2013/03/19

As Opções Auto-Destrutivas nos Programas


Um programa pode nascer desprovido de opções e configuração, mas ao longo do tempo e das sucessivas evoluções, e à medida que vai ganhando mais funcionalidades, inevitavelmente começam a surgir quadros sempres crescentes repletos de opções.

Por norma as opções são coisas boas: ou seja... dão ao utilizador a opção de activar ou desactivar certas funcionalidades. Mas por vezes, o uso das opções pode tornar-se também num vício (ou numa desculpa) para se implementarem coisas que poderão apenas ser úteis para uma minoria... e que até poderão ser bastante destrutivas para a grande maioria dos utilizadores.




Veja-se o caso do Firefox, que actualmente contém um conjunto de opções facilmente acessíveis que poderão causar autênticos pesadelos a utilizadores mais descuidados. Um clique acidental do rato pode esconder a barra de navegação, deixando os utilizadores sem forma de navegarem até uma página web que lhes explique como repor a mesma; podem também facilmente desactivar o carregamento de imagens e o javascript, que hoje em dia têm consequências bastante graves na maioria dos sites (leia-se, tornam-se praticamente inutilizáveis, e por vezes com erros crípticos).

Sim, há que dizer que seria da responsabilidade dos sites estarem (bem) feitos, de forma a contemplar estas situações, e no mínimo apresentando uma mensagem de aviso humanamente legível, que indicasse que o utilizador deveria utilizar um browser com suporte para imagens e/ou javascript. Mas o que está em causa é que este tipo de opções, que hoje em dia têm efeitos tão nefastos, não deveriam estar facilmente acessíveis - havendo até quem defenda que nem sequer deveriam existir de origem, e sendo proporcionadas por extensões ao browser, para que só ficassem disponíveis para quem expressamente pesquisasse por elas (e implicitamente, soubesse o que está a fazer).


Por acaso, é coisa que como programador, e habituado a essa praga crescente de opções e mais opções e mais opções, nunca tinha parado para pensar (no quão perigoso pode ser ter este tipo de coisa acessível a utilizadores que poderão confundir javascript com java, e que lendo sobre as falhas de segurança e vendo aquela opção à frente dos olhos, lá cliquem). Fui espreitar os settings do Chrome, só para comparação, e a verdade é que opções para desligar as imagens e o javascript não estão "à vista". Para lá chegarmos já temos que ir às configurações, mostrar as opções avançadas, ir a gestão de conteúdos, e só aí é que elas finalmente aparecem.


Não é fácil agradar a todos, nem tão pouco determinar quais as opções que serão úteis ou inúteis, e quais deverão estar facilmente acessíveis aos utilizadores. No entanto quando uma opção que por descuido ou engano pode "estragar" a utilização do programa... seria conveniente que não fosse apresentada em sítio que o utilizador pudesse facilmente chegar por acidente.

2 comentários:

  1. Bem, e assumindo que quem le este artigo não será o leitor mais info-excluido, em relação ao chrome, se for mesmo para "partir a louça toda", temos as flags.
    Na barra de endereços (omnibox) escreva-se:

    chrome://flags/

    e ai sim, afinam a centralina, a caixa de velocidades, os angulos das válvulas, o binário etc (hehe)

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    1. Sim, mas aí já é algo que um utilizador tem que "saber" expressamente, e não chega lá com um par de cliques. :)

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