2022/01/13

Autoridades alemãs usam app de tracking de Covid-19 para identificar pessoas

Confirmando os receios dos que criticam as apps de contact-tracing Covid-19, as autoridades alemãs usaram os dados da app Luca para identificarem pessoas que estiveram perto de outra.

Apesar de, desde o início, os proponentes das apps de contact-tracing assegurarem que tudo seria feito de forma anónima e que não haveria forma de se saber directamente quem esteve perto de outras pessoas, na Alemanha fica demonstrado que não é bem assim. As autoridades requisitaram os dados da app de contact tracing Luca, para identificarem pessoas que estiveram perto de um indivíduo para servirem como testemunhas num caso de uma morte suspeita de um homem após ter saído de um restaurante.

As autoridades terão identificado mais de duas dezenas de pessoas por este meio - e, com este caso, deitado por terra todas as promessas e expectativas de privacidade que eram prometidas.

Parece-me ter sido uma má opção das autoridades alemãs, que facilmente poderiam ter obtido dados idênticos "à moda antiga", pedindo os registos de pagamento no restaurante para saberem quem lá esteve na data em questão. Mas, importa relembrar que esta não seria a única forma. Nos EUA é cada vez mais frequente as autoridades pedirem os registos de localização dos operadores de telecomunicação e empresas como a Google e Apple, para saberem que smartphones estiveram em determinado local a determinada hora. Pelo que, mesmo que os mais desconfiados não queiram utilizar uma app de contact tracing Covid-19, isso não os livra de poderem ser localizados de outras formas.

5 comentários:

  1. Bora lá continuar a demonizar as apps de contact-tracing, mesmo as já estão mortas por ostracização!

    Isto aproveitando para generalizar todas as apps que partilham um propósito, como estando implementadas da mesma forma e tendo as mesma falhas de segurança.

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    1. Há quem esteja preocupado com a eventual invasão de privacidade de 20 pessoas que foram identificadas para servir de testemunhas... e há quem olhe para os milhares de óbitos que tivemos entre Dezembro e Fevereiro, há um ano, e pensa quantas poderiam ter sido evitadas se tivéssemos um mecanismo automático para alertar pessoas para evitarem contactos antes de infetarem inconscientemente outras pessoas.

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    2. A stasi alemã não diria melhor

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    3. Também há quem se esqueça do que custa recuperar direitos perdidos. A vida é importante, mas os direitos que se vão perdendo irão ter impacto em muitas mais, a saúde pública deverá ser garantida dentro daquilo que a democracia permite, estados autoritários não têm o costume de querer saber de direitos humanos. Acorda para a vida e pensa só um bocadinho para além do óbvio e do que leste no sapo.

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  2. A app não é igual à portuguesa, é mais invasiva.

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