Na China, as restrições mais apertadas nos jogos estão a dar origem a uma geração de jovens especializados em contornar as regras.
A China tem um longo historial de considerar os videojogos como "poluição espiritual", e recentemente aplicou as suas mais restritivas medidas até à data, permitindo que os menores joguem apenas 3 horas por semana. Mas será essa medida verdadeiramente eficaz? Talvez, mas não no sentido que os legisladores esperariam. Tal como aconteceria em qualquer parte do mundo, são muitos os jovens que arranjam forma de contornar estas restrições, usando os smartphones de pais e avós, e havendo até uma vaga de negócios de smartphones que se podem comprar ou alugar. Para combater isso já foram implementados sistemas de reconhecimento facial, para tentar garantir que os utilizadores são mesmo quem dizem ser, mas isso parece ser capaz de impedir que os jovens continuem a jogar.
Muitos consideram também ridículo que um jovem de 14 anos na China possa ter relações sexuais consensuais, mas depois tenha que esperar até aos 18 anos para poderem jogar jogos de vídeo como e quando quiserem. E essa restrição pode, ela própria, dar origem a exageros, com relatos de jovens que passam tempo excessivo nos jogos assim que fazem 18 anos, como tentativa de compensarem as limitações a que estavam sujeitos até então. Outros relembram que os jogos online acabavam por ser o seu escape diário e a forma de socializarem com amigos, com a alternativa a ser estar sozinho em casa, à espera que os pais regressem (tarde) dos seus trabalhos.
E claro, há ainda aqueles que relembram que, mesmo sendo impedidos de jogar, passam o seu tempo a ver vídeos e livestreams na internet de outras pessoas a jogarem - demonstrando que os resultados de uma proibição de jogar dificilmente terá os resultados idealizados por aqueles que se lembrem de criar esse tipo de restrições.
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