O futuro do copyright - apagar músicas da memória?

Os direitos de autor são algo que muito continua a dar que falar, e pelo meio das muitas conversas de que é necessário rever toda a legislação associada, nada como fazer um exercício de imaginação sobre o rumo que as coisas poderiam tomar.


Não liguem à imagem, do clássico de culto de David Lynch, cujo nome é adequado ao tema que aqui me trás hoje (mas que ao contrário do filme, não tentará levar ninguém à loucura. :)

Chegamos a um ponto em que os autores (ou os que se apresentam em seu nome) têm direito a receber uma taxa por cada megabyte de memória digital que seja vendida - independentemente de nela nunca se vier a guardar qualquer obra de qualquer autor - e onde num restaurante ou café, ter um rádio ou TV implica ter que se pagar (a multiplicar) por algo que qualquer pessoa poderia ver ou ouvir de graça em sua casa.

Obviamente que isto incentiva a que se formulem algumas questões, como por exemplo: então, o que fazer se o dono de um restaurante achar que tem dotes vocais para começar a cantar no seu estabelecimento? Será que também terá que pagar taxa à SPA? Ou o que dizer de alguém que vá a cantar num autocarro, enquanto vai ouvindo o último sucesso do artista "XPTO"?

Certamente que por vontade das entidades defensoras dos direitos de autor, a solução seria uma e uma só: o desejo de se poder apagar uma música da memória das pessoas, assim que acabassem de a ouvir - e certamente cobrando novamente sempre que fosse escutada outra vez.

É precisamente esse o tema desta magnífica história de ficção chamada "Stop the Music", que toma a forma de um caso passado nos tribunais, e onde os detentores dos direitos de autor de uma música exigem que a mesma seja removida das memórias das pessoas, uma vez que em 2044 já existiria tecnologia para isso.

... Sabendo-se que por vezes a realidade teima em imitar a ficção... não posso dizer que fique muito descansado quanto a este tema... ;P