2013/05/15

Análise ao Chromebook Pixel


Todos sabemos o quanto o Google nos quer por a utilizar a internet (e os seus serviços), sendo que para além dos produtos de base, como a pesquisa, o Gmail, os Mapas, e mais recentemente o Google+, já nos trouxe também um browser (Chrome), um plataforma mobile (Android), e até um novo sistema operativo dependente da web: o Chrome OS; que vem acompanhado por vários portáteis que se podem comparar aos "netbooks" que anteriormente se tinham tornado num fenómeno.

Mas depois do software, o Google lançou-se também no mercado do hardware com os seus Nexus na plataforma Android... e agora comete a "loucura" de nos trazer um Chromebook dito "de luxo", com um preço a condizer. Vamos lá então espreitar este Chromebook Pixel, e ver o que tem para nos oferecer.

Chromebook Pixel


Já tinhamos acompanhado o lançamento deste Chromebook Pixel, mas repescando o essencial temos:

Este Chromebook Pixel vem equipado com um ecrã de 12.85" com uma incrível resolução de 2560x1700 (confirma-se que são mesmo 1700 pixeis de altura e não os mais habituais 1600). Uma resolução que se torna também pouco habitual por estar colocada num ecrã de aspecto 3:2 quase "quadrado", fugindo aos mais populares 16:9. E é um ecrã touchscreen, que assim evitará as frustrações de tentarem arrastar coisas no ecrã como frequentemente acontece depois de se passar um tempo a usar o smartphone ou tablet e passar para um portátil.


No interior, o Google disse adeus aos ARM e Atoms, e usou um CPU i5 que não terá problemas a digerir todo o tipo de tarefas, assistido pela gráfica a cargo da Intel HD 4000, e 4GB de RAM. Quanto a espaço local, fica-se apenas pelos 32GB, mas o Google inclui 1TB de espaço na "cloud" durante 3 anos. Podemos também encontrar (apenas) duas portas USB 2.0, Mini DisplayPort, slot cartões SD, e ficha de 3.5 para headsets. Na conectividade temos WiFi N (dual band) e BT (apenas 3.0).



A primeira coisa que se nota mal se pega no Pixel pela primeira vez é que a descrição "de luxo" se aplica na perfeição. Fugindo aos designs que tentam esconder a espessura dos portáteis usando formatos em cunha, aqui temos um sólido bloco monolítico de metal que parece pronto a resistir a uma guerra. Igualmente impressionante é o facto de não se verem quaisquer ranhuras ou buracos que são comuns noutros portáteis. Este Pixel parece fugir às regras da natureza, e funcionar sem necessitar de ventilação... Mas não passa de uma ilusão muito bem conseguida, com as entradas e saidas de ar muito bem dissimuladas na zona da dobradiça do ecrã - tal como as colunas de som, que ficam escondidas por baixo do teclado (retroiluminado).


Todos os detalhes parecem ter sido pensados ao pormenor, e não falta sequer a ficha de alimentação com LED indicador do estado da carga (para ser melhor, só se fosse uma ficha com encaixe magnético ao estilo dos MacBooks).


Em Funcionamento


Se os outros Chromebooks são mais que suficientes para correr o Chrome OS, este Pixel com o seu Core i5 levam-no a outro patamar. Na verdade... acaba por ser exactamente o equivalente a correr o Chrome browser num computador "potente"; mas aqui podendo disfrutar de boots mais rápidos (sem necessidade de carregar o "sistema operativo" tradicional). Algo que ajuda a compensar os meros 32GB de capacidade de armazenamento de que dispõe.



O "feeling" do teclado e do touchpad são bastante bons, embora obriguem sempre a alguma habituação para quem - como eu - estiver habituado aos teclados de desktops e rato (sinto a falta do clique na roda do scroll para abrir links em novas páginas!)


Quanto ao sistema em si... a sensação que deixa é bastante estranha. Não há muito a dizer sobre o Chrome OS a não ser... é um Chrome! Tirando a pequena taskbar onde podem colocar "atalhos" para os vossos sites ou webapps favoritos, estamos perante um verdadeiro Chrome, idêntico ao que podem usar nos Windows/Mac/Linux. É algo que - confesso - se torna um pouco assustador, quando pensamos em tudo aquilo que não podemos fazer e que estamos condicionados para pensar após décadas de uso de computadores "normais"!

Mas embora possam haver certamente situações onde essas limitações se tornem críticas, é um receio que acaba por não ser tão gravoso como se poderia pensar - especialmente se, tal como eu, já preferirem utilizar serviços web based na vossa utilização diária. Achei pada ao facto de no site onde o Google indica os programas alternativos que se podem utilizar no Chrome OS em substituição de programas normais, encontrar muitos dos que já usava por norma: como o Sumo Paint para a edição de imagens.


Interessa relembrar também que o facto do Chrome OS ser pensado para uma utilização na internet, é possível utilizá-lo em modo offline, sendo que muitas das web apps podem igualmente ficar instaladas para uso sem internet (sim, podem jogar o Angry Birds desligados da internet). Mas, não tenham grandes ilusões... o modo offline é mesmo um modo de recurso pensado para desenrascar quando ficam sem internet por pouco tempo. Pois sem acesso à internet, o Chrome OS assemelha-se a um "peixe fora de água".

Por outro lado, há também que salientar o facto da sincronização entre "Chromes" fazer com que passar de um computador para outro seja uma experiência quase... transparente. Temos sempre tudo disponível e actualizado... (Mas isso também podemos ter ao utilizar o Chrome num qualquer sistema operativo).


O ecrã


O ecrã do Pixel é simplesmente... de outro mundo. Com 2560x1700 pixeis em menos de 13", estamos perante outra dimensão no que toca à nitidez de tudo o que aparece no ecrã. No entanto, é uma resolução que não faz necessariamente com que se vejam mais conteúdos... as páginas web aparecem de forma idêntica à de qualquer outro portátil com ecrã idêntico, com a única diferença a ser que todos os textos parecem estar "impressos" em papel de qualidade.

Melhor poderá ser dado caso se aventurem a instalar um sistema alternativo, e aí - caso os vossos olhos permitam - poderão facilmente colocar no ecrã quatro ambientes de trabalho lado a lado, com resolução idêntica à que teriam num monitor de secretária! É incrível... mas cansativo (para os olhos).


Outro aspecto curioso é que, frequentemente nos esquecemos que estamos perante um ecrã com touchscreen onde podemos tocar. Já dei comigo a tentar tocar mais vezes por engano em ecrãs de portáteis sem touchscreen, do que a lembrar-me de que poderia tocar no ecrã do Pixel.

Novamente... os anos de habituação e "formatação" a que estamos sujeitos, têm grande influência. Para uma nova geração que cresceu habituada a smartphones e tablets em que pode tocar nos seus ecrãs, este problema não se colocará.




Apreciação Final


Não é fácil tentar resumir este Chromebook Pixel. Por um lado temos um portátil de luxo que é um deverá servir para envergonhar muitos fabricantes que durante anos nos têm trazido "caixotes" sem qualquer evolução. Por outro lado, há um elevado preço a pagar por isso (fico curioso em saber quanto deste preço será devido ao ecrã, e quanto será relativo à restante construção) - e que nos deixa particularmente mais preocupados quando sabemos que não temos um sistema operativo a "sério" mas apenas o Chrome OS.

A verdade é que o Chrome OS é válido (passei uma semana a usar exclusivamente o Pixel e "sobrevivi"... embora não esconda que gostaria de poder ter experimentado alguns jogos "PC" naquele ecrã! :) mas para quem pretende um Chrome OS, existiem Chromebooks bem mais em conta, e que mesmo não oferecendo este hardware ou qualidade de construção... custam menos de 1/4 do preço de um Pixel (£1049 cerca de  €1250).

A qualidade de construção irrepreensível, e alguns toques geeks - como a barra luminosa multicolorida (que infelizmente é completamente desaproveitada para qualquer tipo de notificação funcional; mas que conta com um modo "psicadélico" quando se escreve o Konami Code no teclado) - poderão ajudar a justificar a compra... mas... continua a ser muito dinheiro por um "mero" Chromebook que nada mais faz que qualquer outro Chromebook. Ainda por cima, temos aspectos como a autonomia que nos relembram o quanto os "PCs" estão distantes dos tablets ARM... em utilização normal ao final de 4h e pouco já temos que ir a correr para perto de uma tomada.

Há um último aspecto que poderá servir de justificação suprema para quem quiser mesmo comprar um Chromebook Pixel. Caso sejam utilizadores verdadeiramente intensivos dos serviços do Google ao ponto de necessitarem de 1TB de espaço, o facto do Google incluir 1TB de espaço na "cloud" durante 3 anos com o Pixel - considerando que isso representa um custo de $600/ano - faz com que para quem estiver disposto a pagar por tal espaço, este Pixel fique... de borla!

Fosse o preço mais acessível, e teríamos aqui um intocável escaldante... mas por culpa do seu preço excessivo, temos que nos ficar por um....


Google Chromebook Pixel

Prós
  • Design e qualidade de construção
  • Ecrã 
  • O "conceito" do Chrome OS

Contras
  • Preço
  • Preço
  • Autonomia... e, não sei se já tinha referido... o preço


Galeria de Imagens





3 comentários:

  1. Respostas
    1. só mais uma coisa; esse lumia 920 ai do lado da ultima foto (na apreciaçao final)? eu vi! :D
      tens que fazer mais coisitas dessas pra malta se animar !

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    2. Ehehe, começar a meter uns "ester eggs" nas fotos... boa ideia! ;)

      (mas depois começam a reparar na desarrumação lá em casa! ehehe :)

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