As proteínas são os componenentes base de toda a biologia, podendo ser consideradas as nano-máquinas biológicas que nos permitem ser quem somos. No entanto, por trás da sua aparente simples cadeia de aminoácidos escondem-se uma série de problemas quando se está a tentar criar novas proteínas com novas funções. Isto porque as proteínas dobram-se e retorcem-se sobre si próprias dependendo dessas sequências, como um puzzle tridimensional que se complica sobre si mesmo, criando estruturas em cima de estruturas, com formas complexas de prever - o que é um problema grave, quando essa mesma forma final tem também papel fundamental na sua função e funcionamento.
Há décadas que os cientistas têm tentado criar um sistema que permita prever a forma final de uma proteína, mas os resultados quase sempre ficavam aquém do desejado. Em 2018 o AlphaFold da Google permitiu antecipar melhorias, ao aumentar a precisão dos 40 GDT para perto de 60 GDT (com um valor de 100 GDT a significar que a simulação é exactamente igual ao resultado real); mas com o novo AlphaFold 2 o valor saltou para os 92.4 GDT em média - o equivalente a um erro de apenas a largura de um átomo - e mesmo no caso das proteínas mais complexas usadas para testar a precisão destes sistemas de simulação, atingiu 87 GDT.
O objectivo é que com o AlphaFold 3 os resultados possam manter-se no patamar superior a 90 GDT até mesmo para as proteínas mais complexas, mas mesmo no estado actual, o AlphaFold 2 poderá ser um precioso aliado no desenvolvimento de novas proteínas que possam auxiliar no combate de doenças e condições crónicas, usando as ferramentas que a própria biologia utiliza para rectificar as coisas que precisam de ser corrigidas.
Actualização: 18 meses mais tarde, já temos a estrutura de todas as proteínas conhecidas.
Troca de dedos, deveria ser "retorcem-se".
ResponderEliminarCorrigido. Obrigado.
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