2013/02/08

Contadores de Tráfego são "uma Treta"


Posso dizer que sou do tempo em que alguns ISPs nacionais chegavam ao cúmulo de contabilizar o tráfego na internet para sites nacionais e para sites internacionais. E agora há mais um estudo que vem revelar que quando os operadores colocam limites de tráfego para os seus clientes, os sistemas utilizados para contabilizar esses dados deixam bastante a desejar.




Embora possa parecer uma coisa simples, quando as transferências se começam a multiplicar, por milhares ou milhões, muitas vezes os operadores são forçados a: ou deixar de contabilizar o tráfego, ou abrandar as velocidades de transferência.

Felizmente, no caso das ligações por ADSL, cabo e/ou fibra, os nossos operadores aparentemente deixaram de se preocupar com este tipo de coisa (podem contabilizar o volume de tráfego, mas como serve apenas para indicação - excepto talvez em casos de abusos evidentes - não haverá problema em contabilizar uns gigas a mais ou a menos).


No entanto, este problema da fiabilidade e precisão dos consumos contabilizados é algo que continua a ser
um grande problema noutra área: a dos dados mobile, ainda presos a limites que muitas vezes são bastante reduzidos.

É uma autêntica lotaria tentar controlar o volume de dados utilizado, quer se utilizem apps para o efeito ou o próprio contador de dados existente no sistema de alguns equipamentos (e que deveria ser o contador "supremo" que sabe exactamente que dados chegam e partem do equipamento) ou no vosso router/modem. Independentemente de lá mostrar 100, 200, ou 1000 - o valor que conta é o que vos for apresentado pelo vosso operador, qualquer que seja a discrepância. Se por algum  caso absurdo disserem que foi 1, ou 1000... eles é que mandam, e poucas possibilidades terão de contestar isso.

Neste caso dos dados mobile a situação é mais preocupante pois não está claro que tipo de contabilização eles fazem: sabendo-se que há maiores probabilidades de erros e retransmissões nas comunicações, será que estão a contar os dados efectivos que chegam ao equipamento, ou todos os que saem "da antena" mesmo que não cheguem a ser recepcionados? E isso para além dos absurdos "períodos" de arredondamento dos dados, que podem ser de 100KB, e que facilmente podem fazer com que "meia-dúzia" de dados possa pesar alguns megabytes.

Era tempo da ANACOM fazer o trabalho que lhe compete, e pôr tudo isto em pratos limpos... os consumidores agradeceriam.

3 comentários:

  1. Nesse tempo em que os tráfego era distinto, o nacional era gratuito e só se pagava o internacional.
    Ao fazer download de uma distribuição linux da faculdade (a 3km de casa) descobri que estavam a contabilizar como internacional e deu uma chamada muito gira para o atendimento onde lhes expliquei que se iam contar assim me era mais rápido e barato ir a pé buscar o ficheiro.

    Acho que no mobile também nos começamos a aproximar dos planos com dados ilimitados e por isso não haverá problemas por muito mais tempo.

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  2. Pelo que já li o que conta e o que é contabilizado são os dados que saem da antena. Mesmo que esses dados não cheguem ao nosso dispositivo eles contabilizam o que sai da antena. Sendo que há casos onde essa perda é mais significativa, como por exemplo quando estamos em andamento numa estrada qualquer.
    Sei que no caso da TMN, e segundo é indicado nas suas condições, o período de taxação é de 10 kB.
    Quanto aos aplicativos de controlo de tráfego, o que melhor deu resultados no meu caso foi o 3G Watchdog Pro para Android. Sendo que este aplicativo costuma contabilizar mais do que aquilo que a TMN contabiliza.
    Ideal ideal era não existir limite de tráfego, mas não me parece que tal venha a existir.

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  3. Apesar de achar ridícula a questão dos limites (depois queixam-se que não têm utilização), há ainda outra coisa que me preocupa: Apps cujo tráfego está incluído, como é o caso do Musicbox ou MeoGo em ligações da PT.

    Não sei porquê, mas não tenho confiança nesta "feature" e prova disso foi o volume de tráfego consumido no mês passado. Passei mais vezes do que é habitual, para espreitar o Open da Austrália no MeoGo e no final do mês lá tinha o aviso que já tinha 12GB de tráfego consumido (neste caso, o ilimitado são 15GB).

    Como tenho quase a certeza que não fiz um consumo excessivo para além do MeoGo, chego à conclusão que eles não têm forma de contabilizar a origem do tráfego.

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