2020/06/27

Reconhecimento facial faz prender homem errado nos EUA


Nos EUA deu-se aquele que terá sido o primeiro caso de detenção causado por reconhecimento facial errado, servindo como sinal de alerta para a falibilidade do sistema.

As séries policiais têm, ao longo de muitos anos, incutido a ideia de que facilmente se podem apanhar criminosos com recurso ao reconhecimento facial. Em séries como CSI, até uns poucos pixeis captados num reflexo de uma janela são suficientes para serem "enhanced" e transformarem-se num rosto onde até se podem ver os poros da pele - para logo de seguida permitirem identificar o suspeito nas bases de dados.

Só que no mundo real as coisas raramente funcionam assim tão bem, e o caso de Robert Julian-Borchak Williams torna-se num exemplo disso. Este senhor foi detido à porta de sua casa, em frente à sua família, como um comum criminoso, por alegadamente ter roubado uma loja. O problema é que, mesmo com base nas imagens de pouca qualidade das câmaras de vigilância, não era preciso nenhum especialista para ver que não se tratava da mesma pessoa - mas ainda assim, os agentes procederam à sua detenção por o sistema de reconhecimento facial lhes dizer que ele era o seu suspeito.


Como ainda recentemente vimos com o Face Depixelizer, há que ter consciência de que, lá por algo sair de um computador, não quer dizer que seja uma verdade absoluta. No caso de Depixelizer, ficou demonstrado como ele pode facilmente pegar num rosto conhecido e "inventar" um rosto que nada tem a ver com o original - mas que, se por acaso estivesse implementado numa ferramenta policial de "melhoramento de rostos", poderia fazer com que fossem buscar uma pessoa completamente inocente (como aconteceu na realidade neste caso).

O reconhecimento facial é apenas uma ferramenta; e como com qualquer outra, há que estar informado das suas vantagens e desvantagens, e ter consciência de que pode falhar.

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