Depois do novo OS X, o destaque da sessão de abertura foi para o novo iOS8 - que me arrisco a dizer era realmente o ponto alto que se estava à espera. Então, o que é que o iOS8 traz de novo? Muita coisa.
Começamos com notificações mais inteligentes, com a possibilidade de terem acções directamente nas notificações (como respostas a mensagens, fazer like em notificações do Facebook) mesmo a partir do lock screen.
A pesquisa no spotlight também conta com melhoramentos idênticos aos que vimos no OS X, com sugestões e apresentação de resultados relacionados de diferentes áreas. O acesso rápido às apps com o duplo clique no home button passa agora a mostrar também os nossos contactos mais usados, e opções para fazermos chamada, facetime, mensagens, etc. Nos emails temos gestos para acesso rápido, assim como a minimização dos emails que se estão a escrever para se poder aceder a outros emails.
As mensagens passam a poder ser organizadas por threads, com a opção de se desligarem as notificações para threads individuais (e também a de se poderem remover de qualquer uma delas). Para além do texto, passa a ser possível enviar mensagens de voz com o tap-to-talk (lá se vão as apps que tinham esta funcionalidade.)
O teclado passa a contar com sugestão inteligente de palavras com base no contexto, sendo capaz de utilizar linguagem mais formal quando falam com um contacto profissional, e linguagem mais comum quando falam com um amigo (na lista de línguas suportadas apareceu a bandeira do Brasil... vamos lá ver que tal se comportará com Português de Portugal).
A Apple continua a apostar na iCloud como núcleo central para tornar possível todas as interligações, funcionando também como um disco para sincronizarem os conteúdos com todos os equipamentos (até os Windows). Com 5GB oferecidos e 20GB por $0.99 por mês.
Para o Health, a Apple tem grandes planos, mas que muito provavelmente só se irão sentir nos EUA. Para além de servir como repositório central para a nossa actividade, o Health guardará também todos o tipo de dados clínicos, podendo comunicar directamente com serviços nos hospitais. Não me parece que por cá, com as leis de protecção de dados, isto venha a ser possível a curto prazo... mas quem sabe?...
As fotos passam a contar com opções avançadas de edição que permitem facilmente melhorar as fotos com alguns simples toques; e na óptica de que todas as fotos ficam guardadas na iCloud e imediatamente sincronizadas entre todos, também a pesquisa foi melhorada para que se encontrem as fotos que se desejam.
O iOS8 passa a ter também a possibilidade de se criarem grupos familiares, que para além de contarem com galerias de fotos partilhadas, calendários, listas to-do, e lembretes, também permitem aos pais saberem a localização dos filhos, e até partilharem conteúdos entre todos. Um filme ou música comprado por qualquer um dos elementos da família ficará disponível para os restantes. E não faltando sequer a simpática funcionalidade de quando um dos menores quiser comprar uma app usando o cartão de crédito associado do pai, ser feita uma pergunta ao responsável, para saber se dá ou não autorização para que a compra seja feita.
Na App Store surgem também mais modos de descobrir novas apps; a possibilidade de comprar apps em grupos; e finalmente a hipótese das apps terem previews em vídeo (já era sem tempo!)
A Siri passa a poder estar à escuta sem que se tenha que carregar no botão, dizendo "Hey Siri"; passa a ter reconhecimento de músicas via Shazam; o reconhecimento de voz passa a ser feito em streaming, evitando ter que esperar até ao final da frase para ser feito o reconhecimento; e há 22 novas línguas para o voice-to-text.
Mas o melhor ainda estava para vir...
A Apple reconheceu finalmente a necessidade das apps no iOS, embora isoladas umas das outras, precisarem comunicar entre si, e trouxe-nos o "extensibility" que o permite fazer de várias formas. Para começar, passa a ser possível as apps disponibilizarem acções que podem ser usadas por qualquer outra app. Por exemplo, uma app de efeitos em fotos pode disponibilizar esses efeitos para que possam ser usados noutras apps. Passa também a haver widgets que podem ser instalados no centro de notificações e também aparecer no Safari como extensões (por exemplo, para tradução de páginas).
Outra das grandes falhas do iOS fica corrigida: passa a ser possível a instalação de teclados de terceiros, e para garantir a protecção de dados, os mesmos têm capacidades restringidas, a não ser que os utilizadores lhes dêem as devidas permissões.
Outras novidades para os developers: o Touch ID passa a estar disponível para ser usado como autenticação nas apps; e o novo HomeKit serve de base para quem quiser utilizar o iOS como sistema central para a domótica (e com integração com a Siri).
Para os jogos, a Apple segue os passos da AMD, despedindo-se do OpenGL como base e apostando no seu novo "metal". Uma nova API que permite desempenho até 10x superior e dando maior liberdade aos programadores para tirarem o máximo partido do hardware disponível.
A criação de jogos 2D também foi facilitada, com a chegada do SceneKit para além do já existente SpriteKit, permitindo criar jogos literalmente em "meia-dúzia de linhas".
E por fim, talvez a novidade mais desejada mas que poucos esperariam ver... Sendo o Objective-C uma linguagem demasiado "arcaica" e difícil de programar para quem se quer iniciar no mundo do iOS, a Apple criou uma nova linguagem bem mais acessível - o Swift. Uma linguagem que consegue ser mais eficiente e mais rápida que o próprio Objective-C, mas que é completamente interactiva e que permite que o desenvolvimento seja feito de forma mais experimental, com um "playground" que permite ver imediatamente os resultados daquilo que se está a programar. No fundo o tal "Visual Studio" que há muito era pedido para o iOS... e que parece ter chegado, de forma bem mais evoluída do que se poderia imaginar.
É fácil antever que, se até aqui havia muitos developers que desistiam de criar apps assim que se deparavam com o Objective-C, com este novo Swift deverá surgir uma nova vaga de developers, que criarão apps mais estáveis e de melhor qualidade (evitando-se erros que eram comuns no Objective-C) e que darão um grande impulso à plataforma.
O iOS8 beta fica disponível hoje para os developers, chegando às mãos de todos lá mais para o final do ano.
O iOS8 irá ficar disponível para os seguintes equipamentos:
- iPhone 4S, 5, 5C, 5S
- iPod Touch 5th gen
- iPad 2, iPad com Retina Display, iPad Air, iPad Mini, iPad Mini com Retina Display
Fiquem com um resumo da sessão de abertura que condensa as 2h em apenas 10 minutos:
Não pude acompanhar o "live streaming" mas acompanhei um "live blog" (alguém no evento que vai escrevendo comentários). Não apanharam metade do que escreveste, ou era tão telegráfico que não se percebi as "implicâncias" :)
ResponderEliminarTenho que ver o "streaming". O Siri em português é que era.
Adeus ao iPhone4.......
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