2017/09/25
A dependência da Apple na Samsung
Já por cá temos abordado a complicada relação entre a Apple e Samsung - eternos rivais que se combatem nos tribunais com múltiplos processos, mas que simultaneamente são também excelentes parceiros comerciais - e o iPhone X eleva isso a outro patamar devido à dependência absoluta da Apple na Samsung para o fornecimento do ecrã AMOLED.
A Apple há muito que utiliza componentes Samsung nos seus equipamentos, como as memórias flash, mas na grande maioria dos casos são componentes em que a Apple recorre (ou poderá recorrer) a outros fornecedores, o que não só resulta num maior poder negocial ("se não fizerem mais barato vamos ali ao lado") como também oferece algumas garantias extra (no caso de algum incidente grave num dos fornecedores, a produção poderá continuar com as peças vindas do outro).
No entanto, depois de muito ter adiado a adopção dos ecrãs OLED (que nos últimos ano têm vindo a conquistar os galardões de "melhores ecrãs de sempre") a Apple lá avançou com um destes ecrãs para equipar o seu novo iPhone de referência: o iPhone X. O problema... é que neste momento a Samsung domina 90% do mercado dos ecrãs OLED para smartphones e é a única com capacidade de produção para dar resposta ao volume necessário para aplicação num iPhone (e também capaz de garantir a qualidade exigida pela Apple - a LG, que domina o sector dos OLEDs nos televisores e se tem aventurado no sector mobile, ainda tem mais algum tempo de evolução pela frente para atingir a qualidade dos OLEDs da Samsung.)
Ou seja... a Apple fica inteiramente dependente da Samsung para a produção dos iPhone X... e sem qualquer possibilidade de recorrer a qualquer outro fornecedor... por agora. É sabido que a Apple investiu milhares de milhões de dólares na LG para acelerar o fabrico de OLEDs para smartphones, mas isso é algo que apenas deverá dar frutos lá para 2019. Até lá... estes grandes inimigos têm que se resignar e admitir que precisam um do outro.
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No meio disto tudo a LG é que ganha 3mM de euros para se tornar a maior produtora de oled do mundo, penso que vamos ter grandes telefones da LG num futuro próximo e se eles investirem bem mais no marketing poderemos voltar a ter a LG a lutar taco a taco contra a samsungo no mercado dos androids.
ResponderEliminarInvistam os dois (no caso, a LG precisava de financiamento e a Apple entrou com 2,7 mil milhões de dólares, ao que se diz), desenvolvam e concorram nos preços - que é o que interessa à Apple.
ResponderEliminarUm fornecedor único, embora com contratos assinados e com penalizações por incumprimento, pode ser aceitável durante um período curto. A prazo não dá.
A Apple também começou com processadores da Samsung, depois passou para a TSMC ou para um misto TSMC/Samsung.
Agora, esta coisa dos OLEDS está engraçado - a LG domina nos grandes ecrãs (há outras marcas com ecrãs OLED mas compram-lhe) e a Samsung nos ecrãs para smartphone.
Haja mas é concorrência para ficar mais barato e melhor.