estes dados com o objectivo de localizar suspeitos.

Há muito que se tem demonstrado que os dados de localização não precisam de estar associados a um utilizador para permitir que facilmente seja identificado. Sabendo-se o local de trabalho e de residência de uma pessoa, facilmente se consegue identificar o seu registo "anónimo" entre milhões de percursos registados com a localização.

São por isso dados que são altamente apetecíveis para toda uma série de entidades, incluindo as autoridades, neste caso, fiscais. É que, ao contrário do que acontece com os pedidos de dados de localização por via oficial, que têm que seguir os trâmites legais e serem aprovados por um juiz, estes dados de localização pseudo-anónimos podem ser comprados a empresas de marketing sem necessidade de qualquer justificação, e utilizados como muito bem se entender, sem qualquer limitação.


Ultimamente, para o caso em questão, as Finanças dos EUA esperavam conseguir localizar uma pessoa que estivesse presente em determinados locais na data em que sabiam que tinham ocorrido transacções alegadamente relacionada com actividade criminosa. Uma missão que dizem não ter tido sucesso.

Mas, o facto de não terem sido bem sucedidos desta vez não invalida que a táctica volte a ser utilizada e expandida no futuro, como forma das autoridades terem acesso à localização dos cidadãos, indiscriminadamente e sem qualquer supervisão judicial.

Estará na altura de exigir um controlo bastante mais apertado sobre quem regista dados de localização e que tipo de empresas / entidades lhes podem aceder?

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