2016/04/27

Vendas de iPhones caem 16%


O período de crescimento continuado da Apple parece ter chegado ao fim, com uma quebra nas receitas e redução acentuada na venda de iPhones que obrigará a marca a repensar a sua estratégia para o futuro.

Há muito que vimos a alertar para a insustentabilidade da estratégia da Apple, que resultou durante muitos e longos anos, mas que se tornava cada vez mais complicada de aguentar à medida que os seus iPhones foram ficando cada vez mais caros, enquanto outros fabricantes nos foram trazendo smartphones cada vez melhores a preços cada vez mais reduzidos - e o resultado faz, finalmente, sentir-se: a venda de iPhones caiu 16%; e até na China, uma verdadeira galinha dos ovos de ouro, a Apple sentiu um corte de 26% nas receitas.


O problema não será só a dificuldade em cativar novos clientes mas, principalmente, convencer os actuais clientes a trocarem de iPhone a cada um ou dois anos, coisa que vai sendo cada vez mais difícil de justificar. É um fenómeno que já se fez sentir nos iPads, e também nos PCs - quando o hardware começa a ser "suficientemente bom", as melhorias que se sentem para um novo modelo deixam de ser tão significativas como eram no tempo em que cada novo lançamento fazia notar a lentidão dos modelos anteriores.

No meio de tudo isto há também boas notícias, como o facto do iPhone SE estar a ser um sucesso que superou as expectativas da Apple (quem quiser um iPhone SE tem actualmente que esperar cerca de 3 semanas para o receber). Um sucesso que poderá ser atribuído ao seu preço reduzido, que nos EUA permite que por $399 se fique com um iPhone funcionalmente equivalente a um iPhone 6S; e também ao seu formato mais compacto, que demonstra continuar a ter os seus fãs, que não se deixaram convencer pelos formatos cada vez maiores do 6S e 6S Plus.


Parece-me que a forma que a Apple terá para combater esta nova tendência já começou a ser testada, passando pelo seu plano de upgrades contínuos (que acaba de ser expandido também às vendas online) em que se vai pagando uma renda mensal e se terá direito a trocar o iPhone a cada ano (ou optar por não o fazer e ficar com ele definitivamente no final do período contratado.) É uma estratégia que se assemelha à que também vai sendo usada noutros produtos de longa duração (como nos automóveis com os rentings) para incentivar a troca por novos modelos.

Mas, embora seja uma situação que obrigará a Apple a ter maior cautela, está longe de ser uma situação de calamidade, pois mesmo assim a Apple continua a amealhar a grande fatia do lucro global deste segmento, e isso é algo que irá mudar de um ano para o outro - embora levante curiosidade quanto à questão do iPhone que será lançado este ano, se se comprovar o rumor de que se manterá o design idêntico aos actuais, e que a grande aposta num modelo "revolucionário" só chegará no próximo ano para celebrar o 10º aniversário do iPhone.

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