A polémica opção "Do not track" que a Apple adicionou no iOS 14.5 não é tão eficaz quanto os utilizadores podem ser levados a crer.
A opção tornou mais visível uma opção que os utilizadores já tinham nos settings, agora aplicada app a app em vez de ser aplicada globalmente. A alteração parecia ser significativa, ao ponto do Facebook entrar em pânico e fazer campanha nos jornais contra ela, assumindo-se como um "defensor dos pequenos negócios". Só que o tempo está a demonstrar que não havia necessidade disso e que, na prática, pouco ou nada mudou.
Embora a Apple tenha proibido a recolha de dados, os developers e gestores de redes de publicidade fizeram a sua própria interpretação das regras. O resultado, é que continuam a recolher todos os dados que recolhiam - mesmo no caso dos utilizadores dizerem que não querem - justificando isso com a aplicação de sistemas que, em vez de tratarem os dados de cada utilizador individualizado, os agrupam em grupos de interesses para dizerem que são tratados de forma anónima. O mesmo tipo de técnica que a Google tem tentado promover com o seu FLoC como alternativa ao tracking dos cookies, e que tem recebido tanta oposição que a Google até optou por o adiar para 2023.
Conhecendo-se o panorama judicial nos EUA, não será descabido que daqui por uns tempos se assista a um processo de utilizadores contra a Apple, por estar a criar a ilusão de que os utilizadores estão a salvo do tracking quando dizem que não querem que uma app o faça. Na verdade, o tracking continua de boa saúde, e será pouco provável que isso se venha a alterar nos sistemas da Apple e Google a curto prazo ou médio prazo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)