Bem a propósito do meu post de ontem sobre o "Ano dos Tablet PCs", a Freescale anunciou o seu projecto de referência para a construção de um smartbook de 7" que poderá ser produzido por apenas $200.
No caso deste design da Freescale, as especificações seriam:
CPU i.MX515 a 1Ghz, 512MB DDR2 RAM, LCD 1024 x 600 com touchscreen, 4GB a 64GB de memória interna, microSD, 3G opcional, 802.11b/g/n WiFi, Bluetooth 2.1, GPS, USB 2.0, audio in / out, câmara 3Mp, acelerómetros, sensor de luz ambiente e bateria de 1,900mAh. Tudo isto num formato ultra-fino e leve.
No entanto é preciso não esquecer que os fabricantes costumam gostar de inflaccionar os preços... o iPhone também custa poucas centenas de dólares a fabricar, e é depois vendido com 300% de margem de lucro em cima.
Desculpa lá, mas parece que há aí um zero a mais. 300% de margem no iPhone? Queres dizer que o preço de venda do iPhone é o quádruplo do seu preço de fabrico? Acho-o extremamente improvável.
ResponderEliminarCarlos e kal e' a dimensao deste tablet?
ResponderEliminarJoao o custo do iphone à saida da fabrica e' de 99 a 120US$. n 'e erro, é mm esse.
@João
ResponderEliminarO custo de fabrico do iPhone 3GS era de $179 (e entretanto já deve ter descido.)
Ora 600 euros = 868 USD.
179 USD x 4 = 716 USD.
Portanto.. tens razão, não são 4x mais... são quase cinco vezes mais! ;)
@BUGabundo
"... projecto de referência para a construção de um smartbook de 7"..." :)
E os custos de distribuição?
ResponderEliminarE as margens de venda de toda a cadeia distributiva?
E os custos de manuntenção?
E os custos de desenvlvimento?
E os custos administrativos?
...........
Vamos lá a ver uma coisa, antes de entrarmos em polémicas desnecessárias: eu não disputo que o iPhone tenha uma margem bastante alta, muito mais saudável do que o habitual no mercado. Mas também considero este tipo de análise de custos algo falível.
ResponderEliminarPor exemplo, em certas alturas tenho visto duas análises diferir em quase 50%, apenas porque cada uma delas considera de forma distinta determinadas despesas de manufactura.
(No caso particular dos iPhones, há um par de anos uma empresa dizia que tinham uma margem de lucro de 100%, enquanto outra, no mesmo exacto dia, garantia ser de 150% - não é propriamente uma margem de erro negligenciável.)
Várias que tenho visto simplesmente não contabilizam a construção do produto, como se bastasse comprar os componentes e sacudi-los dentro de um saco para sair de lá um telefone - ou um computador, uma torradeira, o que seja, estou a ser genérico.
Outra questão: umas análises podem considerar os preços dos componentes à data da venda ao público, enquanto outras consideram (e mais acertadamente) o preço à data do fabrico do dispositivo. Mais: são considerados custos anteriores ao fabrico, como o desenvolvimento do produto ou o marketing do mesmo? Se fôssemos seguir esta lógica, então a Microsoft teria uma margem perto do infinito na venda do Windows porque o custo de fabrico é… o preço de duplicar um cd e imprimir o folhetozinho manhoso com instruções e uma etiqueta com o código.
Portanto, repito: acredito que a margem da Apple no iPhone é muito saudável, bastante maior do que a dos concorrentes (e, no entanto, as pessoas continuam a querê-lo). Não se trata apenas de ter sido o boom dos smartphones e, por norma, nessa fase dos mercados serem habituais margens de lucro altamente inflacionadas - até para permitir depois ajustes agressivos com o aparecimento de mais concorrência. É também o facto de a Apple entender ser melhor, e está no seu pleno direito, possuir 1% de mercado com margens de 30%-50% do que 30%-50% de mercado com margens de 1%. Mas enquanto eu não vir uma factura da empresa na China que constrói os iPhones, ou os Toshiba Satellite, ou outra coisa qualquer, prefiro encarar com alguma cautela as estimativas que algumas empresas fazem a custos de fabrico. Desculpem lá, mas envelhecer neste mercado da informática só me trouxe, em doses consideráveis, duas coisas: a careca e o cepticismo.
Tive que dividir esta mensagem em duas partes, por causa do limite de caracteres. :-)
ResponderEliminarEm relação a este tablet, e o que vou dizer até pode ser extensível ao mercado em geral, questiono-me sobre a utilização e a ergonomia. Tenho acompanhado com algum interesse esta moda dos netbooks e dos tablets. Nunca cheguei a adquirir um dispositivo destes, embora esteja a ponderá-lo agora, mas no ano passado usei um eeePc de 7" durante um par de semanas antes de o entregar ao cliente - a pretexto de o "preparar" ;-)
Na altura, pareceu-me que era algo que "quase dava". Quase dava para escrever, não fosse o teclado subdimensionado. Quase dava para trabalhar normalmente, não fosse o processador tão fracote. Quase dava para ver vídeos, não fosse o ecrã tão pequeno. Se eu acho pouco menos do que absurdo ver um filme num iPhone, acho mesmo assim uma experiência pouco satisfatória ver um filme/vídeo num ecrã de 10" - bastou comparar ver vídeos no eeePC e no meu velho portátil Toshiba de 15". E ler texto, ou navegar na internet, com menos do que 12" acho complicado, independentemente da resolução do ecrã. Eu tenho uma visão bastante boa, mas mesmo assim não gosto de prolongar o uso de um netbook de 10" nos joelhos para ler páginas web.
Tenho visto com frequência gente com expectativas de usar o tablet como usam agora um computador portátil. Estou céptico. Por um lado, acho questionável que os teclados onscreen permitam a mesma rapidez na digitação que um teclado normal - há a questão do tacto. Por outro lado, o reconhecimento de escrita depende de uma forma de caligrafia - e manuscrever é sempre mais lento do que dactilografar. Reconhecimento de fala? Não estou a imaginar uma esplanada com toda a gente sentada a falar para o computador. Acredito que tenha sucesso em nichos profissionais, como um designer que leva o tablet para uma reunião com o cliente para fazer esboços na altura, ou aplicações de recolha de dados.
Estou a ver, sim, usar um aparelho destes numa utilização essencialmente passiva - leitura de internet, um email rápido. Um uso que faça maioritariamente uso de cliques e deslizes, mas não de ampliação e escrita. Eu acredito que um dos caminhos que a tecnologia deve seguir é o dos dispositivos baratos mais ou menos especializados - até porque acho complicado conseguir, num único produto digital, experiências analógicas que são bastante distintas. Ter uma coisa destas na mesa da sala, para dar uma olhadela aos blogues e páginas que tenho nos favoritos, é situação em que me vejo. Mais do que isso, acho que não será uma experiência satisfatória. 200 euros? Enfim… é um preço que começo a considerar aceitável - quando tiver um ecrã de 10-12".
Como sempre a indicação dos preços serve apenas como mera "indicação" e com as devidas cautelas.
ResponderEliminarSe formos a considerar os custos de desenvolvimento, marketing, o preço dos cafés dos programadores, a esfregona da senhora da limpeza, e tudo o resto... ;P
Quanto a transportes... relembro apenas que há lojas online que nos enviam coisas de Hong Kong que custam 2 ou 3 euros... com portes gratuitos. ;)
Mas pronto, cada caso é um caso. E são apenas dados para cada um "digerir" à sua maneira. Como foi dito, não estamos aqui para nos chatear com este (ou outro!) tipo de coisas.
Quanto aos netbooks, isso do "quase" é efectivamente verdade (vai mesmo no sentido da minha primeira análise ao Eee PC 701 - cuja conclusão foi logo: metam um ecrã maior.)
No entanto, e voltando a repetir-me, mais do que o hardware, o principal problema está no software. Mais do que tentar "fazer caber" conteúdos concebidos para ecrãs muito maiores e de maior resolução num ecrã reduzido, é necessário que surjam novos interfaces adequados a cada um deles.
O iPhone é o exemplo perfeito disso, tendo abalado um mercado que há muitos anos apenas tentava meter um "windows" num ecrã diminuto.
(E estamos a falar de coisas por vezes tão simples, como o simples substituir as tradicionais "scroll bars" do browser, pelo "touch-and-slide" que agora é comum.)
Um tablet - seja de quem for - para ter sucesso irá necessitar da mesma fórmula: permitir uma utilização fácil e eficiente nas tarefas do dia a dia. Acho que a Apple poderá ter um "trunfo" na manga nesse aspecto, e apresentar um interface que nos faça querer o produto, tal como o fez com o seu iPhone. Mas... saberemos no fim do mês. :)
Pá mais giro é que os icones que eles uzam são os meus :D e eu não sabia de nada.
ResponderEliminarAinda no outro dia vi um wallpaper meu num Lenovo na loja online :D
@Pinheiro,
ResponderEliminarSe recebesses um eurozito de cada vez que um icon teu aparece... ;)
Olha, esqueceram-se do IVA. Nos €600 do P.V.P. do iPhone o Estado fica com €100.
ResponderEliminarNão se esqueçam que o ecrã do "iTablet" de 10" "estica" e tem multitouch. Pela experiência que tenho com o iPhone (ecrã de 3,5") amplia-se facilmente uma página (ou parte dela) e faz-se rolar (esquerda-direita, cima-baixo) Não é comparável a um ecrã tradicional.
ResponderEliminarO anúncio do "iTablet", de 10 ou 11", é em 27 de Janeiro.
ResponderEliminarTomem nota deste número: € 840, é o preço na Europa com IVA. Se o iPhone de 16 GB e o de 32 GB custam € 600 e € 700, o iTablet não foge muito, mas ...
É pena se for para esses valores... mas é bem possível que sim.
ResponderEliminar