2013/03/29

Análise Archos Gamepad


O segmento dos jogos mobile tem estado em alvoroço. Em tempos dominado pelas consolas de jogos portáteis, como a célebre GameBoy e mais recentemente as Nintendo DS e 3DS; o surgimento de smartphones e tablets cada vez mais capazes fez com que muitos dos jogadores começassem a encarar a possibilidade de carregar apenas um equipamento mais versátil que lhes permitisse jogar, e também fazer tudo o resto que estes equipamentos permitem.

No entanto há ainda um factor que era visto como crítico pelos jogadores: a utilização de um ecrã touch como dispositivo de controlo pode servir perfeitamente para alguns tipos de jogos; mas outros há que só podem ser verdadeiramente apreciados usado botões e controladores físicos. Este GamePad da Archos é um tablet Android que poderá ter resolvido essa questão.


O Archos GamePad



O Archos GamePad é um tablet de 7", mas que ao contrário dos habituais "rectângulos despidos" a que chamamos tablets, aqui temos direito a um conjunto de controlos que serão imediatamente reconhecidos pelos jogadores: botões, thumbsticks analógicos, shoulder buttons... não falta nada. A qualidade de construção é mediana... mas não se poderiam esperar milagres de um tablet que custa 149€ e que assim o coloca ao alcance de um grande número de pessoas.




O CPU é um a dual-core 1.5 GHz, acompanhado por um GPU Mali 400mp, ecrã de 7" (1024x600), WiFi, micro HDMI, microSD, e Android 4.1.Tem também uma câmara frontal de 0.3MP que... bem... nem vale a pena referir.


Uma particularidade interessante para os jogadores mais internacionais... o carregador vem com adaptadores de tomada para as principais fichas (europeia, UK, etc)


Em Funcionamento


Ao ligar-se o GamePad, a primeira coisa que salta à vista é que o seu ecrã não é... dos melhores. Se a resolução (que não impressiona) se poderia desculpar, o fraco ângulo de visão acaba por ser um pouco mais chato.


O pequeno texto do Google que existe no canto torna-se completamente invisível quando espreitamos um pouco mais "por baixo". Mas, considerando que estamos perante um tablet de 149€ que tem como mais valia os controlos físicos para os jogos... vamos seguir em frente.


A respeito desses mesmos controlos, a compatibilidade com os inúmeros jogos na plataforma Android, concebidos para serem jogados com touchscreen será também uma das principais preocupações. E para o efeito, a Archos recorreu a um sistema bastante engenhoso e versátil. Na barra de sistema temos acesso permanente a uma função de configuração dos botões. Esta função permite que se definam botões e joysticks virtuais que actuam nas áreas de ecrã que definirmos, e que podemos fazer corresponder aos botões físicos.

Evita-se assim ficar limitado aos jogos que tivessem suporte oficial para o GamePad, e seria uma excelente solução... não fosse por isto:




Recorrendo ao jogo que vem como "demonstração" do sistema, o Dead Trigger, a coisa até parecia estar a correr bem... até que passados alguns segundos: "a App não está a responder". Bem... um erro pode sempre acontecer; só que neste caso o erro era recorrente - mesmo depois de fazer todas as actualizações de sistema disponíveis. Recorrentemente os controlos pareciam ficar "encravados" e a enviar o nosso personagem sempre numa qualquer direcção... a que se seguia novo erro.

Interessa referir que só neste jogo é que isto me aconteceu de forma tão gravosa - mas não deixa de ser pena, considerando que era precisamente o jogo que deveria ser de "demonstração".

Mas, poderá ser que este "glitch" tenha sido um caso excepcional - e o que interessa é que o tal sistema "mapeamento" dos botões me parece ser uma excelente aposta para os equipamentos Android que queiram apostar nos controlos físicos sem ficarem dependentes do suporte oficial dos developers de jogos.


A nível do "feeling" dos thumbsticks e dos botões... não achei que fossem particularmente maus, mas não esperem uma qualidade idêntica à dos comandos de uma Xbox 360 ou PS3. Para além de que os thumbsticks analógicos não nos dão precisão suficiente para os usarmos verdadeiramente como "analógicos".



Claro que ao contrário de outras consolas de jogos, aqui continuamos a ter toda a potência de um tablet Android, com acesso ao Google Play e às mais recentes funcionalidades do Google, como o Google Now. Pelo menos, enquanto a bateria durar... o que representa apenas um par de horas caso passem algum tempo a jogar jogos mais intensivos.





Apreciação Final

Confesso que fiquei um pouco desiludido com o Archos GamePad, mas em parte talvez seja devido às muitas expectativas que tinha. Acredito que o Android facilmente se poderá tornar "na" plataforma mobile para jogos, e este tipo de produtos com controlos físicos são certamente indispensáveis para ajudar a essa conquista (face às consolas de jogos portáteis consagradas).

O sistema de mapeamento de teclas é uma aposta salutar, assim como o é o esforço que a Archos fez para que o GamePad chegasse ao mercado a um preço atractivo (de nada serviria ter um aparelho de luxo que custasse quatro vezes mais, e que poucos pudessem comprar).

No entanto, mesmo podendo desculpar-se a qualidade dos materiais e ecrã, seria desejável que pelo menos os controlos como os thumbsticks fossem excelentes; e que a nível da estabilidade do sistema e dos jogos, também não se estivesse perante estes casos que poderão "dar má fama" ao sistema e afugentar alguns potenciais interessados.

Enquanto conceito e esforço de implementação, este GamePad mereceria um Quente... mas no estado actual em que está, infelizmente terá que se contentar com um...



Archos GamePad

Pros
  • Preço atractivo
  • Sistema de mapeamento das teclas
  • Android 4.1

Contras
  • Ecrã
  • Autonomia
  • Incompatibilidade com alguns jogos na App Store


Galeria de Fotos






4 comentários:

  1. Excelente review. Obrigado.

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  2. Nada como uma consola dedicado como a 3DS, ou a PS Vita, jogos com qualidade e onde se tem os grandes exclusivos Nintendo ou Sony. :-)

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  3. cara, vc comprou de onde? buscou ou entregaram aqui?

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  4. Tendo sido eu o feliz contemplado com o Gamepad no fundo de Gadgets, impõe-se uma pequena review... Devo dizer que concordo com a maior parte das considerações do Carlos. O processador é suficiente para a maioria das tarefas que lhe são pedidas. O sistema de mapeamento é interessante e não me desiludiu principalmente com emuladores (Dreamcast, Mega Drive e N64). A minha maior desilusão foi o display que, sendo razoável para jogos, deixa um pouco a desejar e não está ao nível de outros tablets da mesma gama de preços. Em suma, é um brinquedo engraçado, mas quem espera o melhor de dois mundos provavelmente ficará desiludido. De qualquer modo, obrigado a todos os que contribuiram para o fundo;)

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