O Futuro dos Carros sem Condutor

Já sabemos que o Google tem apostado bastante em desenvolver tecnologia que permite que os automóveis conduzam autonomamente, pelo meio do tráfego urbano, sem necessitar de condutor - e que recentemente superaram mais uma barreira ao conseguir que a Califórnia promolgasse uma lei que permite a circulação deste tipo de automóveis nas estradas públicas (embora seja necessário que um humano esteja presente e pronto a tomar conta da situação caso o sistema falhe).

Uma evolução que nos leva em direcção a um futuro onde os automóveis passem a cumprir as suas funções de transporte de forma bem diferente da que fazem hoje em dia. Bastará imaginar todo o tempo que actualmente é desperdiçado em filas de trânsito, ou à procura de lugar para estacionar - e de como isso seria perfeitamente evitado caso todo e cada automóvel estivesse a seguir uma rota pré-determinada e o mais eficiente possível, tendo em consideração todos os outros automóveis na estrada; e que nos deixasse sair no local onde queremos, e depois fosse por si encontrar o local para estacionar. Para não falar das  potencialidades de automóveis partilhados - ou públicos, sempre ao dispôr de quem deles necessitasse.

O que é certo é que se olharmos para os carros sob este prisma... verificamos que muito pode mudar.




Um automóvel que deixe de ter o condutor como elemento principal e se assuma como um veículo capaz de navegar autonomamente transportando pessoas no seu interior, passará a guiar-se por um novo conjunto de regras. Por exemplo: poderemos ter automóveis com quatro lugares com os assentos frontais virados para trás (como nos comboios); deixará de haver necessidade de pára-brisas panorâmicos que permitam uma visão desobstruída da estrada, podendo ter colunas que reforcem a segurança dos passageiros; bagageiras de grandes dimensões tornam-se uma coisa do passado - se for necessário transportar grandes volumes, poderemos solicitar um automóvel de transporte de carga, que automaticamente nos siga (ou até que vá buscar e entregar o "pacote" sozinho); a aceleração e velocidade deixarão de ser factores fundamentais, já que o automóvel será gerido de forma global para maximizar a eficiência do transporte (como nos transportes aéreos) - em teoria, será possível saber exactamente a hora a que chegaremos ao destino; o espaço no automóvel transformar-se-á em algo como uma extensão do escritório ou sala de estar, já que não será necessário estar "atento" à estrada e permitirá realizar outras funções (incluindo dormir, no caso de viagens mais longas); e tal como nos comboios, os carros poderão ter sistemas de inclinação pendular para maior conforto dos ocupantes, assim como suspensões mais macias e inteligentes (já que ter uma suspensão desportiva para "sentir" a estrada torna-se igualmente irrelevante).

Sem dúvida... muitas alterações que poderão tornar-se realidade já daqui por 3 ou 4 décadas.

(E não se preocupem... pois certamente continuarão a haver circuitos onde os apreciadores da condução e da velocidade poderão ir receber a sua dose de adrenalina ao voltante de um automóvel de controlo manual! :)