2021/01/16

Apenas 39% dos Portugueses que descarregaram app Stayaway Covid continuam a utilizá-la

Numa altura em que passamos por nova vaga complicada de Covid-19, com número recorde de infectados, a app Staway Covid revela-se um falhanço completo.

Há muito que se pede que fossem disponibilizados dados sobre a eficácia da utilização da app, e agora ficamos a saber que o sentimento geral é de desilusão. Dos 2.95 milhões de portugueses que a instalaram, apenas 1.15 milhões continuam a usar a app. Mas mais esclarecedor é que, apesar de em Portugal já se terem ultrapassado os 520 mil casos confirmados, nos últimos 5 meses apenas foram enviados 2708 alertas de contágio.


O Inesc Tec atira as culpas para a falta de organização e formação dos médicos, e tenta agora fazer alterações (se a CNPD aprovar) para que os códigos possam ser enviados directamente para o smartphone dos cidadãos em vez de terem que solicitar o código ao médico - coisa que aparentemente raramente é feita.

De qualquer forma forma fica demonstrado aquilo que se criticou desde o início, de que a app não seria funcional e não traria qualquer vantagem prática - e não adiantará estar a atirar as culpas para uns ou para outros.

É triste vermos esta situação de nova vaga galopante numa altura em que já se deu início ao plano de vacinação anti Covid-19, e que significará que mais alguns milhares de portugueses irão morrer num fase em que potencialmente já poderiam ter sido salvos pela vacina.

12 comentários:

  1. Eu estava 100% de acordo com a utilização da aplicação, até que toda a gente com quem falei que teve covid me disse que nunca recebeu o código nem lhes foi falado de tal coisa. Depois disso removi a app

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    1. Se em vez das pessoas negarem e aproveitarem para dar uma de velhos do Restelo a deitar abaixo, se exigissem os códigos, e expusessem publicamente para criar pressão sobre os meios de decisão logo em Setembro-Outubro, o resultado atual poderia ser bem diferente.
      Como é indicado nas notícias, a empresa que desenvolveu a app diz que tem a alteração de envio automático dos códigos para o telemóvel pendente aprovação por levantar dúvidas de proteção de dados... Desde Novembro!

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    2. Ou seja as leis da protecção de dados está a ajudar a matar pessoas, mais uma vez implementam leis sem investigar a fundo as implicações que podem vir a existir... vai mais um coockie?

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    3. Deixei de poder tirar fotografias aos meus filhos nas escolas, passei a ter de levar/aceitar com avisos de coockies constantemente em todos os sites onde vou, (mesmo que seja só para ler 1 ou 2 linhas de texto tenho de ler um aviso de varias linhas antes). Muitas facilidades em processos digitais passaram a ser impedidos de funcionar por não terem a certeza se estavam a transgredir estas novas legislações... Gostava de saber em que é que realmente estamos melhor com as novas leis da protecção de dados (não contando com aumento do trabalho dos advogados/políticos)...

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  2. Ó mister backonline, já agora, jogas no euromilhões? Vou assumir que sim (nem que seja de vez em quando :)). Pergunto porquê? Ora porque a probabilidade de ganhar é uma em centenas de milhões e no entanto lá se gastam os 2,5€. Mas no caso da app, que custa 0€, e que tem uma probabilidade de ser útil bem menor, o pessoal desinstala.
    O que eu quero dizer é que não me custa nada ter a app no telemóvel havendo sempre a possibilidade (ainda que remota) de ser útil.

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    1. Obrigado pela analogia!

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    2. Eu estava de acordo contigo até criticava arduamente quem não instalava a aplicação a verdade é que não tem utilidade porque das mais de 10 pessoas que conheço que tiveram covid nenhuma teve o código. Algumas pediram o código e não tiveram resposta.

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    3. Eu faço a minha parte, testes de covid semanais não tenho contacto desnecessários, uso máscara sempre que estou na presença de alguém.

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  3. De qualquer forma forma fica demonstrado aquilo que se criticou desde o início, de que a app não seria funcional e não traria qualquer vantagem prática - e não adiantará estar a atirar as culpas para uns ou para outros.

    Este parágrafo é 100% subjetivo e na minha opinião falso. Independentemente da aplicação do conceito ter sido mal executado, seja porque razões for a app, a funcionar como foi concebida, teria sido extremamente útil. Temos notícias a indicar que quase 90% dos novos infectados das últimas semanas não sabem como foram infectados. Consequentemente as conversas com os especialistas resultam em recomendações subjectivas que apontam em direções às vezes opostas (tema do encerramento das escolas) e dessa forma quem toma decisões que afeta a vida de todos, fá-lo de forma 100% política e muito pouco sustentada.

    Num cenário, nada utópico, (em que bastaria que a população ouvi-se mais as recomendações da classe científica e os políticos decisores em vez de comentadores e negacionistas à procura de alimentar o ego, à procura de seguidores que procurem todo o que seja do contra) teríamos uma ferramenta para determinar com determinados critérios, quando é que uma determinada pessoa terá tido alta probabilidade de ter sido infectada e assim tomar decisões mais esclarecidas.

    Mas não, é melhor entrar pelo FUD,e sermos aprisionados em casa com base em best guesses. Não há explicações para a subida dos números em Outubro (uma das respostas mais fáceis seria a abertura das escolas, mas continua a haver quem defenda que as crianças não são um vetor de contágio preocupante), agora com nova subida ainda mais abrupta a teoria é do relaxamento do Natal, mas por outro lado já lá vão 3 semanas e os números não baixam, enquanto que os especialistas indicam que o tempo de encubação é de horas a dias e não de semanas.

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  4. Na minha opinião o problema não foi a aplicação, mas a falta de definição e implementação de um processo ágil que pudesse assegurar a disponibilização dos códigos logo que se confirmasse a resultado do teste. Quando se desenvolve um produto não se pode pensar só na parte tecnológica, tem que se ter em conta todo o processo e fluxo de informação, e tem que se envolver todas as entidades que necessitam de ter uma intervenção de forma a assegurar que este irá funcionar. O que me parece aqui é que não ninguém deu a devida atenção a definição desse processo, ficaram-se apenas pelo desenvolvimento da aplicação assumindo que tudo o resto aconteceria de forma natural.

    Considero isto uma vergonha para o nosso País, sendo nos um país de referência com excelentes profissionais na área das tecnologias de informação.

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  5. Continuo a dizer o que sempre disse desde o início: com um nome em 'estrangeiro' nunca poderia ter sido uma coisa bem pensada.

    Foi uma coisa para dar espetáculo para inglês ver.

    Muita parra e pouca uva.

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  6. Subscrevo a maior parte do comentários aqui feitos, e lanço esta reflexão:

    A meu ver, nós como comunidade 'geek' falhámos e não ajudámos a isto correr bem, lançando suspeitas sobre o sistema, sobre privacidade, sobre segurança, dúvidas que tem o seu espaço, mas que fizeram soar os alarmes de muitos influenciadores por aí fora e destes a população em geral (um pouco como agora como o efeito manada do whatsapp).

    Nesse sentido, tenho dificuldade de compreender esta frase do AAdM: "De qualquer forma forma fica demonstrado aquilo que se criticou desde o início, de que a app não seria funcional e não traria qualquer vantagem prática", não está à altura da responsabilidade cívica e pedagógica que este espaço sempre tem tido. Mas... estamos sempre a tempo mudar para melhor :)

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