2024/05/04

Adolescentes viciados nos amigos virtuais AI

A proliferação dos chatbots AI tem feito com que alguns adolescentes fiquem viciados nas interacções com estes personagens virtuais.

Qualquer nova tecnologia é acompanhada do risco de exigirem excessos. Será difícil que qualquer adulto nos dias de hoje que tenha passado pelas décadas de 80 e 90 não tenha ouvido dos seus pais reclamações de que passava muito tempo à frente da TV e do computador, da mesma forma que hoje será quase inevitável que os jovens ouçam o mesmo a propósito do seus smartphones e tablets.

Mas se na era inicial da internet se ficava fascinado com a possibilidade de comunicar em tempo real com centenas e milhares de pessoas de todo o mundo (lembram-se do mIRC?), hoje em dia há quem se refugie nas conversas com bots AI como forma de se alienar de um mundo real em que não se sente bem. E embora possa haver aspectos positivos de falar, mesmo que seja com um assistente AI, há também os casos em que isso se pode tornar excessivo - havendos jovens que confessam já ter passado mais de 12 horas por dia a falar com os seus "amigos AI".
Há mais de uma década, o filme "Her" já abordava este tipo de cenários, em que uma pessoa pode facilmente ficar apaixonada por uma personagem AI - que ainda por cima pode tornar-se na personagem perfeita à medida dos seus sonhos. Com os modelos AI actuais (e futuros), esse tipo de cenário passa da ficção para a realidade - na verdade, não é algo assim tão recente: muitos sites de encontros já usam bots AI há vários anos, como forma de manter os utilizadores satisfeitos.

Para os mais novos, resta aos pais manter a atenção adequada, para poderem detectar eventuais casos que se comecem a tornar excessivos, de preferência antes que evoluam para os cenários de "vício". E para isso, nada melhor do que manter uma comunicação aberta e saudável, e também promover actividades que fomentem a socialização "real" - nem que seja através do tradicional "ir a casa dos amigos" em vez de falarem por videoconferência.

Sem comentários:

Enviar um comentário (problemas a comentar?)