No outro dia fui dar com os parques solares da Martifer - uma empresa nacional que tem tido enorme sucesso na área, quer a nível nacional quer a nível internacional - e de novo dei comigo a sonhar com um futuro onde todas as casas e edifícios fossem obrigadas a ter paineis solares para ajudar a gerar energia. É certo que a eficiência de um painel fotovoltaico estão ainda longe de permitir que se possa depender exclusivamente do "solar" para todas as nossas necessidades; e as notícias que vamos lendo sobre os avanços e melhoramentos da sua eficiência parecem demorar "eternidades" até se concretizarem em produtos comerciais e que efectivamente permitam dar início a uma revolução solar... Mas... talvez isso possa acontecer mais cedo do que se pensa.
E o motivo poderá nem ter um fundamento tão ecológico como se poderia desejar... Poderá no fundo ser apenas uma questão de... necessidade!
Petróleo e gás natural têm os dias contados... quer isso se traduza em poucas, ou muitas, décadas. E considerando-se que o velho "gigante adormecido" que é a China está agora em plena expansão, as suas necessidades energéticas rapidamente atingirão níveis que igualarão todo o resto do mundo - fazendo com que as tais reservas se esgotem muito mais rapidamente.
Se a isto adicionarmos a transição dos veículos de combustíveis fósseis para a energia eléctrica, rapidamente se percebe que toda a rede energética e a geração de energia terá que ser repensada. E uma das soluções, especialmente para países que - como Portugal - têm uma boa dose de Sol durante todo o ano, poderá passar pela energia eléctrica solar. A micro-geração poderá parecer insignificante quando comparada com as necessidades globais, mas se considerarmos que passará a constituir milhares/milhões de nodos adicionais de geração de energia (e muitas vezes logo no local onde poderá ser consumida - como é o caso dos tais parques solares, cuja energia poderia ser logo utilizada para carregar os veículos eléctricos aí estacionados)... passaríamos a ter algo que levaria as vantagens das transferências "P2P" (peer-to-peer) à rede eléctrica.
Uma rede distribuída, onde todos fossem simultaneamente consumidores e produtores de energia e encontrando continuamente um ponto de equilíbrio para a máxima eficiência comum.
O custo da energia vai subir nos próximo anos; para as grandes empresas, como o Google, isso já faz com que os seus data-centers sejam activados/desactivados diariamente em redor do mundo por forma a pouparem energia nos períodos mais caros em cada zona geográfica. É algo que a maioria de nós não poderá fazer... mas pelo menos poderá ajudar-nos a planear um futuro mais sustentável, quer para o ambiente do nosso planeta, quer para a nossa carteira.
A Alemanha que não é propriamente um país solarengo iniciou há muito uma processo de geração de energia a partir de meios renováveis bastante intenso (solar entre muitos outros). Nós pelo contrário como país relativamente solarengo preferimos desperdiçar algumas oportunidades.
ResponderEliminarA Martifer contudo enfrenta nos seus projectos internacionais alguns escolhos como por exemplo as alterações legislativas ocorridas em Itália (menos subsídios).
Sabiam se eu quiser ter a minha casa só com eletricadade 100% eolica ou 100% energia solar, não posso ter pq é ilegal!!!! Ridiculo!
ResponderEliminarUi, não sabia dessa. Podes explicar como é isso? Não podes ter uma casa 100% solar, sem estares ligado à rede eléctrica? Como é que eles podem controlar isso?
EliminarNão creio que isso seja assim. Até porque ha algumas instalações 100% autonomas no nosso país. Não faltam exemplos como pequenas barragens, instalações agricolas, um ou outro turismo ecologico.
EliminarO grande problema na captação de qualquer energia electrica sem ligação a uma rede ainda é o armazenamento desta. As baterias são caras, ineficázes, e com uma vida util bastante diminuta.
De resto, é também o meu sonho um dia, conseguir ser o mais autonomo possível.
Cumprimentos
E verdade sim senhor;) Isso é graças ao nosso querido socrates e mexia, um cidadao normal é obrigado a estar ligado a rede, mesmo este sendo um produtor autonomo... O mais engraçado é que se o meu vizinho for produtor de energia, eu nao posso ser ;) Isto das energias renovaveis e muito bonito, mas mais bonito é o que esta por de tras, acham que um governo consciente nos vai deixar ser completamente autonomos no que respeita a energia, algo que rende milhoes aos cofres do mesmo... Sao como os carros electricos, a energia para abastecer fica barata, mas caso nao saibam paga-se mais em taxas do que a energia que consumimos nos automoveis... Por isso é que se falava muito em carros electricos e agora ja nao, porque pensamos que vamos poupar milhares e no fim meia duzia de euros, e investimos sei la quanto...
EliminarCumprimentos
Nuno de facto não faltam, mas se reparares os exemplos que falas-te são explorações agrícolas, e turismo ecológico, ou seja, equipamentos que normalmente são instalados fora das zonas urbanizáveis de um concelho, conhecido pelas pessoas como "dentro do PDM", ora o estado nomeadamente as camaras municipais não são obrigadas a fornecer as instalações de energia, comunicações, água e sanemeamento a estes locais pelo que podem ter instalações autónomas. Passa-se o mesmo com a água e saneamento se estás numa zona urbana ou urbanizável és obrigado a ligar-te às redes existentes indepentemente de seres autónomo. Isto tudo claro para poderem receber as taxas e demais impostos...
Eliminar"uma empresa nacional que tem tido enorme sucesso na área, quer a nível nacional quer a nível internacional" veremos se sem a mama dos subsídios esse sucesso se manterá.
ResponderEliminarActualmente as energias renováveis só são rentáveis se levarmos em linha de conta o proveito ambiental dessas opções. Ora, como não há mercado de custos/proveitos ambientes, esses valores têm sido pagos pelos Estados através de subsídios aos instaladores/produtores. O Estado assume que o benefício ambiental de uma fonte de energia renovável é de X, e paga esse X ao investidor, q assim tem incentivo para optar pela energia renovável vs a tradicional. Tradicional essa que é, num mercado livre de subsídios, mais barata que a renovável. A teoria faz sentido, porque assim o Estado (ou seja, nós todos com os nossos impostos) paga neste momento para ter um futuro mais limpo. Tudo bem. O problema é quando os Estados não têm dinheiro sequer para pagar as despesas correntes, quanto mais subsidiar energias renováveis, que é o que se passa agora. O que acontece então? Os Estados retiram os subsídios e as "Martiferes" deste mundo ficam com a corda na garganta!
ResponderEliminarpara quem não sabe, o "balanço ambiental" da produção + vida + reciclagem dos painéis ainda é bastante negativo. Espero que a tecnologia evolua para inverter essa tendência, mas de momento ainda não é benéfico para o ambiente abusar dos painéis.
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