O António Rodrigues já espreitou os eBook readers Kobo Touch, e traz-nos as suas impressões.
Vamos colocar de lado por uns momentos o recente hype sobre Tablets, e olhar para a terceira geração do leitor de e-Book's da Kobo baseado em ecrãs e-Ink, o Kobo Touch eReader.
Destinado ao público que aprecia a leitura sem distracções e o mais aproximado da experiência em papel, o Kobo Touch apresenta-se como uma alternativa muito válida em relação aos peso-pesados Kindle e Nook.
O Kobo Touch está disponível por um preço de 119€ e usa um processador Freescale 508 (800MHz ARM Cortex-A8). O ecrã e-Ink Pearl de última geração apresenta um nível de contraste muito bom, uma escala de cinzentos de 16 níveis, e conta com 11 estilos de fontes sobre 24 tamanhos parametrizáveis. O plástico usado na construção tem uma superfície que não escorrega facilmente, e aparenta resistência suficiente para suportar a utilização normal.
Na traseira apresenta um padrão em losango e em relevo, para facilitar igualmente a aderência. No entanto, o ideal é usar uma capa de silicone, como a que vinha com a unidade testada. Não só evita escorregadelas por uso prolongado, como oferece um certo grau de protecção em caso de queda.
Apesar de ser um dos mais pequenos e leves no segmento, com apenas 6 polegadas, esta dimensão revelou-se excelente para segurar apenas com uma mão. Manusear o Kobo é um acto natural, que se faz intuitivamente logo desde o inicio.
A par da dimensão, a Kobo dotou o Touch com uma interface muito acessível e que permite, por exemplo, mudar de página apenas com um toque - e apenas com uma mão.
Aliás, como é tudo feito via touchscreen, os botões físicos disponíveis são muito poucos: um botão deslizante no topo para ligar/desligar o leitor, uma entrada mini-USB para carregar e transferir conteúdos do PC, uma entrada SD para o cartão de expansão (32GB) e um solitário botão central que funciona como "voltar" ou "home". E é tudo o que é necessário, na realidade.
A navegação no ecrã é rápida quanto baste, com a interface a responder bem e sem atrasos dignos de registo. A estrutura dos menus e opções está bem organizada, e bastante intuitiva (excepção feita aos jogos pré-carregados que estão escondidos algures no menu das definições...). A interface não levantará qualquer problema aos menos versados com tecnologia.
Nota positiva também para o encadeamento e opções relacionadas que a Kobo inteligentemente integrou nos diversos menus em cada contexto. Por exemplo, é possível a partir de diversos sítios aceder ao tradutor, à biblioteca de livros ou à pesquisa, sem ser necessário navegar para opções anteriores ou mesmo até ao menu principal,.
A transição entre páginas processa-se de forma relativamente rápida - não esquecer que é um leitor de e-Books e não um tablet quad-core! Por vezes nota-se um "fantasma" durante breves instantes, mas nada que distraia do acto da leitura.
Já nas transições entre o livro e voltar ao menu principal ou aceder a qualquer opção que se sobreponha sobre o que estiver no ecrã no momento, nota-se por instantes uma breve transição entre negro e branco, que é um pouco estranha. Nada que impeça o bom funcionamento, mas se fosse possível eliminar a mesma seria óptimo. Na pratica, é como se e ecrã fosse momentaneamente preenchido a preto e logo de seguida a branco, para depois desenhar a interface de utilizador por cima. A Kobo está a par deste "problema" e talvez seja possível ultrapassar o mesmo em futuras actualizações de hardware.
Nota menos boa para o teclado virtual qwerty incluído. Apesar de dimensão razoável, não existe espaçamento entre as teclas, e a velocidade de resposta é algo lenta. Há que escrever com alguma calma, senão quisermos estar constantemente a corrigir as palavras. Adicionalmente, e porque o ecrã não está à face do plástico envolvente, como nos smartphones por exemplo, é difícil pressionar as teclas que ficam nos extremos do teclado virtual...
Este surge quase sempre no funda da página, a não ser no browser interno - sim, existe um browser para acesso à net. Neste surge no topo de ecrã, e não se percebe bem esta opção "contra-natura".
Por falar no browser de internet: infelizmente não foi possível estabelecer uma ligação wireless válida e devido a isso ficou por testar o acesso à loja de e-Books e à internet para aferir o comportamento do browser.
Uma das coisas que dita o sucesso deste tipo de dispositivos é a oferta de títulos disponível. E neste campo também a Kobo não desilude, à primeira vista: são 2.4 milhões de e-Books disponíveis na loja da Kobo.
Este é um número impressionante, se tivermos em conta que cerca de um milhão são gratuitos. No entanto, os concorrentes directos afirmam que a maioria dos títulos pagos têm um custo médio superior por unidade, especialmente se não forem best-sellers. Ainda neste campo, uma vez que suporta o formato ePUB, o leitor tem a possibilidade de aceder a bibliotecas online gratuitas, como a Project Gutenburg.
Uma nota adicional para o facto de ser possível sincronizar os títulos adquiridos entre vários dispositivos mobile, como iOS, Android, ou mesmo BlackBerry.
Os ecrãs e-ink evoluíram ao ponto de oferecer uma experiência muito semelhante ao papel, no que toca ao equilíbrio entre a definição e o brilho/contraste apresentados. Para quem não conhece, o resultado final é igual a olhar-mos para uma página de um qualquer livro, com as mesmas propriedades que este (reflecte a luz natural, e tem um perfil mate, sem reflexos).
Muito mais há para dizer sobre este excelente e-Reader da Kobo, principalmente em relação às funcionalidades relacionadas com a leitura. Mas para não me alongar mais, deixo para os leitores descobrirem caso optem por este modelo.
Nas restantes imagens, é possível visualizar as opções que a interface do Kobo oferece em operação.
Pros
- e-Ink Pearl com Touch
- Contraste
- Desempenho
- Navegação
- Funcionalidade
- Preço
- Transição entre menus
Agradecimentos à Susana Domingos e Jandira Peres pela disponibilidade.
Galeria de imagens:
Convém sublinhar que o Kobo Glo vai ser lançado na FNAC no dia 26 de Dezembro. Podiam tentar fazer uma review desse e-reader.
ResponderEliminarObrigado pela informação, vamos ver se será possível ;-)
ResponderEliminarCaro Carlos,
ResponderEliminarBom review. Gostava apenas de apontar três sugestões/correcções:
1) Era preferível ter feito um auto-levels às imagens, pra não ficarem alaranjadas :)
2) A questão do "flash" preto: a tecnologia Eink é mesmo assim, isto é, só é possível limpar completamente o ecran fazendo um "refresh" completo, ou seja, o ciclo preto-branco e depois desenhar de novo. Nas versões mais antigas do Kobo, por exemplo, e porque a versão Eink não era tão actual e versátil, esse refresh acontecia a cada virar de página e bem mais lento que o actual, diga-se). No Kobo Touch, por default, só é feito um refresh completo ao fim de seis pageturns, sendo essa opção configurável. Como não é feito um refresh completo, vão ficando umas "sombras" do texto anterior, até ser feito um refresh total.
3) Não é necessário usar o browser (que é um "extra") para adquirir livros; há uma parte do interface principal dedicada a isso.
Terás que as apontar ao António Rodrigues, que isto foi um "flash review" em contra-relógio. :)
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