2025/01/31

Portugal mais perto de uma rede de carregadores eléctricos livres da Mobi.E

Portugal dá um pequeno mais importante passo no sentido de ter uma rede de carregadores eléctricos mais diversificada, livres da obrigatoriedade de se ligarem à rede Mobi.E.

Há muito que se critica o cenário do que acontece em Portugal a nível da rede de carregadores para automóveis eléctricos, e que actualmente está limitada pela exigência de se integrar na rede Mobi.E. Essa exigência era vista como sendo algo positivo, de modo a assegurar a universalidade do serviço, mas na prática as vantagens não parecem superar as desvantagens, especialmente olhando-se para os demais países europeus, onde existe um modelo mais aberto.

Agora, foi aprovado o Projeto de Resolução n.º 403/XVI (PSD) que recomenda ao Governo a adopção de um "novo quadro legislativo para potenciar o crescimento da rede de postos de carregamento de veículos eléctricos e a aproximação ao modelo comunitário". Mais concretamente, recomendando os seguintes pontos:
  1. Aumento da rede através da abertura, simplificação e padronização do modelo de negócio;
  2. Definição de regras iguais de licenciamento municipal para instalação de postos: Câmaras municipais devem publicar o espaço público disponível para instalação - já com aprovação prévia da Eredes;
  3. Definir prazos obrigatórios de resposta dos Municípios à concessão de modo a facilitar e acelerar o desenvolvimento de soluções;
  4. Adotar medidas que facilitem a comercialização como a integração vertical CEMES (comercializadores de eletricidade para a mobilidade elétrica) em OPCs (operadores de pontos de carregamento), sem a obrigatoriedade de ligar à rede da EGME (Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica, atualmente a Mobi.e). O OPC deve poder comprar energia ao produtor e vender energia para carregamento;
  5. Melhorar a experiência de pagamento e promover a transparência: quando utilizador decide carregar o carro deve poder visualizar o custo de carregamento por KW e por tempo; deve poder escolher método de pagamento: cartão de fidelização do produtor ou posto, mobi.e, cartão de débito ou crédito;
  6. Homogeneizar as regras de acesso aos espaços de carregamento e as suas obrigações com base na sua finalidade e não apenas na sua localização: postos com operação comercial devem ter as mesmas regras;
  7. Potenciar a escolha aos OPC do modelo em que pretendem operar, ou seja, a não obrigação de operar pela EGME;
  8. Assegurar a transição contínua e suave da rede portuguesa para uma experiência homogénea similar a todas as redes de carregamento na Europa.
Os pontos chave são: o 4, que dita o fim da obrigatoriedade dos postos estarem ligados à rede Mobi.E - o que abre a porta para a abertura de mais postos Supercharger da Tesla, por exemplo, que têm estado "bloqueados" por causa dessa exigência - e, não menos importante; o ponto 5, que diz que os postos devem exibir claramente o custo do carregamento por kW e por tempo, e permitir um método de pagamento como cartão de débito (dispensando qualquer necessidade de apps), tornando o processo idêntico ao de abastecimento de combustíveis - não invalidando que se possam continuar a usar apps, cartões de fidelização, etc. tal como também já acontece nos combustíveis.

Agora resta esperar para ver se/quando estas recomendações se materializam em alterações concretas para os cidadãos.

11 comentários:

  1. Yes please há muito que abomino essa coisa.

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  2. Por muito boa ideia que seja uma uniformização a nível nacional, não temos dimensão ou peso para influenciar os outros países para o mesmo standard, por isso mais tarde ou mais cedo levamos com os standards que vêm dos países mais fortes e andar a lutar contra a maré só vai atrasar o desenvolvimento... Seja para os carregadores para carros eléctricos ou muitas outras coisas.

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    1. Até que enfim. Já não era sem tempo.

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    2. Esse é um pensamento de um pobre... E coitados dos portugueses que pensam assim.

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  3. Não querendo ser pessimista, mas estamos em Portugal, enquanto não se definir que deve ser apenas pago o Kw carregado, aplicando a variável tempo apenas para penalizar abusos, basicamente aplicar o modelo Tesla, é o que se pratica em toda Europa, mas temos a mania que somos mais espertos, e de facto somos, e o famoso chico espertismo.

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  4. Vê-se logo pelos comentários a merd. que vamos ficar metidos... Se não fosse a mobi.e metade dos postos não funcionava ou não tinham que apresentar dados de ter uma rede fiável... Isto só vai favorecer os privados e vamos andar com mais cartões..menos compatibilidade e tudo isso a custa de uns cêntimos que os operadores vão poupar porque o cliente final não vai ver melhoria nenhuma..

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    1. E com a Mobi.e o que temos tido de bom e de evolução? Bola!
      Carregamentos caríssimos! Nenhuma clareza no sistema!
      Mobi.e foi-se e só peca por ter sido tarde. E não não e só a minha opinião, é a da grande maioria dos utilizadores de VE's

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  5. Isso não e verdade, há postos com mau funcionamento frequente, este é um aspeto, por outro lado a competição saudável leva a melhorias de optimização de funcionamento e de tarifas ... Passa a ser obrigatório o bom funcionamento com o termino do monopólio. Há ainda um aspeto que quero acrescentar, é justo que a tarifa seja idêntica por kW e tenha um valor variável por tempo ou potência utilizada.

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  6. Concordo, o modelo tem que ser mais aberto e simplista.
    O comum utilizador dos fósseis quer chegar, carregar e pagar de forma facilitada (com cartão ou outra App de carregamento abrangente). Exigir uma outra App só para o abastecimento (ainda que se compreenda a utilidade) apenas demove o potencial interessado de uma solução elétrica.

    Encontrar um posto disponível já causa (ainda), por si só, a experiência complicada.
    Portanto, por enquanto, o caminho é simplificar o máximo possível e aproximar um carregamento à experiência de abastecimento de combustíveis fósseis.

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  7. Basta ter um cartão ou uma aplicação para carregar o carro. Se usar o telefone, alguém lhe explica como proceder.

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  8. #FAIL outros países europeus invejam o modelo da Mobie...

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