2015/07/15

Sonda New Horizons passou com sucesso por Plutão


Após quase uma década de viagem, a sonda New Horizons cumpriu o seu objectivo principal, de passar uma tangente a Plutão e captar imagens e dados que nos permitirão aprender um pouco mais sobre o nosso sistema solar (e o Universo em geral).

Como se o facto de acertar no alvo, um pequeno planeta anão a milhares de milhões de quilómetros de distância, e de fazer com que tal acontecesse prevendo as suas posições com uma década de avanço, não fosse já um feito suficiente; a New Horizons deixou o mundo em estado de ansiedade quando entrou nesta fase de aproximação a Plutão, pois ficava temporariamente sem comunicar com a Terra.

Felizmente tudo correu como previsto, e a sonda lá mandou um sinal de que continuava viva e de boa saúde. Uma curta transmissão que apenas visava sossegar os cientistas, pois a sonda não pode estar a fazer observações e a comunicar com a Terra simultaneamente, e por isso a prioridade vai para a recolha de informações durante estes momentos críticos em que ainda está na proximidade de Plutão.

Quanto ao envio dos dados para a Terra, isso é algo que irá demorar mais de um ano(!) a fazer completamente, pois para além do "lag" de 4.5 horas, a comunicação é feita a uns fantásticos 2000 bits por segundo (que eventualmente poderão subir para 4000 bits quando a sonda se afastar de Plutão e entrar em modo de rotação que lhe permite apontar para a Terra com maior precisão).

Actualização: já temos imagens! (Mas a maior parte vai demorar muito, muito tempo a chegar até nós.)

Para se ficar com uma ideia do que isso representa, uma vulgar imagem de 1MB, mais pequena que a maioria das fotos que captam com qualquer câmara digital, demoraria mais de 1h a transmitir - e isto assumindo que não haveria erros que obrigassem a novas retransmissões. Enfim... velocidades que serão ainda relembradas (sem saudades!) por aqueles que assistiram os primeiros tempos dos modems. :)

Agora falta definir que novos horizontes esperam a New Horizons. A sonda tem combustível suficiente para continuar em operação até 2030, e há planos para que possa ser direccionada para outros corpos de interesse na cintura de Kuiper onde Plutão se encontra; mas para isso será necessário que a NASA consiga obter uma extensão da missão para manter a equipa de terra em funções.

2 comentários:

  1. É também interessante referir que quando foi lançada a sonda, ainda nem conhecia a órbita do planeta (ainda era planeta) com precisão...

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  2. Nem consigo imaginar a frustração de quem desenvolve um equipamento destes com a tecnologia existente na altura e agora passados 10 anos (mais uns anos de desenvolvimento) pensa no que teria sido possível fazer hoje em dia.

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