2015/10/12

Análise ao Surface 3

A Microsoft acabou de apresentar os seus novos equipamentos portáteis, o Surface 4 Pro e o Surface Book; e indirectamente isso faz com que os modelos anteriores se possam tornar mais interessantes devido às reduções de preço. O Luis Costa debruça-se sobre o Surface 3, modelo que não teve direito a sucessor neste evento da Microsoft.


O Surface 3


Este Surface 3 - não confundir com o Surface 3 Pro - foi um dos últimos equipamentos lançados pela Microsoft, e embora conte com menor divulgação, tem um peso bastante importante no sector. Este modelo veio substituir o mal amado Surface RT, defendido até há bem pouco tempo com unhas e dentes pela Microsoft.

Não me interpretem mal, o RT era um equipamento extremamente interessante, mas sofria de um pecado capital: o software. Tal como aconteceu ao Windows Phone, a falta de aplicações foi factor decisivo para a falta de adesão do público, que se via assim num dilema: um computador portátil a preço interessante, mas que depois não podia utilizar com as suas aplicações favoritas. Foi necessário esperar alguns anos, mas eis que o RT é finalmente enterrado e surge no seu lugar este Surface 3.


E começando pelo fim, o que é que se pode dizer deste "transformer"? É tudo aquilo que o RT deveria ter sido e simplesmente não foi.


Em termos de design, temos uma cópia do que foi utilizado no Surface Pro 3. Uma das diferenças está na ficha de alimentação que passa a uma normal ficha microUSB. Este pormenor, passou-me na altura relativamente despercebido. Só depois de devolver o equipamento é que me lembrei que poderia ter experimentado carregar o Surface 3 com um powerbank! Como o carregador é de 5V, era uma forma expedita de aumentar a autonomia da máquina.



Os sistema de montagem do carregador continua a primar pela simplicidade. Basta encaixar as duas peças e está feito. E caso se esqueçam do cabo USB, podem utilizar outro que tenham por perto, não deve ser difícil de encontrar.


A capa teclado e o apoio traseiro estão na linha do que o Surface Pro 3 apresenta, sendo bastante funcionais e com notórias melhorias face aos antecessores. Há no entanto uma diferença, está limitado a três pontos de apoio, ao contrário do Pro que é "livre".

Surface 3 – 267 x 187 x 8.7mm e 622g vs Surface Pro 3 – 292 x 201 x 9.1mm e 790g

Em termos de dimensões, as 12" do modelo Pro passam a 10.8" no Surface 3. A resolução também baixa para os 1920 x 1200 pixels , não sendo contudo preocupante face às dimensões do ecrã. A imagem continua a ter boa qualidade e os detalhes estão bem definidos, tanto no interior como no exterior, mesmo com muita luz solar. No entanto, com o sol a bater no ecrã, não há milagres. O efeito de reflexo torna quase impossível a visualização da imagem do ecrã.

Este modelo tem sensivelmente as mesma dimensões do primeiro Surface Pro, se bem que bastante mais fino e leve.



As câmaras continuam a estar presentes, com 8MP na traseira e 3,5MP na frontal. Se a frontal é útil para as comunicações online (e por isso mesmo poderia ter melhores especificações), a traseira tem uma utilidade reduzida, pelo menos no meu caso. Na verdade, não me lembro de alguma vez ter utilizado a câmara traseira do meu Surface Pro de 1ª geração.

Em termos de hardware, há ainda uma outra diferença que importa referir, o processador é um Intel Atom Z8700 quad-core a 1,6GHz. Se no caso do ecrã, a resolução inferior não tem um impacto directo no desempenho, a mudança do processador acarreta compromissos para o utilizador. Tal como aconteceu no período áureo dos netbooks, temos uma máquina funcional, para tarefas que não obriguem a grande capacidade de processamento. Navegação na Internet, consulta de redes sociais, visualização de filmes, são tudo tarefas que o Surface 3 desempenha a preceito. Individualmente, de preferência.

Como habitual nestes casos, deixei o meu Surface Pro em casa, e utilizei este modelo durante as minhas viagens de comboio. A utilização limitou-se ao browser, com várias (muitas) tabs abertas, tweetdeck a correr e ligação de dados por WiFi. A autonomia neste padrão de utilização ficou-se pelas 6h, sendo que ainda sobrava alguma bateria, mas não o suficiente para mais uma viagem.


Apreciação final




O Surface 3 não é uma máquina perfeita, se é que tal existe. Tem aspectos bem conseguidos e é, sem dúvida, um passo no caminho certo. A capa teclado continua a ser vendida em separado, o que inflaciona, e de que maneira, o valor final do equipamento. Embora apresente melhorias face às suas antecessoras, não atinge a qualidade da do Surface Pro 3. O touchpad, talvez devido à sua menor dimensão, é menos eficiente.

A capacidade de processamento é "limitada", pelo que há que avaliar bem se este é o equipamento que se adequa ao tipo de utilização que se pretende efectuar. O ecrã, tem boa qualidade de imagem, mas mais uma vez inferior ao do modelo pro.

Se as limitações acima enumeradas não forem impeditivas, este pode ser o equipamento que procuram. É leve, funciona como tablet ou portátil, tem uma porta USB "normal", pouco vista neste segmento, e cumpre com eficiência as tarefas mais comuns.

O Surface 3 é tudo o que os modelos RT deveriam ter sido, e apresenta-se como uma alternativa válida para todos os que não necessitem da capacidade de processamento do modelo pro. Representa uma mudança de rumo da Microsoft, que neste caso abre excelentes perspectivas para o futuro. O Surface 3 com 4GB/64GB já pode ser encontrado em lojas nacionais com um preço de cerca de 570 euros.



Surface 3


Prós
  • Design
  • Peso
  • Windows completo

Contras
  • Teclado vendido à parte
  • Touchpad
  • Preço face a modelos equivalentes

Por: Luis Costa

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