A Amazon volta a relembrar os perigos de se confiar na cloud, anunciando que irá encerrar o seu cloud Drive no final de 2023.
A Amazon parece ter decidiu escrever o capítulo final da longa saga do Cloud Drive. O Cloud Drive foi um serviço que desde logo conquistou imensos clientes, prometendo espaço ilimitado para fotos por $1 por mês, ou espaço ilimitado para tudpo por apenas $5 por mês. Contando com um nome como o da Amazon, um dos maiores nomes dos serviços na cloud, a proposta era irresistível, mas acabou por se revelar uma inesperada história dos riscos de confiar na cloud.
Bastou um ano para que a Amazon trocasse as voltas aos clientes, deixando de oferecer a modalidade de fotos ilimitadas, obrigando os clientes a migarem para o plano ilimitado global, cinco vezes mais caro. E, voltando a repetir a dose, no ano seguinte voltou a dar novo pontapé na confiança dos clientes, acabando com a modalidade ilimitada.
Agora, a novela tem finalmente um fim anunciado, com a Amazon a revelar que vai encerrar o Cloud Drive por completo a 31 de Dezembro de 2023; deixando de aceitar uploads a 31 de Janeiro.
O anúncio só não é mais ridículo por causa de todos os "tiros no pé" que a Amazon já tinha dado anteriormente. Mas, ainda assim, serve como um exemplo perfeito dos riscos das "clouds". Se a Amazon, um dos nomes mais poderosos das "clouds", se digna a encerrar um drive na cloud, que confiança se pode ter que qualquer outro serviço na cloud não faça o mesmo?
A Google também já presenteou os utilizadores com o fim do espaço ilimitado para as fotos, depois de durante alguns anos ter treinado as pessoas a lá acumularem gigabytes e mais gigabytes de fotos e vídeos, fazendo com que, para grande parte, a única opção viável fosse começar a pagar pelo espaço. Agora, imagine-se o que seria se, como a Amazon, também se limitasse a dizer: afinal vamos encerrar isto, desculpem lá e até à próxima!
2022/07/29
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As jogadas das empresas capitalistas no seu melhor.
ResponderEliminarHá empresas (privadas) não capitalistas? Alguma de nível privado sem ânimo de maior lucro? Lol
EliminarJá ouviste falar do terceiro sector? São exemplos de empresas privadas que não visam fazer lucro só por si.
EliminarAinda me lembro quando o gmail começou. Espaço de 1 giga para "nunca mais ter de apagar um mail". Isto em 2001. Agora chegas aos 15 e a Google começa a mandar-te notificações
ResponderEliminarO famoso: "primeiro cria a necessidade depois aparece com a solução vendendo o serviço/produto!"
ResponderEliminarOs anos de gratis, ilimitado, para sempre, 'sem preocupações',... foram "apenas" alguns anos de investimento das grandes empresas tecnológicas na criação da 'necessidade', porque o serviço/produto já estava no forno para ser vendido logo a seguir.
Depois como estão quase blindadas com mega escritórios de juristas a redigir e rever os ToS e condições legais de fornecimento dos serviços para além de as empresas estarem muito espalhadas geograficamente as grandes empresas tech estão a salvo de ações populares e aproveitam a dificuldade que é associações de consumidores e/ou utilizadores levarem estes casos a tribunal e exigir biliões por quebras de contrato, publicidade enganosa, práticas comerciais desleais e ausência de 'bona fide'...
E que venha a próxima necessidade ;)
Vamos a ver, para quem obtêm muitas coisas gratuitamente, a malta reclama imenso... ou seja, mundo Google como exemplo: motores de busca, mail, armazenamento, YouTube, etc. e ninguém gasta um tostão (porque ganham com a publicidade e vender dados anónimos) mas no entanto, se fecham algo a mais reclama. Isto sendo grátis já se sentem "no direito". Já parecem os apartamentos e subsídios sociais, como são dados a custo zero, a malta "já tem direito". Eu se me fecha um serviço grátis procuro outro ou então de pagar (NAS? Dropbox?). Agora não reclamo da empresa, era grátis... mas ok, parece que se deve protestar...
EliminarAcho que podemos concordar que não existe nada gratis, nunca houve almoços gratis. O que variam é as condições e contrapartidas. E se ceder informações pessoais que depois se transformam em targets comerciais, ceder privacidade, ceder padrões de consumo/comportamento é pouca coisa que é dada em troca de um serviço supostamente "gratis" então concordamos em discordar.
EliminarSobre este caso concreto da Amazon Cloud, nunca foi gratis.
Sobre apoios sociais, nunca foram ou são gratis, são fruto dos impostos e da distribuição da riqueza e de uma procura de igualdade de oportunidades e de coesão social e territorial; a democracia, a nossa constituição e um estado social e de direito tem custos, também não é gratis. Mas isso são outros trezentos.