Com cada vez mais processamento AI nas fotografias, a Samsung justifica-se dizendo que já não existem "fotos reais".
Há quase um ano, a Samsung enfrentou a polémica de usar uma lua "falsa" para melhorar fotos da lua, e com os recentes avanços das tecnologias AI, aquilo que se obtém nas fotos começa a tornar-se cada vez menos uma representação da realidade e mais numa coisa ao gosto do utilizador: quer isso passe pela melhoria de texturas, eliminação de elementos indesejados, ou reposicionamento de pessoas para um melhor enquadramento.
Tecnicamente, a Samsung está correcta quando diz que já não existem "fotos reais". A imagem lida directamente por um sensor de imagem é algo que poderia surpreender - pela negativa - qualquer comprador de um smartphone. A Google demonstrou isso exemplarmente quando começou a dar visibilidade à "fotografia computacional", que evidenciava o forte impacto que o processamento de imagem tem na produção de uma fotografia final com o melhor aspecto possível, usando múltiplas capturas e toda uma série de técnicas. Nas selfies, também há muito que os fabricantes começaram a aplicar filtros de "embelezamento", que suavizam a pele, para apresentar resultados mais em linha com o aspecto que as pessoas pensam ter.
Existe uma ténue linha entre o processamento digital que se limita a melhorar aquilo que é captado pelo sensor, e aquele que começa a ir para além disso e a criar / manipular coisas que podem nem sequer existir na realidade. Ambas podem ser usadas de forma correcta ou de forma excessiva e abusiva (até em coisas tão simples como os fabricantes de smartphones económicos que redimensionam as fotos para dizerem que têm uma câmara de "16MP" quando na realidade é de 5MP ou coisa, por exemplo). Como sempre, o que interessa é que cada um esteja bem informado sobre aquilo que está a ser feito, para que não seja enganado.
2024/02/03
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