2014/07/10

Advogado processa rede Tor por permitir sites de "revenge porn"


Vindo lá das terras do (far)oeste onde se processa tudo e todos, surge-nos um novo pistoleiro advogado, defensor dos "bons costumes", e que na perseguição a um site de revenge porn, onde utilizadores colocam fotos explícitas dos seus/suas "ex" como vingança, acha que processar a rede de anonimização Tor é uma boa maneira de o conseguir.

O site em questão, Pink Meth, apenas está acessível através da rede Tor (compreensivelmente), e isso parece ser motivo suficiente para que este advogado parta em sua perseguição. Sinceramente, até me daria vontade de rir, se não tivéssemos tido o caso bem recente de na Áustria um tribunal ter considerado culpado um operador desta rede por um crime cometido usando a sua ligação de internet.

Mesmo assim, tenho esperança que nos EUA o bom senso prevaleça; pois se assim não for, já estou a imaginar este advogado a compilar a lista de processos: para quem criou os browsers que permitem ver os sites; a própria internet, por permitir o tráfego TOR; o JPEG por permitir codificar imagens digitalmente; os fabricantes de câmaras que permitem captar imagens indecentes que depois são usadas nestes sites; e eventualmente até a própria natureza, por nos dar olhinhos com os quais podemos assistir a estas tristes situações.

Mas pronto, esperemos que a coisa se desmorone logo no primeiro passo... Não por concordar com sites deste tipo (que deverão ser efectivamente perseguidos e condenados, se for caso disso), mas por achar completamente absurdo que se queira processar uma rede completa pelo uso que um único site e alguns utilizadores fazem dela. Até parece que a própria internet não tem a sua boa dose de ilegalidades e coisas indesejáveis no seu "sub-mundo".

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