2010/04/23

Plasma ou LCD?

Com a recente sugestão de televisor Plasma a bom preço (e que provavelmente irá ser o escolhido para substituir o meu velhinho RPTV LCD de 50" HD Ready até que os modelos de 60 e 70" se tornem mais acessíveis) acho que é a altura ideal para voltar a re-examinar a questão: LCD ou Plasma - qual comprar?

Em primeiro lugar, é preciso não esquecer que muito se evoluiu desde as primeiras gerações dos televisores LCD e Plasma. Ambas as tecnologias têm melhorado a olhos vistos, e muitas das suas piores características têm sido minimizadas ou eliminadas ao longo do tempo.

Mesmo assim, há muitos mitos que continuam a perseguir Plasmas e LCDs...

E atenção que as seguintes considerações aplicam-se a quem estiver a considerar aparelhos FullHD de grandes dimensões (50".)

No início...

Os Plasmas

Os primeiros ecrãs planos "fininhos" de grandes dimensões a aparecer no mercado foram os plasmas. A preços proibitivos e de baixa resolução, estes painéis impressionavam já os espectadores: cores brilhantes, níveis de negro muito melhores que os dos LCDs, e ângulos de visão insuperáveis.
No entanto, sofriam também de um reduzido tempo de vida, e eram susceptíveis a burn-in... problemas que ainda hoje assombram muitas pessoas. Para muita gente os plasmas continuam a "gastar-se", sendo necessário reabastecer o "gás"...
Pura mentira. O "gás" de que se fala está no interior de cada célula, não "foge", não é reabastecido, nem nada.
 
O tempo de vida

Se os primeiros plasmas podiam ter um tempo de vida de poucas milhares de horas, os modelos actuais garantem 60,000 horas até que o painel tenha metade do brilho original (a 6h por dia são mais de 27 anos de durabilidade - ou cerca de 7 anos ligado 24h por dia.)

O burn-in

Tal como os velhinhos CRTs que ficavam com imagens "fantasma" permanente queimadas no fósforo quando exibiam por muito tempo a mesma imagem, também os plasmas são susceptíveis a esse fenómeno. Um plasma 16:9 que exibisse continuamente emissões 4:3 com barras pretas dos lado, ficaria para sempre "marcado"; e por isso mesmo não são aconselhados para situações que tenham imagens estáticas permanente no ecrã.
Embora tal possa ainda ser um problema, está agora bastante minimizado. Em situações de uso normal, mesmo com video jogos, será muito difícil conseguir "queimar" um plasma. Para além de sistemas que fazem os pixeis "passear" um pouco, para distribuir o gasto, até screen-savers que actuam sempre que a imagem se mantiver por muito tempo...
E na eventualidade de uma imagem burn-in surgir, será possível "recuperá-lo" bastando ver conteúdos que voltem a "equilibrar" o uso por todo o ecrã.

Os consumos

Os Plasmas são também conhecidos por servirem de "aquecedores", gastando muitos mais electricidade que os LCDs. Felizmente, as gerações mais recentes de plasmas são agora bem mais poupadas, fazendo com que o diferencial entre o um plasma e um LCD seja agora muito menos um factor decisivo no momento de optar por um ou outro.


Os LCDs

Ao contrário dos Plasmas, os LCDs necessitam de uma fonte de luz "externa". A maioria ainda utiliza lâmpadas CCFL (embora os modelos "da moda" agora utilizem LEDs para essa função.)
Por isso mesmo não sofrem dos problemas de burn-in dos Plasmas, mas tinham piores níveis de preto, ângulos de visão reduzida (com as cores a alterarem-se quando olhados "de lado"), podiam sofrer de "stuck/dead-pixels", e claro... o tempo de resposta dos paineis muitas vezes criava arrastamento nas imagens.
Para além disso modelos do mesmo tamanho que os Plasma eram inexistentes ou bastante mais caros.



A Actualidade

Agora as coisas são bem diferentes. Os LCDs atingiram o tamanho dos Plasmas, têm iluminações dinâmicas que lhes garantem níveis de preto que - nos modelos de topo - até podem competir com os Plasmas (especialmente os modelos LED), ângulos de visionamento que fazem com que isso deixe de ser problema, e velocidades de 100-120Hz que garantem imagens de alta qualidade.
Nos modelos de topo, equipados com tecnologia local dimming, que permite ajustar a iluminação de forma independente em diferentes zonas do ecrã, conseguem oferecer o melhor dos dois mundos... mas a preços ainda fora do orçamento da maioria das pessoas.


Mas a qualidade da imagem não depende unicamente da tecnologia de ecrã utilizada...


Motion resolution


Há ainda outras questões importantes, como a electrónica e processamento que se passa "por trás" da imagem que é mostrada, e que faz com em muitos aparelhos a resolução nas imagens em movimento (motion resolution) seja por vezes muito inferior ao "Full HD" anunciado. Isto afecta particularmente os LCDs, fazendo com que, em alguns casos, as imagens em movimento possam ter apenas uma resolução efectiva de 600 linhas ou até menos. Actualmente os melhores plasmas conseguem atingir a resolução total de 1080p mesmo em movimento, com os LCDs LED a atingirem as 900 linhas.

É por isso que o marketing se esforça em vender coisas como os 100/200/400/600Hz de "refrescamento", que na maior parte das vezes não passam de meros artifícios para dizer que a imgem é melhor "que a do vizinho"... no final a única coisa que conta é: se gostam ou não do que vêem!



O equilíbrio

Em suma, hoje em dia ambas as tecnologias são capazes de oferecer uma qualidade mais que suficiente para a maioria das pessoas. As anteriores "preocupações" dos plasmas e LCDs acabam por ser agora quase irrelevantes. Ou seja, os "prós" de ambos aproximaram-se, os "contra" foram praticamente minimizados.
Se uns ainda dizem que os plasmas não servem para salas iluminadas por causa do vidro e dos reflexos, também muitos LCDs actuais têm agora o ecrã brilhante e reflectivo em vez de um ecrã mate que reduzia os reflexos.

Tirando casos muito específicos (como a sua utilização em painéis informativos ou exclusivamente com ecrãs estáticos - cuja utilização penaliza os plasmas) ambas as tecnologias serão perfeitamente adequadas para utilização doméstica.

A escolha cabe assim a cada um, em encontrar o aparelho que melhor se adapte às suas necessidades, pesando as caracterísitcas, tamanho, qualidade, preço.



Neste caso em concreto, as ofertas actuais ditam que este plasma de 50" Full HD seja uma proposta irrecusável.
Um LCD "normal" de dimensões equivalente já custaria muito mais que os 790€ deste plasma, e nem pensar sequer em considerar um LCD LED (com os seus actuais preços "astronómicos".) Para além disso, o próprio design deste LG 50PK250 está muito bem conseguido, com uma moldura bastante fina que o torna bastante atractivo visualmente. (E como disse, o custo reduzido deve-se à exclusão das funcionalidades DLNA, e não à custa da qualidade de imagem, que é em tudo igual aos seus irmão mais caros da série PK750.)

Mas atenção... tal como este modelo está agora a um preço que recomendo a todos, é bem provável que na próxima semana uma qualquer outra promoção "recomendada" surja em qualquer outro aparelho, seja ele Plasma, LCD ou LCD LED. O mercado não pára, e quem passar o tempo à espera "da última e melhor oferta"... bem passará o resto da vida à espera. :)


O 3D? Não obrigado...
 
Nem falo da mais recente moda, o 3D, que começa agora a surgir... por achar que é um perfeito disparate. Imaginem há quanto tempo existem as TVs 16:9, e vejam se algum dos canais nacionais nos oferece conteúdos regulares nesse formato?
Vejam há quanto tempo temos televisores de alta-definição, e vejam quanto dos conteúdos é que são em HD (quem tem serviço por cabo já vai - finalmente - podendo dar uso a todos os pixeis do seu televisor.)
Embora já exista um canal experimental 3D, perguntem-se quanto tempo irão realmente passar tempo em frente ao televisor a olhar para ele, com óculos especiais...
E mesmo a inpingirem-nos alguns blurays em 3D... não posso recomendar que alguém "embarque" nessa onda neste momento....

15 comentários:

  1. Falta referir o fantasma de que "o plasma vai acabar" e que leva a muita gente a estourar centenas de euros nos lcd's "da moda" (samsungs, lg's)

    A comparação de plasma vs lcd morre quando se tenta arranjar algo a competir com algum Panasonic ;)

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  2. Por acaso os Panasonic têm estado envolvidos nalguma polémica recentemente, com alguns modelos que ao fim de 500-1000h de uso têm ficado com os níveis de preto "cinzentos" por causa de uma compensação automática mal feita.
    (Espera-se que possa ser corrigida por actualização do firmware.)

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  3. Hey amigo :o)

    Tenho de discordar um pouco da tua analise sobre o 3D!

    Embora tenhas TODA a razao no que dizes sobre os 16:9 (ainda me lembro de andar no 7o ano e ver TVs ah venda na Radio Popular a anunciarem 16:9 e a verdade e que, passados TANTOS anos ainda nao temos tudo em 16:9)!

    No entanto, temos visto uma corrida do caracas a equipamentos 3D (e, aparentemente, muitos conteudos 3D a serem lancados)!

    Acho que isto vai ser diferente do 16:9.

    Quantos filmes tem saido com 3D desde que o Avatar reacendeu o interesse no 3D?

    A Sony ja lancou um update de firmware para a PS3 se dar com conteudos 3D (quanto mais nao seja, isto significa que o mercado dos video jogos vai puxar por isso! ;o)).

    Vimos a Zon a anunciar um canal de testes 3D recentemente (e ainda nem ha grande coisa)!

    Acho que ja vi anuncios sobre o proximo Mundial ser emitido em 3D tambem...

    Isto tudo leva-me a concluir que, desta vez, o 3D veio para ficar!

    Isto ja para nao falar na nova consola da Nintendo...que ainda nao sabemos como funciona mas que eles dizem ter capacidades 3D... :o))

    Nao fui ver o Avatar (nem nenhum destes ultimos filmes em 3D) mas tive a oportunidade de experimentar uma TV de Demo da Sony em Las Vegas e curti totil...aquilo promete! :o)))

    Abracao,
    Luis

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  4. O Avatar foi exactamente a "excepção" à regra - dos poucos filmes que justificou o 3D.

    Mas daí a querer andar a ver filmes/séries em casa, com óculos pendurados à frente dos olhos (mesmo se já começam a inventar com os modelos auto-esteroscópicos, sem óculos...)

    É que o problema essencial mantém-se: as imagens são "3D" mas estão projectadas numa superfície 2D. Não podes "focar" os olhos à frente ou atrás, e isso (e outros fenómenos fisológicos associados à visão) causam sempre "cansaço" ocular. Não há volta a dar - e daí que não acredito que isto alguma vez seja aceite de forma generalizada.
    (Até os televisores vêm já com advertências para não serem usados por grávidas e sei lá que mais!)

    Agora... se um dia chegarmos aos hologramas, em que realmente tens "profundidade" e podes focar em partes diferentes da imagem... talvez... talvez (mas isso é coisa para daqui a 50 anos :)

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  5. Parabéns pelo post.
    Realmente 3D nem para brincar. Só quem não tiver que fazer aos Euros.

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  6. Carlos,

    Pelo que vi no 3D da demonstracao da Sony, o efeito estava bastante bom! E era diferente do que tinha visto ate entao.

    Em todas as outras experiencias que tive com o 3D, a imagem "saia do ecran".

    Naquela tv era diferente! Era como se a tv fosse uma janela e estivessemos a ver o que se passava dentro dela (ou "do outro lado da parede")!

    Nao vi o Avatar pelo que nao sei se o conceito era o mesmo? Mas essa foi a maior diferenca que vi entre o 3d "antigo" e o "novo".

    Hugz,
    Luis

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  7. @kinkas, consegue-se é ver os euros a ir embora numa dimensão considerável :-)
    Na Worten disseram-me que o Mundial de Futebol vai fazer vender TV's 3D que nem pãezinhos quentes (talvez nem tanto). Depois deverá acalmar. É o marketing, só cai nele quem cai. E o povinho cai com frequência.
    Ah, e cada par de óculos custa... 99 euros !! Pelo menos para aquele Samsung que lá têm na Worten. Se quiserem ver um filme em família, preparem-se para mais euros...

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  8. Não teres visto o Avatar é imperdoável! ;)

    Quanto ao 3D em si, a coisa é sempre a mesma. Até é bom e impressiona. Mas uma coisa é estares a ver aquilo durante 5 ou 10 minutos, para demonstração, ou até um filme no cinema ocasionalmente... outra coisa é tentarem impingir-te aquilo para "ver tudo"...

    É que seja lá qual for a tecnologia, o facto de não poderes "focar em 3d" cansa os olhos (em maior ou menor grau conforme a "mestria" da produção) e vai sempre causar desconforto... o que me faz dizer que isso não vá ter grande futuro... mas posso estar enganado. Lembra-me disto daqui por 10 anos! :)

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  9. O mundial não ai ser transmitido em 3D. A Sony comprou os direitos mas para edição POSTERIOR à sua realização.
    Para quem gosta de REVER jogos até pode ser curioso.

    Por outro lado (e como o Carlos já referiu) o 3D actual não está "correcto".
    Pois "baralha" o cérebro pela simples razão de misturar diferentes 3Ds.
    Existe a chamada visão periférica.
    Ao visualizar um filme 3D as referencias tridimensionais (do filme e as exteriores do ambiente) são dispares. Tal situação pode causar perturbações. Por outro lado estar com o peso dos óculos no nariz durante muitas horas é desconfortável (ainda por cima ao preço que são).
    Ou seja, estar a comprar "agora" é "estragar" $.

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  10. Carlos,

    Mas nao achas que o facto do mercado dos video jogos estar a explorar isso va impulsionar a adopcao bastante mais rapida?

    Hugz,
    Luis

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  11. Alguém me explica o que tem de especial uma tv 3D (tecnologia) sim pq pra mostrar uma imagem feita por duas qq uma faz, ou conseguem fazer de maneira diferente. (ai a idade já n me apetece fazer pesquisas)

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  12. Excelente Post.... Noto que ultimamente aqui no blog tens mais posts diarios, maiores e com melhor qualidade. Sempre a crescer :)


    Em relação ao tema também só da opinião que o 3D em casa não é para agora, e visualmente continuo a gostar mais da imagem das LED TV em relação aos LCD e aos Plasma.... os meus olhos são o que me dizem :)

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  13. @Luis
    Sim, vejo mais futuro no 3D para os videojogos... mas mesmo assim... penso que servirá mais como um "gimmick" para usar por algumas vezes, do que propriamente se tornar em algo que se usa constantemente.
    (Falando por mim, jogando em ecrã grande, mesmo em 2D, por vezes já me faz sentir um pouco enjoado... imagino como seria em 3D! ;)

    @Nuno
    Há várias tecnologias. As mais habituais utilizam a frequência dos 120Hz (ou mais) para mostrar as imagens alternadas, sincronizadas com óculos de shutter activos.
    No entanto, algumas usam já um ecrã auto-esteroscópico, que permite fazer o efeito 3D sem óculos, mas à custa da resolução, e dependendo da posição do espectador(es)

    @Nasp
    Os LCD LED são excelentes, mas tal como disse, por agora estão numa gama de preços completamente diferente de um Plasma "equivalente" (mas continuam a baixar de preço, e será uma questão de tempo até que todos os LCD sejam "LED")... O local dimming é que poderá demorar mais tempo, e esse sim, é que vale mesmo a pena! :)

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  14. Anónimo4/6/10 18:53

    Gosto de ver os ecrãs LED, mas não acho as cores naturais e dizem-me que não será a regulação da TV que as torna assim.

    De um modo geral acho as cores dos plasmas mais naturais (hummm pois, tenho um Pioneer)...

    Sérgio

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  15. bem boa tarde people, eu acabei de comprar na worten um plasma LG 3D 50PW450 novidade dizem eles? por 800 euros e uns trocos,com garantia de 5 anos.. porquê o 3D? simples como tenho dois filhos com 4 e 6 pareceu-me interessante? o grande problema é o preço dos óculos 4 pessoas quatro par de óculos é quase o preço de outra televisão? quanto ao plasma pelo que vi na worten parece-me ter uma imagem espectacular? vamos a ver abraços joao cascais

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