2024/05/09

Anúncio esmagador do iPad Pro gera polémica

O anúncio publicitário "Crush" do novo iPad Pro OLED da Apple está a gerar polémica por destruir instrumentos musicais e ferramentas criativas.

A Apple é tradicionalmente conhecida por fazer anúncios marcantes, mas desta vez esse objectivo não está a ser atingido pelo lado positivo. Pelo contrário, o vídeo "Crush!" apresenta-nos uma parafernália de instrumentos musicais, ferramentas criativas, e outros, que são destruídos numa gigantesca prensa hidráulica. A ideia é simbolizar que todas essas capacidades estão condensadas num iPad Pro, mas a destruição destes objectos está a chocar muitos fãs da marca, que consideram completamente despropositado que a Apple tenha recorrido a tal analogia.

Não faltam análises mais profundas, ao gosto de cada um, desde as que referem o fim de um ciclo - dos tempos do famoso anúncio 1984 que dava destaque às pessoas - para agora se chegar a um ponto em que temos uma máquina destruidora a desintegrar objectos muito apreciados pelos humanos. Isto para não falar dos que acusam a Apple de mentir descaradamente quanto diz que o novo iPad Pro é o seu "produto mais fino de sempre" com 5.1 mm, quando o iPod Shuffle 3rd gen tem 4 mm de espessura).


Caricatamente, há quem diga ter resolvido o problema deste vídeo... simplesmente reproduzindo-o de trás para a frente.

Tendo em conta a velha máxima de que "toda a publicidade é boa publicidade", não há dúvida que a Apple está a ter aquilo que deseja, mesmo que não seja da forma que esperava.


Actualização: A Apple pediu desculpa pelo anúncio e diz que não o irá passar na televisão.
"Creativity is in our DNA at Apple, and it’s incredibly important to us to design products that empower creatives all over the world. Our goal is to always celebrate the myriad of ways users express themselves and bring their ideas to life through iPad. We missed the mark with this video, and we’re sorry." - Tor Myhren, Apple VP of Marketing Communications

4 comentários:

  1. A única questão que este anúncio despertou em mim está relacionada com a ansiedade que me causa ver relíquias de um tempo passado, provavelmente em vias de extinção ou em crescente escassez, e que podem desaparecer como objeto concreto que referência para o passado. Não é muito problemático por si só, provavelmente nenhum dos artigos é único, ou até é possível que tenham feito réplicas, de outra forma também não me faz muito sentido que fossem prensar artigos adquiridos a preço de leilão para "deitar fora".

    Sei lá, da mesma forma que vemos um filme de época e vemos carros que deviam ter 100 anos ser defeitos, ou ainda há muitos por aí, ou são réplicas, ou são verdadeiros e únicos e desde que haja um ou dois num museu daqui a 2 séculos, já fico contente.

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  2. Já se sabe de ante-mão que empresas com muitos recur$os podem dar-se ao luxo de esbanjar para chegar a um objectivo, mas se for num anuncio é melhor esconderem esse facto porque há quem não goste de ver. Já parece uma polémica recente que mostraram umas máquinas xpto para separar e reciclar as peças dos iphones, mas depois soube-se que afinal aquela máquina só conseguia tratar de uma percentagem pequena do volume total necessário.. e um dia descobriram que a empresa que contrataram para fazer esta destruição estava a reencaminhar uma parte para a china para revenda em 2a mão, e puseram-lhes um processo em tribunal, mas quando chegou aos ouvidos do mundo acharam melhor retirarem o processo porque reutilizar sempre é melhor para o ambiente que destruir... falta-nos uma avaliação mais exaustiva com respectiva etiqueta para medir a eficiência de uma empresa no seu impacto para com a civilização.

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    1. Só o facto de serem responsáveis por todos os outros fabricantes terem começado a meter baterias internas nos smartphones de difícil substituição pelo utilizador final, já levavam uma nota bem negativa.

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  3. Se não damos importância ao trabalho das pessoas, qualquer dia deixamos de ser relevantes e depois temos máquinas a fazer conteúdos para máquinas que vai dar um disparate que ninguem percebe. Além que as novas gerações não ficam com uma nocao da realidade que existiu para se chegar aqui. Há muito tempo que os computadores podem substituir os gravadores de video e máquinas de escrever e uma serie de outros equipamentos e os smartphones condensam tudo isso e ainda mais alguns (maquina fotográfica, de filmar, GPS) num espaço mais pequeno que um tablet.

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