2024/05/04

Rede de satélites europeia IRIS² com dificuldade em sair do solo

A UE quer criar uma rede de satélites IRIS² alternativa à Starlink da SpaceX, mas não há sinais de que se possa tornar realidade no prazo previsto.

Vivemos numa época em que vão aumentando as desconfianças entre as nações, e onde cada uma quer depender o menos possível de serviços fornecidos pelas outras. No espaço, assiste-se ao domínio de uma empresa privada, a SpaceX de Elon Musk, cujo serviço Starlink já conta com milhares de satélites em órbita, mas a Europa quer ter uma alternativa sua, a constelação Interconnectivity and Security by Satellite (IRIS²).

Ao estilo do que a China fez, a ideia é ter uma constelação com várias centenas de satélites que possa fornecer serviço de comunicações via satélite, mas a sua passagem à prática revela-se bastante problemática. Para começar, a Europa não tem qualquer veículo de lançamento reutilizável que possibilite fazer tal volume de lançamentos a preço reduzido. Ainda antes de sair do papel, as estimativas de custo já duplicaram dos iniciais 6 mil milhões de euros para 12 mil milhões de euros - e bem sabemos que raramente este tipo de projectos se fica pelo orçamento planeado.

Como tal, é praticamente impossível que o objectivo inicial de ter a constelação IRIS² em funcionamento em 2027 seja realizável. E da forma que as coisas estão, será uma sorte se tal acontecer antes do final da década. Pelo lado positivo, resta esperar que estas dificuldades possam incentivar as empresas espaciais europeias a revitalizarem-se e modernizarem-se, de forma a acompanhar o que a SpaceX tem feito.

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