2013/11/04

Discos selados com Hélio aumentam capacidade e reduzem consumos


Nalgumas oficinas somos convidados a encher os pneus dos automóveis com azoto (ficando esquecido referir que este gás já compões 80% do "ar normal"), agora a a HGST - subsidiária da WD - usa uma técnica idêntica mas com resultados práticos bem mais visíveis: discos selados com Hélio, que permitem aumentar a capacidade em cerca de 50% ao mesmo tempo que reduzem os consumos em 23%.


Embora olhemos para os discos como sendo um "bloco que funciona" sem pensarmos no que está no seu interior, lá dentro encontramos mecanismos de alta precisão que se movimentam a tais velocidades que fazem com que o ar seja um grande inimigo. Usando hélio no interior dos discos, reduz-se a fricção, e isso possibilita que em vez de se ter apenas 5 "discos" no interior de um disco de 3.5", passa a ser possível usarem-se sete discos, com o consequente aumento de capacidade.

O primeiro disco a usar esta tecnologia vai ser o Ultrastar He6 de 6TB, que passa a servir de referência na capacidade de armazenamento num disco de 3.5".

Para que este sistema fosse possível, a HGST teve que desenvolver uma nova forma para selar hermeticamente o disco (nos discos actuais existem furos que permitem que o disco se ajuste à pressão atmosférica ambiente) - que vem acompanhado de uma vantagem adicional: estes discos selados podem ser usados submersos em ambientes de "water cooling".

Embora estes discos possam estar já a fazer salivar os "coleccionadores" de conteúdos, as suas reais vantagens serão certamente apreciadas nos data centers, onde este aumento da capacidade de armazenamento aliado à redução dos consumos de 23% irá fazer-se notar de forma substancial (e também aquecem menos 4-5ºC que discos equivalentes "a ar"). Por exemplo, para se ter 11 petabytes de dados actualmente, é necessário 2880 discos, espalhados por 12 racks, e consumindo 33kW; com estes novos dicos poderiam reduzir-se o número de discos para 1920, em apenas 8 racks, e gastando menos de metade da energia: 14kW!

... Já estou a imaginar algumas pessoas a puxarem das máquinas de calcular para repensarem os seus data centers! :)

5 comentários:

  1. Também ficam a falar "fininho"?

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  2. E retirar completamente o ar (vácuo), não seria ainda mais eficaz?

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    1. As cabeças que se movem sobre os discos utilizam o "ar" como almofada para não baterem nos discos. Sem ar seria necessário arranjarem outro método. (Mas não sei se será efectivamente este o motivo... :)

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