Dados mobile já rendem mais do que chamadas de voz

Não será grande surpresa, mas finalmente em 2013 os dados mobile já representam um maior volume de facturação para os operadores de telecomunicações do que as chamadas de voz e mensagens.

No último trimestre de 2013, os operadores norte-americanos já começaram a ganhar mais dinheiro à custa dos dados mobile do que dos telefonemas, e isso é algo que mais tarde ou mais cedo acontecerá também em todos os outros países - demonstrando que, graças aos smartphones e aos múltiplos serviços de comunicação via internet, o que mais interessa são os dados e não a "voz" (que pode continuar a servir como meio de comunicação, usando-se os "dados" em apps como o Skype, etc.).

É algo que também os operadores já saberiam de antemão, e por isso mesmo ultimamente temos assistido a um crescimento das ofertas de chamadas de voz "ilimitadas" - precisamente por a voz estar a perder cada vez mais terreno para os dados - e sendo que já sabemos que os operadores só nos "oferecem" aquilo que os utilizadores menos vão usar. Por isso, agradecemos é que comecem a actualizar os seus tarifários de dados e a recalcular os limites dos mesmos, pois cada vez mais se vai dando uso aos dados mobile e seria simpático saber que não seria por ver uma meia dúzia de vídeos do YouTube ou umas horas de música por dia que o nosso plafond de dados se esgotaria numa questão de dias (ou horas).

Mas dir-me-ão que isso é algo que a "economia de mercado" se encarregará de fazer com que aconteça, com as leis da oferta e da procura a criarem uma resposta a essa necessidade. Infelizmente, por cá não nos faltam casos em que é o lado da oferta que determina aquilo que o mercado poderá ou não procurar - adiando a inevitabilidade das coisas e fazendo com que até lá, todo e cada cliente seja forçado a desenrascar-se com o que existe (e invariavelmente, pagando valores bem superiores aos que deveriam ser praticados.)