2008/09/27

Walmart encerra Servidores DRM

A Walmart é mais uma na longa lista de companhias que tem deixados os seus clientes pendurados!
Depois de incentivar, durante anos, a compra de música online com o seu DRM como um meio conveniente e seguro para os seus clientes - vem agora mostrar-lhes o "dedo."

Num email simples e sucinto dizem algo do género:
"Obrigado por terem comprado a nosssa música, a qual deixarão de poder ouvir a partir de agora. Se quiserem continuar a ouvi-la então gravem toda a vossa colecção para CDs Audio e posteriormente façam a sua conversão novamente para formato digital nos vossos computadores!"

Acham isto admissível?
Quem paga, lixa-se; quem não paga, tem todas as vantagens!

É por isso que *todos* deviam recusar-se a comprar produtos com DRM.

Incluindo o tão falado jogo Spore da EA e outros que tais. É que, se por enquanto o tal sistema até parece não incomodar muito - imaginem se quiserem jogar o jogo daqui por 10 anos... acham que ainda vão ter servidores para autenticar um DRM arcaico e obsoleto?

E mesmo o iTunes da Apple, ou a Zune store da MS(que aliás, ja teve a sua quota parte de sistemas "para o futuro" que foram sendo encerrados e subsituidos - incluido o famoso "play for sure" que perdeu o pio da mesma forma) - quem nos garante que estejam ainda em funcionamento nas décadas vindouras?

Eu tenho esperança que aos poucos isto vá mudando... mas a este ritmo, e com a estupidez dos gestores destas companhias que insistem em se agarrar a modelos de mercado obsoletos, parece-me que ainda vai demorar umas centenas de anos até que "vejam a luz."

8 comentários:

  1. Estás sempre a lembrar e a atacar a iTunes Store por ela ter DRM... és um tipo tão bem informado e deixas-me admirado.

    Então não sabes que a iTunes Store tem DRM só nas faixas das companhias que não permitem á Apple vender de outra forma. A iTunes Store tem ainda DRM por imposição e não por gosto. O próprio Steve Jobs deixou uma carta aberta onde explicava muito bem essa questão. A verdade é que apenas uma editora das grandes decidiu permitir a Apple retirar o DRM.

    Como bem saberás (ou deverias saber) existem as faixas iTunes Plus na Store que são aquelas sem DRM e que podem tocar em qualquer leitor compatível com o AAC.
    Quando na iTunes Store uma álbum fica disponível sem DRM a quem comprou com DRM, a iTunes store avisa e permite substituir pelas novas faixas iTunes Plus.
    Eu já troquei algumas que tinha do Moby pelo novo formato... sem problemas!
    Ficou garantido o futuro... não percebo as tuas observações a respeito da iTunes Store.

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  2. Isso não deixa de fazer com que "só" essas faixas sejam a grande maioria delas.

    Tal como a Apple bateu o pé quando estabeleceu os preços a que iria vender as músicas, também o poderia/deveria ter feito quanto ao DRM - mas como bem sabes, a Apple sempre apoiou o DRM, veja-se o caso da sua própria App Store, onde até prgramas gratuitos têm DRM.

    Não posso fazer o download de um programa/música, e depois transferi-lo para outro iPhone.

    Tenho que "acreditar" na boa fé de que os seus servidores iTunes continuem a funcionar daqui por meia dúzia de anos - ou em opção, ter que "crackar" o iPhone para poder instalar/copiar os programas que bem entenda, caso decidam deixar de suportar o iTunes.

    Para além disso, se tiveste a sorte de poder fazer upgrade gratuito das tuas músicas, ainda bem - porque na maior parte dos casos, se quiseres ter a mesma música que já compraste e pela qual *já pagaste*, no novo formato sem DRM, tens que pagar mais uns dólarzitos pelo upgrade.

    Ou seja, uma música que supostamente é tua, tens que voltar a pagar para ser mais tua ainda.

    Volta a lembrar-me quando o iTunes tiver 90% de música sem DRM, e aí eu dou-te razão... mas até lá, vou continuar a "queixar-me"! :)

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  3. E não esquecer que mesmo as músicas DRM-free do iTunes guardam lá dentro os dados do comprador:

    "Almost immediately after the launch of iTunes Plus, reports surfaced that the DRM-free tracks sold by the iTunes Store contained identifying information about the customer, embedding the purchasing account's full name and e-mail address as metadata in the file. While this information has always been in iTunes downloads both with and without Fairplay DRM, it is thought that it remains in the tracks as a measure to trace the source of tracks shared illegally online, which the absence of DRM now facilitates. Privacy groups expressed concerns that this data could be misused if possessions carrying the files were stolen, and potentially wrongly incriminate a user for copyright infringement."

    Wikipedia

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  4. Essa de ter atribuidos o nome de quem comprou nas faixas iTunes Plus também já sabia e já pude verificar na altura pelas minhas faixas... e acredita que acho muito bem essa marca d'água pois impõe responsabilidade a quem as adquire.

    Não concordo quando afirmas que é a Apple que defende e quer o DRM. Pleo menos não misturemos as situações da iTunes Store com as da AppStore.
    O DRM no software da AppStore serve para dar um sinal a quem lá coloca o software que existe segurança nas vendas (mesmo quando gratuitas).
    Era uma alegria... qualquer um comprava e a seguir oferecia uma cópia à familia e amigos, etc. Terminava no que já conhecemos or aí... a Apple não pretende isso e está a defender os interesses de quem programa para o iPhone.

    Sabes, compreendo perfeitamente a tua lógica mas para existir mercados a funcionar bem, temos de aceitar certas imposições. A Apple teve de as aceitar para poder ter na iTunes Store aquilo que é o mais importante: conteúdos.

    E sim as faixas Plus custam algo mais e no upgrade é feito um acerto novamente (que não é nada demais também). Quando surgiram durante alguns meses o upgrade foi gratuito. Ora quem já era cliente da Store resolveu-se gratuitamente e os novos compram logo em Plus (se existir das que gostam)...
    São as próprias editoras que estão a fazer o manguito á Apple por esta ter crescido gigantescamente no negócio da música. Imagina o que seria se toda a música na Store estava já em versão plus (sem DRM)...
    A questão que merecia surgir é porque razão as outras acabam por ir a abaixo incluindo as que vendem os conteúdos sem DRM... e a iTunes Store não?

    Quanto a outros casos como se algo correr mal termos de voltar a pagar... comigo forma sempre cordiais e perfeitos. Na altura (2007) uma das faixas do Moby não passava para Plus e comuniquei por e-mail a Itunes Store Pan-Europeia e eles enviaram-me agradecimentos pelo feedback e deram-me novo crédito e assim descarreguei a faixa que chateou... é um serviço que vale a pena.

    Entendamos... quando temos um ecossistema iTunes tudo é perfeito. O problema é se queremos por a tocar os conteúdos fora desse ecossitema. Para já apenas resultam as faixas Plus...

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  5. Eu percebo o teu ponto de vista - tal como tu percebes o meu. :)

    No entanto, a questão preocupante não é ver as coisas a curto prazo num futuro imediato: os problemas começam a surgir quando se imagina como serão as coisas a médio/longo prazo.

    Tu compraste uma música, que supostamente é tua, certo?

    Achas que daqui a 10 anos teremos um iPhone/iPod como os conhecemos hoje? Existirá uma iTunes como existe hoje?
    O que fazer nessa altura com as músicas que só tens num computador/iPod "antigo/obsoleto"?

    Será possível transferi-las? Ou então pedir-te-ão para "gravar as músicas" para CD e ripá-las, como tem acontecido nestes casos?

    Qualquer tipo de DRM eventualmente (e pelos exemplos que temos visto, não tem demorado muito) se torna obsoleto - e arrasta consigo todos os milhares de pessoas que tiveram a infelicidade de comprar coisas com isso.

    Imagina-te a instalar um jogo daqui por 10 anos, e quando chegares à parte da autenticação online te aparecer a mensagem: impossivel validar jogo - não pode jogar.
    Estamos a falar de coisas que supostamente são nossas - pelas quais pagamos - e as quais seremos obrigados a encontrar formas de "dar a volta" para poder usufruir delas.

    Essa desculpa de que o DRM é necessário para evitar as copias para os amigos, etc. é uma treta que nos querem impingir como justificacao para uma situação diferente.

    Quando o produto é um bem físico, esse problema nunca se colocou: as pessoas emprestavam as coisas umas às outras, mas apenas uma podia tê-la num determinado momento.

    No entanto, desde que a sociedade arranjou forma de "copiar" coisas, tudo se tornou uma questão de custos: um livro fica mais barato sendo fotocopiado? então fotocopia-se. Um CD fica mais barato sendo copiado? Então copia-se...
    (Mesmo havendo uma parte da população que continua a preferir comprar os "originais".)

    Isso é algo implicito e por isso já pagas taxa para os direitos de autor em cada fotocopia, em cada CD/DVD virgem, etc.


    Vai haver sempre quem prefira copiar coisas: o que é preciso é encontrar um ponto de equilibrio que permita que os criadores de conteúdos sejam justamente recompensados pelo seu trabalho - mas não à custa daqueles que estão a pagar justamente pelo direito de usufruir desses conteúdos.

    Por experiência própria - e é algo confirmado por alguns estudos - é engraçado constatar que quem "copia" mais é também quem gasta mais em trabalhos originais.

    Os meus colegas que mais fazem downloads de filmes e séries e música são também os únicos que conheço que têm milhares de DVDs/CDs (originais, entenda-se) desses mesmos filmes, séries e música.

    Claro que se tratar de um teenager a estudar, duvido que tenham a capacidade financeira para poder suportar esses encargos - mas se, em vez de se reprimir e mandar para a cadeia alguem que faça um download (quando, se fosse apanhado a roubar o mesmo CD numa loja, apenas seria multado) se optasse por uma educação mais apropriada... este problema autoregular-se-ia.

    Eu pessoalmente sinto-me na "obrigação" de compensar os artistas de quem gosto. E não é o facto de ter feito o download de um filme que me impede de o comprar meses depois quando finalmente chega ao nosso mercado - ou das séries que vou vendo e que só chegam cá meses/anos depois -ou mesmo nunca.

    Muito gostaria eu de poder comprar essas séries legalmente online, logo no "acto" - em vez de ser confrontado com aquelas mensagens: isto não está disponível para a sua zona geográfica.

    O Mundo não é o que era há 20 anos atrás - não faz qualquer sentido num mercado global estar a discriminar-se o planeta apenas por estarmos nas coordenas X ou Y...

    E enquanto as distribuidoras continuarem a agarrar-se aos modelos de comércio do "antigamente"... apenas vão perdendo hipóteses de ganhar dinheiro e alienando cada vez mais muitos dos seus potenciais clientes.

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  6. Uma coisa eu sei... problema aqui não se chama iTunes Store ou Apple.

    O problema reside nas outras empresas por aí que tentam ter uma parte do mercado e que têm conteúdos com DRM.
    Quando não resistem à evidência que não podem existir... fecham!

    Porque no mundo digital a estratégia tem de ser mais bem pensada e executada e mesmo assim continuar a fomentar o interesse do cliente... Eu tenho por vezes vontade de rir das "stores" que vão aparecendo (MTV, Nokia, WallMart, etc...) e logo de seguida desaparecem... as pessoas deveriam ser mais inteligentes e os clientes também.

    Carlos, esta seria uma discussão que daria pano para mangas e não estou para isso... principalmente porque nesta discussão existem motivações diferentes:
    - há os intervenientes que querem fazer dinheiro, - - há os que adoram música e veneram ter as coisas direitinhas. Ter edições originais para compensar as cópias que obviamente tem (normalmente de coisas dificies de obter ou as que dispensa investir)
    - há aqueles que gostam de simplesmente ter qualquer coisa que toque e de qualquer maneira. Dispensam até saber quem as canta, álbuns, ano de edição, etc... querem é qualquer coisa no leitor e que toque o que todos ouvem...
    - há os que gostam de descarregar tudo continuamente para dizerem que têm muita coisa boa que ouvem dizer que é bom, etc... normalmente nem chegam a ouvir 1/5 do que têm.

    ...há ainda mais motivações mas termino por aqui de comentar algo maior que nós.
    Fica bem!

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  7. Esperemos que num futuro próximo nem seja preciso discutir (no bom sentido) nada - e que tudo seja sem DRM.

    Felizmente acho que as pessoas estão cada vez mais sensibilzadas para a questão e começam a fazer-se ouvir: ver o caso das reclamações quanto ao Spore.

    Aí está mais um caso de um jogo que eu queria comprar e que, por ter DRM, deixei de comprar.

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  8. Só para referência....

    Para além do DRM ser mau para todos (incluindo o ambiente) parece que os Noruegueses também não estão muito contentes com o DRM do iTunes.

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