A Google avançou com um processo judicial contra a SerpApi, acusando a empresa de extrair resultados de pesquisa "a uma escala impressionante". Segundo a queixa, a SerpApi recorre a métodos enganosos para contornar os sistemas de defesas da Google contra scraping, e depois vender esses dados a terceiros.
De acordo com a Google, a SerpApi terá conseguido contornar o SearchGuard, um sistema lançado no início de 2025 para bloquear scraping automatizado. O processo descreve como, após o bloqueio inicial, a SerpApi terá passado a disfarçar centenas de milhões de pedidos automáticos como se fossem feitos por utilizadores reais, recorrendo a browsers falsos e múltiplos endereços IP. A questão central envolve as protecções de direitos de autor. A Google defende que os seus resultados de pesquisa incluem uma quantidade significativa de conteúdos protegidos, como imagens e informação licenciada, apresentada em áreas como o Knowledge Panel. Ao recolher e redistribuir esses dados, a SerpApi estaria a beneficiar de conteúdos licenciados sem suportar os custos associados.
De qualquer forma, a Google não está sozinha. O ano passado também o Reddit avançou com queixas contra a SerpApi e outros serviços de scraping. A ironia, neste caso, é que a Google faz precisamente o mesmo tipo de coisa, a escala ainda maior, recolhendo informação de toda a web.Biggest web scraping company in the world is suing a web scraping company for web scraping its content obtained through web scraping. pic.twitter.com/CjXjUJp1PV
— Pierre de Wulf (@PierreDeWulf) December 20, 2025
A Google pede ao tribunal que obrigue a SerpApi a parar de contornar os seus sistemas de protecção e a destruir todos os dados recolhidos e também as tecnologias utilizadas para contornar as protecções da Google. Mesmo que o resultado seja a favor da Google, é desde já previsível que outras empresas ocupem o seu lugar e continuem a "roubar os dados", da Google e de todos os outros serviços de onde seja possível fazê-lo.
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