2015/02/20

Análise ao Surface Pro 3 da Microsoft

O nosso Luis Costa é um fã incondicional dos dispositivos móveis, e há muito que procura o equipamento "perfeito" para poder fazer tudo aquilo que deseja, em qualquer lugar. Será que o Surface Pro 3 conseguirá estar à altura das suas expectativas? É o que vamos descobrir já a seguir.


Desde o lançamento do primeiro Surface Pro que a Microsoft se tem esforçado por reduzir o fosso que separa os tablets dos notebooks. Depois de ter tido a oportunidade de testar os três modelos até agora lançados, é seguro afirmar que este Surface Pro 3 é o que melhor suporta a visão da Microsoft relativamente à mobilidade.

O Surface Pro

Em primeiro lugar, tenho que dizer que a minha relação com os Surface já é longa. Comprei a primeira versão do Surface Pro (numa campanha promocional onde ficou a bom preço), e é ele que me acompanha diariamente nas minhas viagens de comboio. Foi portanto com redobrado interesse e muita curiosidade que peguei neste equipamento, para ver tudo o que foi melhorado face ao modelo original.


O Surface Pro continua a não se fazer acompanhar do teclado. Dentro da caixa encontramos o tablet, carregador, "caneta" e documentação de referência. O corpo em magnésio abandona o cinza escuro, passando a apresentar um tom claro.

Estão disponíveis várias configurações, com 4 e 8GB de RAM, SSD de 64 a 512GB e processadores Intel i3, i5 e i7 de quarta geração. O ecrã cresceu para as 12" com a resolução a 2160 x 1440, numa proporção de 3:2. Wifi ac, Bluetooth 4.0, portas USB 3.0 (1), mini display port, leitor de cartões microSD e câmaras de 5MP (frontal e traseira) compõem o conjunto.

Se da primeira para a segunda versão, a principal alteração foi o processador de Intel de 4ª geração, nesta terceira iteração, a par do ecrã, temos mais alguns detalhes que denotam a atenção que a Microsoft teve no desenvolvimento deste equipamento.


O carregador continua a presentar uma sempre prática tomada USB para carregamento de smartphones e tablets, mas a ficha para ligar ao tablet foi revista, tornando-se mais fácil de fixar e igualmente mais segura, não se soltando com tanta facilidade. Mantém-se a luz que indica o carregamento.

A caneta, em alumínio, com 256 níveis de pressão, apresenta uma qualidade bastante superior à que equipa o primeiro modelo. O botão no topo permite chamar o One Note para notas rápidas.


O apoio traseiro apresenta outra das novidades. A primeira versão tem apenas uma posição, facto que foi melhorado na Surface Pro 2 com duas posições de apoio. Nesta terceira versão, o conceito foi revisto, passando o apoio a trabalhar num ângulo de 150º, melhorando a experiência de utilização sob as pernas.



O teclado acompanha o aumento de dimensão do ecrã, com o natural incremento de conforto ao teclar. O touchpad também foi revisto; não sendo de excepcional qualidade, já é digno de se chamar touchpad. Se na primeira versão evito usar o mesmo, trocando-o sempre que possível por um rato convencional, neste Surface 3 as suas maiores dimensões e desempenho já permitem dispensar o periférico tradicional.


O ecrã, de maiores dimensões, fruto da alteração de relação largura/altura torna-se mais confortável de utilizar. A redução da espessura aliada ao menor peso, também contribuem para esta melhoria.
A resolução de 2160 x 1440 garante um excelente detalhe nas imagens, constituindo-se numa mais valia face ao que ainda é norma na maioria dos (ultra)portáteis.


As câmaras, fazem o mínimo exigível. Tiram fotografias, e ficamos por aqui. Na verdade, também não estou a ver muitos utilizadores usarem o Surface Pro para tirar fotografias ou mesmo as tão em voga selfies (mas... há gente para tudo, e nunca se sabe quando esta poderá ser a única câmara que esteja - literalmente - à mão!)


Em funcionamento


As minhas viagens de regresso a casa são feitas de comboio. Aproveito a cerca de uma hora em que tenho rede móvel com sinal ,para escrever o resumo das notícias do dia para o Apps do Android. O resto da viagem, mais ou menos 30 minutos, é utilizado a consultar o email e o twitter. Assim, o Surface é utilizado hora e meia por dia, sobre as pernas.

É um cenário de mobilidade, que se constitui como um dos mais usuais para este tipo de equipamento. O WiFi está sempre ligado, assim como o bluetooth. O brilho é ajustado a cerca de 30%.

Como o meu Surface Pro consigo duas viagens, cerca de 3 horas de autonomia. No mesmo cenário de utilização, o Surface Pro 3 consegui três viagens (4,5 horas) ficando ainda alguma carga na bateria mas insuficiente para mais uma viagem.

A passagem das 10 para a 12" não implica perda de qualidade de imagem, mantendo-se a densidade de pixels por polegada (216) nos valores que o primeiro modelo apresentava (208). No meu caso particular, o aumento da resolução melhora a experiência de utilização, pois são cada vez mais os programas que apostam nos elementos "grandes e espaçados".

O ecrã táctil é um bom complemento para o touchpad, valendo pontos extra para este equipamento. É fundamental para a interface metro, e muito prático para fazer scroll. Infelizmente, tanto a interface do Windows tradicional, como a grande maioria da aplicações, continuam a não tirar partido da função de toque. Uma coisa é certa, neste deixamos de passar "vergonha" quando, no meio de tantos equipamentos com ecrãs tácteis, somos tentados a levar o dedo ao ecrã... nos equipamentos sem touchscreen.


O teclado é mais confortável, e a retro-iluminação é bastante útil. A maior área do touchpad melhora em muito a utilização do mesmo. A possibilidade de fixar o teclado num posição alternativa,inclinada, facilita o teclar. O ângulo criado melhora o apoio nas pernas, tornando o Surface mais estável. Por outro lado, dificulta o toque na zona inferior do ecrã. Medidos os prós e contras, é uma funcionalidade que deverá ser mantida em novas versões do Surface.


Apreciação Final



O Surface Pro 3 é de longe o mais bem conseguido dos Surface até agora lançados, e isso reflecte-se também nas vendas. As novidades que esta terceira versão apresenta, acrescentam valor ao produto. A alteração da relação largura/altura de 16:9 para 3:2, acompanhada da redução na espessura, tornam o tablet mais agradável de utilizar.

O teclado e touchpad, ainda não atingindo o brilhantismo do que encontrámos nos portáteis "normais", já tem uma qualidade bastante boa. O teclado agradou-me, e o touchpad está a anos luz do apresentado com a versão do primeiro modelo.A possibilidade de utilizar o teclado num plano inclinado facilita a escrita, ao mesmo tempo que aumenta a estabilidade do conjunto.

O apoio traseiro é outra das novidades, com ângulo variável. Agora sim, é possível utilizar o Surface em várias condições, sem prejuízo da visualização do ecrã.

Como aspecto menos positivo, a autonomia. O padrão de utilização foi exactamente o mesmo do utilizado no Surface Pro original: Chrome com Tweetdeck, muitas tabs e blogger. Chegar às 5h30min é uma melhoria, mas longe das 9 horas anunciadas pela Microsoft. Foram lançadas actualizações de firmware que visavam exactamente este aspecto. Resta saber se as alterações tiveram o resultado desejado.

O Surface 3 é nesta altura um produto amadurecido e comprova que a distância que separa um híbrido de um portátil convencional é cada vez mais ténue. Este tablet reúne um conjunto de características que lhe permitem constituir-se como uma excelente alternativa, mas tem ainda dois aspectos a limar: a autonomia e o facto da capa/teclado ser opcional, o que faz disparar o preço final do equipamento (somando cerca de 140 euros ao preço de 800 euros do Surface 3 mais económico).

Ainda assim, sai daqui com um:


Surface Pro 3
Prós
  • Qualidade de construção
  • Desempenho
  • Flexibilidade de utilização
Contras
  • Teclado vendido como extra
  • Autonomia

Galeria de Imagens



7 comentários:

  1. Boas...
    SSD de 64 a 512MB?
    Acho que existe aqui um engano...
    :D
    Abraço

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  2. Respostas
    1. Nada de preocupante. Aquece muito menos que a primeira versão, e na minha utilização, só aqueceu mesmo no benchmark da parte gráfica, a qual é ainda para esquecer.

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  3. Como alternativa mais barata o que acham do kubo?

    https://www.worten.pt/tablet-kubo-mb976t2w-9-7.html

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    1. Não são equipamentos do mesmo campeonato. O poder de processamento não tem comparação.

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    2. Também não era para comparar. O preço não te nada a ver. Mas como solução Windows que dizem?

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