2022/06/17

Reino Unido quer o fim dos popups dos cookies

Os popups de consentimento dos cookies são uma das maiores idiotices deste século, mas do Reino Unido chega uma proposta que visa erradicá-los e manter a privacidade dos utilizadores.

Os popups dos cookies vão ficar para a história como um dos exemplos perfeitos de como as boas intenções podem resultar numa implementação completamente absurda e ridícula, obrigando milhões de pessoas a clicarem em centenas de popups por dia, que ainda por cima podem nem sequer ter qualquer validade funcional. Basta relembrar que facto de alguém clicar "não" num desses popups não invalida que o site continue a fazer o tracking do visitante, se assim o entender.

Por isso, o desejo do Reino Unido é passar esse controlo para o único elemento que efectivamente pode controlar os cookies: o browser. Em vez de sujeitar as pessoas a intermináveis popups, a ideia é transferir a aceitação ou não aceitação do consentimento para o browser.
No passado já tivemos uma tímida tentativa disso, com os pedidos de "do not track", mas que continuavam a estar dependentes dos sites visitados fazerem o que lhes era pedido. Desta vez, parece que a ideia será mais próxima do resultado que se tem ao utilizar ad-blocker ou bloquear os cookies para determinados sites, mas implementando isso directamente no browser e com controlo mais fácil por parte dos utilizadores.

A ideia é boa, mas o risco desta vez é que poderá chegar tarde demais. A maioria dos browsers já se está a preparar para o fim dos cookies, com todas as empresas com interesse no tracking (como a Google, Meta / Facebook, etc.) a procurarem novas formas de o fazerem. Por isso, a não ser que a medida seja abrangente e aplicável ao que vier a seguir, arrisca-se a solucionar o problema dos cookies quando os cookies já não forem o problema.

2 comentários:

  1. E já vem tarde. Com o "Global Privacy Control" (https://globalprivacycontrol.org) é muito fácil dar esse passo, em especial se exigirem que os browsers suportem tal.

    ResponderEliminar