2015/03/19

Teste abusivo aos SSD revela finalmente a sua longevidade

Em Dezembro fomos surpreendidos pelos resultados de um teste intensivo a uma série de discos SSD que revelou que vários deles tinham superado os 2PB de escritas e continuavam a funcionar - uma marca que ia para além do anunciado pelos seus fabricantes, e que nos deixou com curiosidade para saber até onde poderiam chegar. Meses mais tarde, é altura de ficamos a saber finalmente.

Este teste pôs à prova vários discos SSD (Corsair Neutron GTX 240GB, Intel 335 Series 240GB, 2x Kingston HyperX 3K 240GB, Samsung 840 Series 250GB, Samsung's 840 Pro 256GB) e o processo de teste - que melhor será descrito como "tortura" - teve início há cerca de ano e meio, sujeitando-os a cenários de escrita que vão muito para além do típico uso que encontrarão em qualquer computador.

Todos os modelos superaram o valor de escritas oficialmente garantidos pelos fabricantes, e embora alguns modelos fossem ficando pelo caminho, alguns resistentes - o Samsung 840 Pro e um dos Kingston HyperX 3K - conseguiram chegar ao impressionante valor de mais de 2PB de dados escritos. E agora, após 18 meses de abusos, foi a vez de também eles chegarem ao seu limite.

O Kingston HyperX 3K não durou muito mais que os 2PB atingidos em Dezembro, ficando-se pelos 2.1PB; enquanto que o Samsung 840 Pro mostrou o que vale ter "Pro" no nome, atingindo os 2.4PB de escritas, sempre sem qualquer erro de leitura. São valores que superam (em muito!) a quantidade de dados que um utilizador escreverá no seu computador ao longo de muitos anos, mas que demonstram que os SSDs modernos já nada têm a ver com aqueles modelos iniciais onde se temia pelo fluxo de escritas constantes nas suas memórias flash.

Para se ter uma ideia do que são 2.4PB... seria o equivalente a escreverem 500GB de dados por dia, durante mais de 13 anos!

4 comentários:

  1. E o que acontece no final? Param de funcionar ou dá para tirar os dados?

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    1. Depende, há uns que ainda deixam ler os dados, outros "morrem completamente". Mas todos eles começam a dar sinais de alerta via SMART muito antes de chegarem a esse ponto.

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  2. Mas há uma coisa que me deixa sempre a pensar que é usar Swap num disco destes... se o disco já não tiver muito espaço livre e por algum motivo o PC tenha RAM insuficiente para algumas tarefas pode acontecer querer escrever à maluca para o disco para quem não sabe o que estou a falar, é imaginar aquela sensação de ver a luz do HDD acesa durante muito tempo e o computador "a pensar" que fica tudo pendurado e não se consegue fazer nada enquanto não apagar a luz...

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  3. Já li um pouco noutro lado sobre isto.
    O que se passa com todas as celulas de memorias flash, é que ao fim de um ciclo de escritas que supostamente é MAIS BAIXO do que nos magneticos, as memorias ficam permanentemente a 1s ou 0s, criando bad sectors. Tem haver com a forma a nivel electronico, de como as memorias flash funcionam; de acordo com o que percebi, cada ciclo deixa electricidade residual armazenada, como se fosse um condensador, que vai crescendo com os ciclos, até que a memoria fica read only permanentemente.
    Claro que nos SSDs baseados em DRAM nada disso acontece, pois são simplesmente ramdisks, com o elevado custo associado.
    Parece que contudo conseguem competir em ciclos de escrita com os HDDs de gama baixa e media, mas não com os de alta ( WD black ou Hitachi)
    Este teste parece contradizer isso, mas o que conta é a quantidade de ciclos, não tanto a quantidade de dados. Escrever 1tb de uma vez só é apenas um ciclo.

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