2020/08/18

Análise ao TCL 10L


Falar do TCL 10 L implica obrigatoriamente que se fale do TCL 10 Pro também lançado este ano e ainda no TCL Plex, com os três smartphones a partilharem entre si algumas das suas características; algo que, como já tivemos oportunidade de referir na análise do TCL 10 Pro, acaba por dificultar a vida à própria marca e também aos consumidores. Mas aqui está ele.




Unboxing



O smartphone surge em primeiro plano, havendo mais uma vez a referência ao "Display Greatness", slogan que acompanha esta nova série de terminais da TCL.



Por baixo do smartphone, os acessórios, devidamente arrumados em caixas individuais.



Dentro da caixa, além do smartphone, uma sempre útil capa de silicone, documentação de referência, cabo UBS-C e um carregador. De notar, a ausência dos auriculares, com as marcas a optarem por reduzir custos neste departamento dos acessórios que acompanham o produto.



O carregador segue a linha em que este smartphone se insere, apresentando uma potência de carregamento de apenas 10W, com uma relação de 5V/2A.


O TCL 10 L



A TCL aposta na continuidade, com o TCL 10 L a seguir as linhas do TCL Plex apresentado no ano passado, com um corpo alongado onde o policarbonato domina em toda a linha. Este facto contudo, não tem influência no design do equipamento, sobretudo no que à traseira diz respeito, com os efeitos de luz a acrescentarem um toque requinte.

O ecrã apresenta um anel de plástico a toda a volta, para ligação deste com o corpo do smartphone. Não sendo a opção mais bem conseguida em termos estéticos, adiciona um grau extra de protecção ao equipamento. De referir que este anel tem uma altura suficientemente reduzida, para não se tornar incómodo quando seguramos o smartphone na mão, mas não consegue igualar o conforto transmitido pela curvatura da traseira.




No canto superior esquerdo, um furo para a câmara frontal. As margens não sendo reduzidas, conseguem manter-se dentro de níveis aceitáveis, com a inferior a ser a que apresenta a maiores dimensões.



Na lateral superior, uma entrada para um jack de 3,5mm, um microfone e a grelha para a coluna destinada às chamadas de voz, a qual surge incluída no anel que protege o ecrã.



Na lateral oposta, a porta USB-C, ladeada por duas grelhas para saída de som.



Do lado esquerdo, o adaptador para os cartões SIM e SD e a Smart Key que entretanto acabou por se tornar uma Dumb Key...



À direita, botões de volume e power.



A traseira, mais uma vez com efeitos de luz bem conseguidos, apresenta duas zonas distintas.



A ilha de câmaras surge agora numa sempre inconveniente protuberância. Um pouco mais abaixo, ao centro, o sensor de impressões digitais que repete o formato quadrado do Plex, sendo por isso menos confortável que os os sensores com formato circular.



Em termos de hardware, o TCL 10 L apresenta um processador Snapdragon 665, um octa-core com núcleos Kryo 260 (4 x Gold a 2.0 GHz e 4 x Silver a 1.8 GHz, GPU Adreno 610, ecrã de 6,53" com resolução 1080 x 2340, 395 PPP, numa relação 19.5:9, a ocupar 91% do corpo, 6GB de RAM e 128GB para armazenamento, com 107GB a ficarem disponíveis para o utilizador. A bateria tem 4000mAh e em termos de conectividade, suporta WiFi ac, Bluetooth 5.0 e NFC. Tem quarteto de câmaras na traseira (48 MP + 8 MP + 2 MP + 2 MP), um sensor de 16MP na câmara frontal, mede 162,2 x 75,6 x 8,4 mm e pesa 180 g.


Em utilização



Esta nova linha de smartphones da TCL, pese embora seja interessante, sofre de um erro de casting, com a marca a reutilizar o processador do TCL Plex no smartphone errado. Esta escolha, já criticada na análise do TCL 10 Pro, é mais uma vez referência nesta análise, pois o Snadragon 675 deveria ter sido o processador escolhido para este TCL 10 L, ao invés do Snapdragon 665.




O processador acaba por cumprir a sua missão, mas com tudo a acontecer a um ritmo devidamente ritmado, sem lugar a grandes acelerações. Não à pausas ou bloqueios, apenas tudo se processa de uma forma um pouco mais lenta do que o desejável, algo que para um gama média-baixa pode ser considerado aceitável.


A autonomia esteve em linha com o esperado, com o TCL 10 L a permitir um dia de utilização intensiva sem qualquer tipo de preocupação, chegando ainda com carga ao final da noite. O teste no Geekbench 4 Pro mostra uma situação interessante, com carga no CPU a diminuir substancialmente quando a bateria fica com pouca carga, algo que permitiu ampliar o tempo de execução do teste.



O sensor de impressão digital, embora com formato quadrado, acaba por ser eficaz no reconhecimento do dedo do utilizador. O desbloqueio só não é mais rápido porque o ecrã demora algumas fracções de segundo a ligar-se.



A interface deste TCL 10 L segue a linha dos equipamentos lançados no último ano, com a marca a não apresentar grandes alterações em termos gráficos, opção que naturalmente se saúda. O sistema de navegação por gestos segue as orientações definidas pela Google, mas caso não sejam fãs deste último, podem sempre optar por uma proposta semelhante à apresentada pela Samsung, com três áreas na zona inferior no ecrã, ou em alternativa, podem optar pelos tradicionais botões virtuais.



O Android 10 seria o mínimo exigido e neste campo a TCL cumpriu o que se lhe poderia exegir. Já no que às actualizações de segurança diz respeito, não podemos dizer os mesmo, com o smartphone a chegar com um patch de Janeiro 2020, que só foi alvo de actualização, no final de Julho, com o patch a passar para o mês de J̶u̶l̶h̶o̶ , perdão Maio! Quinze dias passados, chegou uma nova actualização, agora sim com o patch de Julho, algo bem mais em linha com o que se deve exigir a todas as marcas. Não é uma boa prestação neste campo que em nada sai beneficiado com a ausência de uma confirmação da actualização para Android 11.

Edit: A actualização para o Android 11 já foi disponibilizada.



O notch gota de água surge numa posição idêntica à apresenta no Plex, mas TCL soube corrigir a mão, com horas a já não ficarem ficarem cortadas, sendo apresentados os quatro dígitos. Caso assim pretenda, o utilizador pode optar por utilizar a da barra de notificações, estendendo a área disponível para as apps.

Tal como no caso do TCL 10 Pro, a Smart Key continua a marcar presença. Infelizmente, tal como aconteceu no caso do 10 Pro, o último update veio tornar esta Smart Key numa Dumb Key, que passa apenas a servir para uma única função, ao invés de rês funcionalidades, com o assistente da Google a ser a única opção disponível. O mais caricato no meio desta situação, é que a tecla acaba por se tornar redundante, pois basta um gesto na diagonal na zona inferior do ecrã, para chamar o assistente da Google.

Segundo a TCL, esta opção visa fortalecer a ligação com a Google. Não questionando esta decisão, lançar um smartphone com uma funcionalidade, publicitar a mesma de forma abrangente e vir semanas mais tarde reduzir de forma drástica a utilidade da Smart Key, acaba por prejudicar os consumidores, que em nada saem beneficiados com esta decisão.


As câmaras


  • Resolução: 48 MP + 8 MP + 2 MP + 2 MP
  • Sensor de imagem: S5KGM1 + GC8034 + GC2385 + GC2385
  • Abertura: F1.8 + F2.2 + F2.4 + F2.4
  • Tamanho do sensor: 1/2.25" + 1/4" + 1/5" + 1/5"
  • Tamanho do píxel: 0.8 μm + 1.12 μm + 1.65 μm + 1.65 μm

Este conjunto de câmaras acaba por ser bastante versátil, com as imagens de 12MP do sensor principal a combinarem a informação de 4 pixels em um os 8MP do sensor ultra wide a serem opção para enquadrar imagens de paisagens. A opção de um sensor macro, no lugar de um telephoto é questionável, sobretudo quando o primeiro não acrescenta muito em termos de qualidade de imagem.



A interface da câmara segue a linha do que vem sendo apresentado pela TCL. À esquerda temos uma fila de ícones com os filtros (em tempo real), controlo do flash, temporizador, HDR, formato da imagem e definições. À direita, ou na zona inferior do ecrã, consoante a sua orientação, uma fila de modos de fotografia / vídeo, e uma segunda fila com um ícone para alterar a câmara traseira e frontal, o botão de disparo, atalho para o Google Lens e o acesso à galeria. São apresentados ainda dois ícones na zona inferior do ecrã, para acesso ao zoom e modo ultra wide.

Além do modo automático, vídeo, retrato, Super Macro e Pro, estão ainda disponíveis mais algumas opções, que permitem obter efeitos interessantes, tanto em fotografia como em vídeo.

TCL 10 L

Em modo automático, as cores são intensas, aparecendo por vezes com elevada saturação, algo que contudo acaba por ser agradável à vista, sobretudo nas fotografias em zonas bem iluminadas. É algo que no entanto falta nas imagens com o sensor ultra wide, com as cores a surgirem mais esbatidas e o detalhe a ser inferior, sobretudo quando a luz solar é mais reduzida.


Apreciação final



A gama média está a ser cada vez mais disputada, com as diferentes marcas a procurarem garantir uma posição de destaque neste segmento de mercado. 2020 foi o ano em que TCL apostou forte na gama média, lançando numa primeira fase três equipamentos, com este TCL 10 L a ser a proposta para a gama média-baixa. Olhando para o desempenho global deste smartphone, temos aquilo que se deve exigir para uma prestação sem grandes compromissos, havendo apenas a lamentar a opção pelo processador Snapdragon 665, isto quando a sua concorrência directa apresenta equipamentos com processadores Snapdragon 7XX. Esta diferença no processador não terá um elevado impacto no desempenho, mas um conjunto de núcleos e GPU mais modernos e sobretudo um processo de fabrico mais avançado (8nm), acabam por penalizar a escolha da TCL, razão pela qual este TCL 10 L se fica por um "Morno", com a política de atualizações do Android a também contribuir decisivamente para esta avaliação.

Com um preço a começar na casa dos 220€, o TCL 10 L deverá ser uma opção a ter em conta pelos consumidores, sobretudo aqueles que dão maior importância ao desgin do smartphone e procuram um ecrã de boa qualidade.



TCL 10 L

Morno

Prós
  • Qualidade de construção
  • Android sem grandes modificações

Contras
  • Processador
  • Saliência do módulo de câmaras
  • Actualizações do Android



TCL 10L

Morno (3/5)

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