2009/11/11

Os Filmes e a Pirataria

A relação entre a indústria cinematográfica e os ditos "piratas" tem muitos altos e baixos; mas eis mais um caso em que os produtores de um filme agradecem a quem lhes ripou o filme e o disponibilizou na Internet.



O filme chama-se Ink, da Double Edge Films, e graças à internet, o filme subiu de popularidade mais de 81.000%(!) numa única semana.




Segundo as palavras dos responsáveis:
(...)We’ve had no distributor, no real advertising and yet the word of mouth that you’ve generated has made the film blow up as soon as it became available worldwide. So many of you came to see the movie multiple times, bringing friends and family and many of you have bought the DVD and Blu-ray from us. All of this built up and built up and suddenly it exploded.

We don’t know exactly where this will all lead, but the exposure is unquestionably a positive thing.

Ink hits Netflix, Blockbuster, iTunes and many more tomorrow! Remember to get your signed copies, t-shirts and posters at the Ink Store.

Thank you so much for the constant love and support.

Jamin and Kiowa
Double Edge Films


Quem quiser ajudar a suportar o filme, pode comprar DVDs, Bluray, e merchandising do filme no site.

Há também quem já tenha levantado a interessante questão de que, no caso dos filmes subsidiados pelo Estado, quem terá mais razão para se queixar, se o produtor que ataca quem faz um download, se todos os contribuintes que - sem apelo nem agravo - vêem o seu dinheiro ser canalizado para filmes "artísticos" que raramente recuperam o "investimento".

1 comentário:

  1. É de facto interessante essa questão do estado financiar filmes que "ninguém" quer ver. Além de que deviam ser disponibilizados gratuitamente de alguma forma. Talvez após saírem dos cinemas ou do circuito comercial.

    Isto que está a acontecer com o Ink, e já acontece em grande escala com a música, é capaz de ser um dos modelos do futuro. Distribuir gratuitamente aquilo que é infinitamente copiável (os conteúdos), e depois vender o que não é (merchandising), edições assinadas, ou alguma forma de donativos.

    Outro modelo em que vejo futuro é o acesso instantâneo em qualquer altura via streaming, suportado por publicidade ou uma mensalidade, tipo o Hulu e o Spotify.

    A conveniência sempre foi um grande factor e vai continuar a ser. Quem queria ver filmes de graça esperava que dessem na televisão. Quem queria música de graça ouvia rádio. Quando alguém paga para ir ao cinema é pelo grande ecrã, pela experiência social, e para ver o filme um ano ou mais antes de dar na TV. Quem aluga filmes é para ver quando quer, sem anúncios, e antes de dar na TV. Tirando a compra do filme em DVD, dificilmente se pode dizer que alguém pagava exclusivamente pelo filme, pelo conteúdo.

    A conveniência ainda pode e deve ser vendida. Mas enquanto "quem de direito" tiver medo de arriscar em novos sistemas com medo de perder as gordas receitas dos seus modelos de negócio actuais (o chamado dilema do inovador), não vão a lado nenhum.

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