Mais uma palhaçada que nos chega das fabulosas patentes americanas...
A 20 deste mês foi atribuída à Apple os direitos de uma patente requisitada em Abril do ano passado.
Essa patente refere-se a um sistema de interacção com um interface, utilizando um touchscreen com capacidade multitouch, e inclui os populares movimentos de deslizar, fazer zoom, e de rotação que foram popularizados com o iPhone.
Ora... se por um lado acho bem que as empresas protejam a sua propriedade intelectual, patentear "movimentos" parece-me exagerado. Olhem se alguém patenteia o arrastar de uma janela no ecrã? (se calhar até existe essa patente, não me admirava nada... depois de ver a MS a patentar o PageUp/PageDown e o duplo-clique do rato já nada me surpreende.)
Falta ver que resultados esta patente terá na prática - se a Apple irá perseguir todos aqueles que implementem gestos semelhantes, ou se irá guardar a patente na gaveta e permitir que qualquer pessoa/companhia os possa usar.
É que, praticamente todos os interfaces multitouch, quer sejam em dispositivos móveis ou em ecrãs de grandes dimensões (estilo o Surface) utilizam estes gestos agora patentados.
Teremos que esperar para ver o próximo passo da Apple... mas não me parece que vá ser boa coisa...
Aconselho algum benemérito a patentear o acto de olhar para um ecrã e receber informação visual através dos olhos - antes que alguma companhia maléfica o faça, e nos impeçam de olhar para um monitor ou TV.
Actualização: mais algumas considerações que entretanto foram surgindo, e como o Nelson disse nos comentários, esta apresentação do Jeff Han nas TED Talks de 2006 mostra perfeitamente que estes tipos de gestos não são "invenção" da Apple.
2009/01/27
Apple detém Patente do Multi-Touch
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Não te preocupes que a patente não é assim tão má. Se calhar a Palm até se safa. A patente é apenas sobre o algoritmo do pinch quando se move os dois dedos. Se fizeres pinch com um dedo fixo e o outro a mexer já não infringes a patente ;)
ResponderEliminar... ou com os dedos de duas mãos diferentes... ou com o nariz encostado ao touch-screen... ;)
ResponderEliminarEsperemos bem que sim... senão vai ser uma batalha patética que só vai servir para atrasar o desenvolvimento de interfaces multitouch.
Se Apple processar alguma empresa basta mostrar isto ao Juiz para invalidar a patente:
ResponderEliminarhttp://www.ted.com/index.php/talks/jeff_han_demos_his_breakthrough_touchscreen.html
Qual Surface, qual quê! E essa apresentação é de 2006!
Boa. Assunto arrumado...
ResponderEliminar... embora, com tanto tempo para análise da patente, seja estranho terem-na atribuído à Apple se era assim tão simples demonstrar que já existia dantes - (assumindo que a Apple não tem autorização dele para assumir o controlo, como fez com o iPod relativamente ao outro tipo que já o tinha "inventado")
De facto parece que as patentes da Apple são bastante mais limitadas do que as notícias sensacionalistas indicavam. Acabei agora de ler esta análise do Endgadget:
ResponderEliminarhttp://www.engadget.com/2009/01/28/apple-vs-palm-the-in-depth-analysis/
A Apple tem sim uma patente sobre bloquear o scrolling horizontal quando se está fazer scrolling vertical, e vice versa. E outra q descreve o comportamento do iPhone quando chega ao fim de um documento. São estas coisinhas ridículas que a Palm copiou no Pre. No entanto, o iPhone viola algumas patentes da Palm, como o ajuste automático de brilho sem alterar a configuração do utilizador, o brilho no máximo quando ligado à corrente, o procurar contactos pelas iniciais, gestão de chamadas em conferência, e de uma forma geral a interface da aplicação de telemóvel do iPhone parece decalcada de uma patente da Palm.
Isto mostra bem o que faz o sistema de patentes actual emitir monopólios sobre meras características, funcionalidades e comportamentos de interfaces gráficas, em vez do sistema como um todo. É um entrave à inovação. Quando outros querem fazer um programa melhor, ou um telemóvel melhor, têm de copiar mt dos já existentes. A Apple fez um telemóvel mt inovador, isso é inegável, mas se a Palm e outras empresas exigissem q as suas patentes fossem respeitadas e se negassem a licencia-las, o iPhone podia não existir (ou pelo menos não ser tão bom). A filosofia da Apple parece ser: nós podemos imitar quem quisermos, mas ai de quem nos imitar a nós!
Provavelmente, como é normal, as duas empresas vão acabar por fazer um acordo de licenciamento cruzado das suas patentes e pronto. Os únicos q vão ficar a ganhar são os advogados de ambas!