2025/09/24

Microsoft mostra arrefecimento microfluídico para chips AI

A Intel revelou ter feito grandes avanços nos sistemas de arrefecimento microfluídicos, que são três vezes mais eficientes que os sistemas tradicionais de transferência de calor.

Os chips AI indispensáveis para os serviços de inteligência artificial estão a tornar-se cada vez mais quentes, e as soluções de arrefecimento actuais começam a não ser suficientes. Para enfrentar esse desafio, a Microsoft apresentou um sistema de arrefecimento por microfluídica, capaz de remover calor até três vezes mais eficientemente do que as cold plates, a tecnologia avançada usada hoje em datacenters.

Genericamente, o sistema é semelhante ao "watercooling", que consiste em usar líquido para transferir calor de forma mais eficiente. A inovação está na gravação de microcanais directamente no silício dos chips, permitindo que o líquido circule mesmo onde o calor é gerado. Além disso, a Microsoft recorreu a AI para mapear os pontos mais quentes de cada chip e assim direccionar o fluxo de forma mais precisa. Em testes de laboratório, esta abordagem reduziu em até 65% a subida de temperatura no interior de GPUs, ao mesmo tempo que promete maior eficiência energética e custos operacionais mais baixos. Segundo a empresa, a microfluídica pode abrir caminho para designs mais compactos e potentes, aumentando a densidade de servidores nos datacenters sem comprometer a fiabilidade. Isso permitiria até suportar arquitecturas futuras como chips 3D, normalmente limitados pelo calor que geram. A Microsoft colaborou com a startup suíça Corintis para desenvolver canais inspirados em padrões da natureza, semelhantes a veias de folhas ou asas de borboletas, de forma a optimizar a circulação do líquido.
O próximo passo é investigar como integrar esta tecnologia em futuros chips próprios, como a linha Cobalt e Maia, já em utilização nos serviços da empresa. Se adoptada em larga escala, a microfluídica poderá tornar-se um novo padrão, ajudando não só a melhorar o desempenho dos chips mas também a reduzir o impacto ambiental dos datacenters, um dos grandes objectivos da Microsoft para os próximos anos.

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