2012/04/23

Transparência no Traffic Shaping


No seguimento da recorrentes reclamações, dos utilizadores que se deparam com as políticas obscuras e enganosas dos nossos fornecedores de ligações internet, que por um lado anunciam velocidades sempre crescentes de internet (100, 200, 300Mbits)... mas que por outro lado escondem que na prática essas velocidades podem ser reduzidas para níveis ridiculamente inaceitáveis... sob o abrigo das suas "políticas de utilização aceitável" cuja definição ninguém parece conhecer, e que eles próprios se recusam revelar mesmo quando interrogados de forma directa pelos visados.

O meu amigo Nelson Cruz chamou a atenção para o facto de como as coisas poderiam ser bem diferentes... bastando para isso que os nossos operadores disponibilizassem algo tão simples como o que a Virgin faz no Reino Unido.

Ou seja... uma simples tabela que explica - preto no branco - qual a política de redução de velocidades no tráfego P2P para os utilizadores intensivos.

A Virgin Media explica desde logo que faz a gestão do tráfego de file-sharing na sua rede entre as 17-24h aos dias da semana, e das 12-24h aos fins-de-semana. Mas não se fica por aqui, explicando detalhadamente o que considera ser o "uso excessivo" e qual o efeito que isso terá na ligação do cliente.

Por exemplo, para um cliente com um serviço de 100Mbits, poderá fazer o download de:

  • 20GB - das 10-15h
  • 10GB - das 16-21h

Se superar estes valores, verá a sua velocidade reduzida em 50% por 5h.

(Exitindo também limites para o upload, descritos na mesma tabela.)


Ou seja... concorde-se ou não com os valores e limites aplicados, a questão é que pelo menos se tratam de valores e regras conhecidas pelos subscritores!

Interrogo-me sobre como é possível que a entidade reguladora possa continuar a ignorar este assunto, permitindo que os operadores forneçam um serviço no qual se recusam a informar os clientes das suas reais condições.


5 comentários:

  1. Uma tabela destas era bem útil.

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  2. Exemplos vindos de países onde as coisas têm que funcionar correctamente, senão os utilizadores levam as operadoras a tribunal e ganham. Como cá, fazem sempre o que querem e o povo nada pode fazer... temos o que temos!

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  3. Infelizmente, são casos destes e dos combustíveis em Portugal que me fazem questionar o papel das entidades reguladoras.

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  4. Infelizmente, são casos destes e dos combustíveis em Portugal que me fazem questionar o papel das entidades reguladoras.

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  5. o problema, é que a reguladora, nao regula nada. mais: a zon vende, devido a dados estatisticos, que é a melhor em termos de satisfação ao cliente. so... as bitches protegem-se umas às outras. )=

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