2013/12/03

França exige que Google e ISPs bloqueiem acesso a sites de streaming ilegais


Parece que a França não está ao corrente do impacto (nulo) que a censura de sites considerados indesejados tem tido noutros países, e pretende agora seguir o mesmo exemplo, exigindo que o Google, outros motores de busca, e ISPs bloqueiem resultados de pesquisas e o acesso a 16 sites de streaming de vídeo.



Esta decisão de um Tribunal Francês mostra o quão desfasado os juízes (e as próprias leis) estão do mundo real. Antes sequer que a tinta desta decisão seque, já muitos destes sites terão arranjado domínios alternativos ou outras formas de continuarem a ser acedidos por quem lá quiser chegar - como se pode ver pelas inúmeras tentativas falhadas de bloquear o popular Pirate Bay, e que até à data... continuam sem qualquer efeito prático.

Aliás, pelo contrário. Este tipo de casos apenas faz com que mais utilizadores fiquem a conhecer os ditos sites indesejados (eu, confesso que nem conhecia os sites que lá estavam a ser mencionados - alguns dos quais até já mudaram de domínio - oh, que supresa!)

... Será tão difícil perceber que este tipo de sites apenas acabará quando forem os próprios autores/editores a disponibilizar os conteúdos publicamente na internet, com acesso tão fácil como fazem os sites pirata? Se os perseguem por dizerem que estão a ganhar dinheiro à custa do trabalho alheio, de que estão à espera para que sejam eles a lucrar com os milhões de espectadores que desejam o acesso aos conteúdos? A grande maioria das pessoas que tem um acesso de banda larga à internet também já estará a pagar por um serviço associado de televisão, que mais tarde ou mais cedo irá passar as séries e filmes que estão a ver em streaming. Portanto... não se metam com invenções dos "prejuízos" daí decorrentes.

E o melhor seria mentalizarem-se disso a tempo de mudarem o paradigma da distribuição, antes de serem "apanhados de surpresa" quando as pessoas começarem a exigir apenas internet e começarem a cancelar os serviços de assinatura das centenas de canais sem interesse que não vêem.

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