2015/03/26

Análise ao Oppo N3


Smartphones há muitos, e é cada vez mais difícil criar modelos que sobressaiam da imensidão de modelos semelhantes que vão surgindo a cada mês. Com o seu N3 a Oppo propõe-nos um curioso smartphone que tem a particularidade de ter uma única câmara que pode funcionar como câmara traseira e frontal... e que gira sozinha.


O Oppo N3


O Oppo N3 não é o primeiro Oppo a recorrer a este sistema - já o seu N1 usava o mesmo truque de usar uma única câmara rotativa - mas chega-nos com hardware renovado. Ecrã Full HD de 5.5", CPU Snapdragon 801, 2GB de RAM, 32GB de flash+microSD, dual SIM, bateria de 3000mAh, e câmara de 16MP. Atrás, perdemos a tampa "touch-sensitive" do N1, e no seu lugar surge um leitor de impressões digitais que também tem a capacidade para funcionar como trackpad. O sistema é o Color OS, baseado em Android 4.4 (também está disponível a CM12 oficial, embora neste momento ainda não suporte funcionalidades como a rotação da câmara ou o sensor de impressões digitais).



Tal como já acontecia no N1, o N3 vem acompanhado por um pequeno "comando bluetooth" que podemos usar para tirar fotos ou localizar o dispositivo, assim como dar alerta no caso de notificações.

Os materiais e acabamentos inspiram qualidade, e não temos surpresas ao procurar os botões: botão de power na lateral esquerda, volume no lado direito. Mais incomum (e potencialmente problemático) será o posicionamento da ficha de headphones na lateral direita acima dos botões de volume; e a ficha microUSB na esquerda em baixo.



A câmara rotativa


Comecemos pelo elemento mais peculiar do N3, a sua câmara rotativa. Esta opção permite que se invista mais numa única câmara de qualidade, que poderá ser usada também como câmara frontal (os fãs das selfies vão adorar) ou simplesmente permitindo que se tirem as fotos vendo o que "vai sair" em vez de as tirar às cegas. A câmara roda mais de 180º, fazendo com que possa ficar orientada para o utilizador mesmo quando se segura o N3 num ângulo natural de utilização.

Esta rotação é controlada fazendo-se deslizar o dedo no ecrã na app da câmara, e comuta automaticamente entre modo frontal/traseiro. E obviamente, faz também com que o acto de tirar uma panorâmica seja feito automaticamente (embora exista um bug que faz com que a panorâmica apenas possa ser captada numa orientação e não com o N3 "ao contrário")








Na app da câmara temos a possibilidade de instalar módulos adicionais para diferentes funções, como modos de embelezamento do rosto, fotografia nocturna, efeitos especiais, etc. E um desses modos promete obter fotos de melhor qualidade aumentando a resolução (aumentando dos 4608x3456 pixeis das fotos normais para os 6524x4893). Embora não faça milagres, há situações onde isso se faz notar e poderá ser vantajoso.



Textos pequenos que não seriam perceptíveis numa foto normal passam a poder ser lidos com maior facilidade no modo de alta-resolução (embora também se faça notar um efeito exagerado do processamento.)


Em Funcionamento


Mesmo vindo com um Android a(du)lterado, mexer no N3 com ColorOS não apresentará dificuldades a quem já tiver mexido num Android. Continuam presentes todos os elementos que se esperariam ver (incluindo o acesso oficial às apps na Play Store do Google), sendo que uma das principais diferenças é a inexistência de uma pasta global para as apps; aqui as apps vão sempre para os ecrãs do launcher (mas podem ser organizadas em pastas). Para agradar aos fãs dos Android "puros", temos também um tema que praticamente o transforma num "Jelly Bean" de origem. O Snapdragon 801 e os 2GB de RAM são suficiente para que tudo decorra sem lentidão.


Investigando um pouco mais nas opções, descobrimos a capacidade para activar modos especiais mediante gestos (por exemplo, virar o smartphone para o colocar em modo de silêncio); ou até um modo "single hand" que reduz o tamanho do interface para mais fácil utilização com uma só mão.





Apreciação final


O Oppo N3 é um equipamento curioso e que revela a evolução que a Oppo tem tido nos últimos anos. Quem pegar num destes smartphones sentirá imediatamente que se trata de um equipamento "bem feito" e será difícil não atrair as atenções ao se dar uso à sua câmara rotativa.


Mas a câmara rotativa acaba também por ser um factor de preocupação, pois se é normal que funcione bem num dispositivo novo fica sempre a dúvida sobre como se comportará após 1 ou 2 anos de "abusos" no dia a dia. É bastante frequente que o simples acto de o colocar ou tirar do bolso/bolsa faz com que se rode a câmara em certo grau - e que mesmo não oferecendo resistência (podemos mexer na câmara manualmente mesmo com o N3 ligado sem que isso estrague o sistema) nos faz sentir uma certa apreensão sobre a durabilidade a longo prazo.

Temos também algumas falhas para um dispositivo que se quer assumir como um smartphone para as fotos/vídeo, como a ausência de vídeo Ultra HD 4K, e a resolução Full HD deixa-nos a desejar um ecrã QHD, que permitiria melhor ver as imagens captadas (e que para esta gama de preços - 549 euros - já se poderá considerar "obrigatório".) E acaba por ser precisamente esse, o preço, o seu principal calcanhar de Aquiles - motivo pelo qual sai daqui com um:



Oppo N3


Prós
  • Qualidade de construção
  • Bateria de 3000mAh
  • Originalidade da câmara rotativa

Contras
  • Preço elevado
  • Sem vídeo Ultra HD 4K
  • Preocupações com o sistema rotativo motorizado



Galeria de Imagens





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