2014/10/02

Pagamentos via número de telefone expandem-se no Reino Unido


No Reino Unido os maiores operadores de telecomunicações juntaram-se para tornarem possível um sistema que há muito venho a sugerir: poder fazer o pagamento com o telemóvel sem qualquer necessidade de associação de cartões de crédito ou confusões adicionais.


Tal como muitos já terão comprado ringtones ou usados serviços de valor acrescentado que são automaticamente deduzidos do saldo ou aparecem na factura do telefone no final do mês, este sistema permitirá fazer o mesmo para muitos mais pagamentos.

Sinceramente, não me parece que fosse preciso ser um génio da economia para ver o quanto isto seria vantajoso para todos - e por isso mesmo há anos que fico surpreendido por não ter visto nenhum operador nacional avançar com alguma iniciativa neste sentido.

Por exemplo, olhe-se para a app m.Ticket da Vodafone que permite comprar bilhetes de cinema: que sentido faz que o utilizador tenha que introduzir dados do cartão de crédito para fazer uma compra de bilhetes, quando a Vodafone já sabe tudo sobre esse utilizador e poderia tratar logo do pagamento, deduzindo o valor do saldo (no caso de tarifários pré-pagos) ou somando à factura no final do mês - e obviamente, ficando com uma pequena comissão pelo serviço de pagamento, tal como acontece com um cartão de crédito.

Esperemos que o facto da Vodafone UK estar metida nesta iniciativa inspire a sua congénere nacional a explorar esta vertente, pois na verdade é uma autêntica mina de ouro que todos os operadores estão a desperdiçar; e para os utilizadores era uma forma super conveniente de transformarem o seu telemóvel numa carteira digital sem necessidade de tecnologias complicadas.

6 comentários:

  1. Nós cá vamos ter o MB Way:
    http://www.sibs.pt/pt/servicos/processamento/mbway/
    A ver se vai ser uma coisa com jeito :P

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  2. Ou os pagamentos são feitos com o saldo dos cartões pré-pagos, e isso limita muito quer o universo de potenciais clientes quer o montante máximo das compras, ou então se acumular ao saldo a debitar no final do mês isso quer dizer que as operadoras terão que conceder crédito e tomar risco, o que constitui actividade bancária. Ora, as operadoras não são bancos.
    Isto não é assim tão simples de implementar.

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    1. Já te fazem isso para todo o tipo de serviços de valor acrescentado (desde a compra de ringtones à participação em concursos, e sei lá que mais).. trata-se apenas de expandir a gama de "serviços" que poderás usar.

      O risco é o mesmo do que ligares para um serviço de valor acrescentado e acumulasses 500 euros a pagar no final do mês (sendo que no caso dos pré-pagos, a vantagem era poderem comprar coisas - por exemplo, online - sem terem que dar qualquer informação de cartões de crédito ou ter que andar a gerar cartões virtuais... e sendo que o número de telefone é algo que a maioria das pessoas já tem decorado).

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  3. Provavelmente terá um limite (€) para cada pagamento. Não vejo é que tenha futuro só com uma operadora, embora grande.

    Pelos vistos o sistema ISIS (já lhe mudaram o nome), nos EUA, envolve as maiores operadoras, ou parte delas.

    Eu vejo "os pagamentos por telemóvel" a funcionar mais em sítios onde passam muitas pessoas que querem fazer compras rápidas - uma sandes, uma bebida, como são as estações de comboio. Já há na Holanda e nos EUA pelos vistos vai começar. Quem é que não quis comprar qualquer coisa nas máquinas automáticas e depois não tinha moedas que chegassem?

    No link (Subway, EUA) fala-se também de os leitores, para os pagamentos, aceitarem diferentes sistemas: o das operadoras, Apple Pay, Google Wallet.

    http://www.macworld.com/article/2684372/subway-to-accept-nfc-payments-starting-in-october.html

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  4. Não sei até que ponto o monopólio dos meios de pagamentos em Portugal (SIBS) impede que iniciativas como essa prosperem. Digo isso porque vejo em todo lado meios de pagamento alternativo e no nosso país continuamos com as mesmas máquinas de 20 anos atrás (ok, agora já temos NFC nos cartões!). Até no Brasil já vi smartphones sendo utilizados com POS e por cá nada muda. Penso que o cartel bancário que domina os meios de pagamento não permite alterações ao seu modelo de negócio.

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    1. Nos cartões tens "contactless" (uma evolução do RFID), não NFC.
      Podem parecer a mesma coisa mas são tecnologias muito distintas.

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