2014/03/19

Custo da música é o dobro que os consumidores estão dispostos a pagar


Os editores de música estão em época de transição, tentando perceber da melhor forma como poderão usar a internet e os serviços de streaming para subsistirem no futuro. A facturação tem vindo a cair ao longo dos últimos anos, e por muito que alguns insistam em tentar culpar a pirataria, há também quem diga que isto se deve unicamente ao custo da música e ao valor que os consumidores estão dispostos a pagar.

Pondo de lado a questão de quem faz download de músicas de forma ilegal (mesmo havendo estudos que demonstram que esses utilizadores gastam mais dinheiro em música do que quem não o faz), a questão é que os potenciais clientes têm tido um mercado bem mais diversificado onde gastar dinheiro: filmes, apps, ebooks, etc. E de forma resumida, aquilo a que se assiste - e que é do conhecimento público - é a de que o dinheiro "não se estica".


Usando como referência o valor gasto pelos utilizadores no iTunes, temos que os compradores estão dispostos a gastar em média cerca de $50 em música por ano. Só que a maioria dos serviços de música está actualmente a cobrar uma média de $120 por ano - um valor que representa mais do dobro do que os utilizadores estariam teoricamente disponíveis para pagar.

Enquanto assim for, não admira que estes serviços não consigam cativar a quantidade de clientes que seria desejada - e que muitos apontem para isso como prova de que a música na internet não funciona.

... Talvez se algum deles tiver a coragem de baixar os preços para valores que realmente atraiam clientela, se possa ver que mais rende vender um serviço de música por alguns poucos euros a centenas de milhões de pessoas; do que ter apenas alguns milhares a gastarem centenas de euros nisso.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente. Se o Goggle Music custasse 5 euros mensais, grande parte das pessoas não pensava duas vezes. Outro facto, eu utilizei no início este serviço a 7 ou 8 euros. desisti porque achava que a qualidade do streaming ainda não tinha a qualidade desejável. Agora tenho de pagar 10 euros para re-aderir? Não, obrigado.

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  2. Eu já nem me dou ao trabalho de pagar música ou serviços: na rádio e no YouTube obtenho gratuitamente 80% da música que ouço tendo programas que fazem cache das streams ouvidas (e não download para um ficheiro) o que deixa a coisa na fronteira da legalidade ainda. De resto 20% compro as músicas individuais ou por amigos. Cansei de esperar por serviços a preços decentes, e entendo que as pessoas façam pirataria porque cansaram também. Uns 0.10 a 0.30 euro por música dependendo da novidade (zero cursos em gravação impressão ou distribuição) estaria bem e sem DRM. Carlos, uma sugestão minha: não poderias fazer um review dos serviços legais NA EUROPA para comprar música SEM DRM e a adicionar também flat rate, com pagamento por VISA/transferência bancária? Eu adorava conhecer serviços de venda de música em queo valor fosse decente e no final obtivesse um ficheiro LEGAL, sem DRM em formato AAC/MP4/MP3! Ha alguns serviços mas são russos ou chineses em que basicamente é de venda ilegal de ficheiros MP3. ..

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